segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Castanha de Caju: o ouro de Serra do Mel

O município tem uma história de colonização peculiar. Datada dos anos de 1970, com o intuito de atender a mão de obra ociosa das salinas presente na região, que passaram por processo de mecanização deixando muitos trabalhadores desempregados, o então governador Cortez Pereira desmembrou uma área de aproximadamente 600 km² de municípios circunvizinhos para a implementação do projeto de colonização baseado no modelo de assentamento Moshav de Israel.

Serra do Mel, apesar do nome, tem na castanha 
propulsor da economia desde sua fundação.
Para isso, Serra do Mel foi organizada em vilas, as quais levam nome de um estado da federação brasileira, sendo 22 vilas rurais e uma vila administrativa, denominada de vila Brasília. 
As vilas possuem em média 59 lotes de 50 hectares cada, centradas principalmente no cultivo de cajueiros e culturas de subsistência, produzidos pelos agricultores familiares em seus lotes, sendo 15 hectares com plantação de cajueiros.

Toda a população do município é, de alguma forma,
envolvida com a produção ou beneficiamento da
castanha de caju, garantindo trabalho e
renda o ano inteiro para as famílias.
O aproveitamento do caju pelos agricultores familiares

Do Caju tudo é aproveitado. Do pedúnculo, rico em vitamina C e vitamina B12, é possível a produção de outros subprodutos industrializados como: doce, polpa, cajuína, carne básica do caju, bife, paçoca, omelete, cuscuz, sopa, mel natural, rapadura, bolo, geleia, pastel, pão, biscoitinho, hambúrguer, licor, dentre outros. Já a castanha de caju é rica em proteínas, calorias, carboidratos, cálcio, fósforo e ferro.

Recentemente, com a presença na região de inúmeras indústrias ceramistas e cimenteiras, um novo mercado se consolidou por meio da utilização da casca da castanha de caju como combustível para a queima dos fornos. 

Ainda que apresente um processo de beneficiamento artesanal e carente de inovação tecnológica, onde o corte ainda realizado nos fundos das casas ou embaixo dos cajueiros , e tendo como principal mão-de-obra a família, a produção de castanha de caju se concretiza como uma atividade produtiva resistente e que mantem a tradição desde a criação do município. 

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