Embrapa lança primeiro porta-enxerto para goiabeira resistente ao nematoide-das-galhas
Após
quase dez anos de pesquisa, a Embrapa disponibiliza a primeira
tecnologia altamente eficiente para o controle do o
nematoide-das-galhas, que é, atualmente, o principal desafio da cultura
da goiaba no país. A cultivar BRS Guaraçá é uma planta híbrida, que
mistura características de goiabeira e de araçazeiro, para ser utilizada
como porta-enxerto. Ela será lançada durante a solenidade de
comemoração dos 46 anos da Empresa, no dia 24 de abril, em Brasília-DF.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Semiárido Carlos Antônio Fernandes Santos, “a tecnologia é a melhor opção para o enfrentamento da nematose da goiabeira, pois tem demonstrado resistência ao patógeno e alta compatibilidade com as mais importantes variedades comerciais. Além disso, não apresenta custos elevados para obtenção de mudas, e é agronômica e ambientalmente segura e viável”.
A cultivar vem resolver um problema de dimensão nacional, pois o patógeno Meloidogyne enterolobii já foi registrado em áreas de 19 estados brasileiros. No Vale do São Francisco (Pernambuco e Bahia), um dos principais polos de produção de frutas do país, sua presença destrutiva em pomares de goiabeira foi identificada em 2001, dizimando mais de metade da área cultivada na região.
A origem
Até o momento, as estratégias buscadas pelos grupos de pesquisa de persos lugares do país para a solução deste grave problema fitossanitário envolviam métodos de controle biológico, manejo integrado e aplicação de inseticidas, apresentando resultados limitados ou ineficientes. Também foi testado o uso do araçazeiro como porta-enxerto, porém com baixa compatibilidade com as cultivares de goiabeira.
O grupo de pesquisadores da Embrapa Semárido, formado também por José Mauro da Cunha e Castro e José Egídio Flori, decidiu, então, investir em um estudo pioneiro para a obtenção de híbridos que reunissem a resistência ao nematoide característica do araçazeiro (Psidium guineense) e a compatibilidade com as variedades comerciais conferida pela goiabeira (P. guajava).
Assim, a BRS Guaraçá foi desenvolvida por meio de melhoramento genético, a partir de cruzamentos de duas espécies de Psidium, tendo como planta mãe um acesso de goiabeira e como planta pai um de araçazeiro. Os materiais utilizados foram selecionados após avaliação de uma centena de genótipos de araçás resistentes ao parasita, coletados de Norte a Sul do país e também no Caribe. Procedimento similar foi realizado com goiabeiras, no entanto todas se mostraram totalmente suscetíveis ao patógeno.
O híbrido resultante desse cruzamento possui 50% do genoma de goiabeira, minimizando a incompatibilidade com as cultivares copa, entre as quais o baixo porte do araçazeiro. “A BRS Guaraçá apresenta planta de grande vigor, que a torna ideal para ser usada como porta enxerto”, explica Carlos Antônio.
Avaliações
Após a obtenção do híbrido, a resistência ao nematoide e a compatibilidade do porta-enxerto com as cultivares copa de goiabeira foram testadas por meio de inoculação artificial em ambiente controlado e de avaliações em campo. Nos testes realizados no Campo Experimental de Bebedouro, da Embrapa Semiárido (Petrolina-PE), a BRS Guaraçá apresentou completa ausência do nematoide em sua fase infectiva, após cinco anos do transplantio e mesmo na presença endêmica do patógeno no solo. Já em áreas de produtores, os estudos identificaram, nas plantas pé franco, um número 500 vezes maior do nematoide, em comparação com o híbrido.
Nas avaliações do enxerto da BRS Guaraçá com as principais variedades comerciais de goiabeira – “Paluma” e “Pedro Sato” –, não foram observadas exsudações, rachaduras no caule das plantas enxertadas ou diferenças de diâmetro no local da enxertia, indicando a sua compatibilidade. As cultivares enxertadas apresentaram produção em torno de 40 toneladas de frutas por hectare, em colheitas realizadas 30 meses após o transplantio, com altura das plantas superior a 2 metros.
