segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Nordeste está produzindo suco de uva da melhor qualidade

suco de uvaO Vale do São Francisco, em pleno sertão nordestino, já é considerado um polo produtor de uvas próprias para bebidas de alta qualidade, dividindo esse espaço no mercado, com os produtores da Serra Gaúcha. Grandes empresas do setor alimentício lançaram marcas que usam a origem das uvas como diferencial de valor de seus produtos.
Uma grande indústria de refrigerantes lançou recentemente o suco 100% Origens Nordeste, linha premium que utiliza como matéria-prima as cultivares Isabel Precoce e BRS Magna, ambas obtidas pelo Programa de Melhoramento Genético Uvas do Brasil, da Embrapa.
São várias, as empresas que já utilizam cultivares desenvolvidas pela Embrapa na elaboração do suco. Uma grande quantidade de empresas de pequeno e médio porte, mantêm a produção de sucos de uva de qualidade todos os dias do ano graças às cultivares brasileiras adaptadas às condições do Vale do São Francisco. Cada empresa desenvolveu um blend próprio tendo como base as uvas BRS, sigla que designa produtos gerados pela Embrapa.
Há pouco mais de seis anos, a elaboração de suco não era um negócio viável na região. Mesmo com as condições favoráveis de solo e clima, que possibilitam a colheita de uvas ao longo de todo o ano, o Vale do São Francisco necessitava de cultivares que apresentassem alta produtividade e qualidade, demanda dos produtores e de técnicos da região.
“As tentativas de elaborar sucos no Nordeste já são antigas. Inicialmente tinham uma cor muito amarronzada, que não chamava a atenção do consumidor”, relembra João Dimas Garcia Maia, melhorista da Embrapa que, em conjunto com a pesquisadora Patrícia Ritschel, coordena o programa de melhoramento Uvas do Brasil. Ele comenta que mesmo com a disponibilidade de sucos brancos e rosés, a tradicional versão tinta continua sendo a preferida do consumidor, por causa da cor, do aroma e do sabor.
Cor violácea intensa, altos teores de açúcar, elevada produtividade, acidez equilibrada, aroma e o sabor das tradicionais cultivares de Vitis labrusca são as características indispensáveis que a uva deve apresentar para resultar em um bom suco, enumera Maia. Com esse foco, ele relata que já foram lançadas cultivares tintas específicas para suco, como a BRS Cora, a BRS Violeta, BRS Carmem e, mais recentemente, a BRS Magna.

Somente no primeiro semestre de 2018, o produto foi exportado para 13 países: Angola, Argentina, Austrália, Bélgica, Bolívia, Chile, China, Estados Unidos, Japão, Holanda, Paraguai, Portugal e Reino Unido e, em 2017, chegou a 22 países

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