quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

O poder de compra dos pecuaristas alcançou o maior nível em seis anos, desde fevereiro de 2013. Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) indicam que os preços da arroba e do animal de reposição subiram neste ano, mas as valorizações do boi gordo foram bem mais intensas. De janeiro até a parcial de dezembro, o boi no mercado paulista registra valorização de 36%, enquanto o valor do bezerro acumula alta de 20,2%.
Atualmente, produtores de São Paulo precisam de 7,34 arrobas para a compra de um bezerro em Mato Grosso do Sul. Em igual período do ano passado, recriadores necessitavam de 8,31 arrobas para fazer a mesma operação, ou seja, aumento de 11,74% no poder de compra na variação. Para essas comparações, foram utilizados valores médios mensais, em termos reais deflacionados pelo IGP-DI, considerados os Indicadores do Boi Esalq/B3 para mercado paulista e o índice Esalq/BM&FBovespa do bezerro, em Mato Grosso do Sul.

Em 2019, o momento mais desfavorável ao produtor foi observado em junho, quando eram necessárias 8,58 arrobas no mercado paulista para a aquisição de um bezerro em Mato Grosso do Sul. De janeiro até a parcial de dezembro, a média da relação de troca é de 8,13 arrobas por bezerro, contra 8,17 em 2018, o que indica que este ano foi um pouco mais favorável ao recriador em relação ao anterior.Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ricardo Nissen, lembra que a valorização do bezerro não está diretamente atrelada ao atual nível elevado de exportações de carne bovina, pois também reflete a baixa oferta de animais desta categoria causada pelo abate de matrizes nos últimos anos. "Apesar do preço do bezerro estar elevado, o preço pago pela arroba do boi gordo compensa o investimento em reposição", avalia.
"A reposição está mais cara e a nutrição também. A arroba não voltará aos patamares anteriores de preço, perto de R$ 180 por arroba, mas o ideal é que sejam utilizadas estratégias de mitigação de risco, como contratos futuros, hedge, etc", explica Nissen. O especialista da CNA ainda acredita que, no ano que vem, os pecuaristas tendem a reter matrizes e trabalhar com cria de qualidade, tecnificada, que traga maior volume de produção por hectare.
No que se refere à relação de troca com o milho, principal insumo utilizado para a passo que a arroba estava estável", destaca o levantamento do Cepea.

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