Como obter
A Embrapa está atualmente em fase de licenciamento e disponibilização do material para os viveiristas contratados, por meio de edital, para comercialização da cultivar BRS Guaraçá.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Semiárido Carlos Antônio Fernandes Santos, “a tecnologia é a melhor opção para o enfrentamento da nematose da goiabeira, pois tem demonstrado resistência ao patógeno e alta compatibilidade com as mais importantes variedades comerciais. Além disso, não apresenta custos elevados para obtenção de mudas, e é agronômica e ambientalmente segura e viável”.
A cultivar vem resolver um problema de dimensão nacional, pois o patógeno Meloidogyne enterolobii já foi registrado em áreas de 19 estados brasileiros. No Vale do São Francisco (Pernambuco e Bahia), um dos principais polos de produção de frutas do país, sua presença destrutiva em pomares de goiabeira foi identificada em 2001, dizimando mais de metade da área cultivada na região.
A origem
Até o momento, as estratégias buscadas pelos grupos de pesquisa de persos lugares do país para a solução deste grave problema fitossanitário envolviam métodos de controle biológico, manejo integrado e aplicação de inseticidas, apresentando resultados limitados ou ineficientes. Também foi testado o uso do araçazeiro como porta-enxerto, porém com baixa compatibilidade com as cultivares de goiabeira.
O grupo de pesquisadores da Embrapa Semárido, formado também por José Mauro da Cunha e Castro e José Egídio Flori, decidiu, então, investir em um estudo pioneiro para a obtenção de híbridos que reunissem a resistência ao nematoide característica do araçazeiro (Psidium guineense) e a compatibilidade com as variedades comerciais conferida pela goiabeira (P. guajava).
Assim, a BRS Guaraçá foi desenvolvida por meio de melhoramento genético, a partir de cruzamentos de duas espécies de Psidium, tendo como planta mãe um acesso de goiabeira e como planta pai um de araçazeiro. Os materiais utilizados foram selecionados após avaliação de uma centena de genótipos de araçás resistentes ao parasita, coletados de Norte a Sul do país e também no Caribe. Procedimento similar foi realizado com goiabeiras, no entanto todas se mostraram totalmente suscetíveis ao patógeno.
O híbrido resultante desse cruzamento possui 50% do genoma de goiabeira, minimizando a incompatibilidade com as cultivares copa, entre as quais o baixo porte do araçazeiro. “A BRS Guaraçá apresenta planta de grande vigor, que a torna ideal para ser usada como porta enxerto”, explica Carlos Antônio.
Avaliações
Após a obtenção do híbrido, a resistência ao nematoide e a compatibilidade do porta-enxerto com as cultivares copa de goiabeira foram testadas por meio de inoculação artificial em ambiente controlado e de avaliações em campo. Nos testes realizados no Campo Experimental de Bebedouro, da Embrapa Semiárido (Petrolina-PE), a BRS Guaraçá apresentou completa ausência do nematoide em sua fase infectiva, após cinco anos do transplantio e mesmo na presença endêmica do patógeno no solo. Já em áreas de produtores, os estudos identificaram, nas plantas pé franco, um número 500 vezes maior do nematoide, em comparação com o híbrido.
Nas avaliações do enxerto da BRS Guaraçá com as principais variedades comerciais de goiabeira – “Paluma” e “Pedro Sato” –, não foram observadas exsudações, rachaduras no caule das plantas enxertadas ou diferenças de diâmetro no local da enxertia, indicando a sua compatibilidade. As cultivares enxertadas apresentaram produção em torno de 40 toneladas de frutas por hectare, em colheitas realizadas 30 meses após o transplantio, com altura das plantas superior a 2 metros.
Como obter
A Embrapa está atualmente em fase de licenciamento e disponibilização do material para os viveiristas contratados, por meio de edital, para comercialização da cultivar BRS Guaraçá.
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