Incra do Médio São Francisco entrega contratos de concessão de uso para assentados
Famílias do assentamento Terra da
Liberdade, na zona rural de Petrolina, a cerca de 750 quilômetros de
Recife, receberam os Contratos de Concessão de Uso (CCU), na manhã desta
quarta-feira (28). O documento, firmado entre o Incra e as famílias
beneficiárias do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA), transfere,
em caráter provisório, a parcela do imóvel rural transformado em
assentamento ao agricultor, assegurando a ele acesso à terra, a créditos
e a outras políticas do Governo Federal de apoio à agricultura
familiar.
O assentamento tem 140 famílias
beneficiadas, que sobrevivem por meio da criação de animais de pequeno
porte (caprinos, ovinos e galinha de capoeira) e quintais produtivos,
onde são cultivadas hortaliças e leguminosas para segurança alimentar e
comercialização na feira da reforma agrária, que acontece às
sextas-feiras próximo a rodoviária. Elas mantêm também culturas de
subsistência: macaxeira, melancia, feijão caupi e, nesta época do ano,
milho.
Na área de atuação do Incra do Médio
São Francisco, que abrange 36 municípios do Sertão pernambucano e seis
baianos, a meta é entregar quatro mil contratos até o final do ano. Nos
primeiros seis meses deste ano já foram emitidos aproximadamente dois
mil documentos. As ações de intensificação da titulação provisória e
definitiva de lotes em assentamentos federais têm como meta a emissão de
250 mil títulos para beneficiários do PNRA em todo o país até o fim de
2018.
Para a presidente da Associação, Maria
Beserra Teixeira Cavalcante, o título provisório é necessário, pois
além de trazer segurança jurídica ao assentado, facilita a
comercialização de produtos no mercado institucional e local. “É um
documento que tem muita utilidade, porque comprova que estamos na terra e
permite a comercialização no mercado formal.”
De acordo com o superintendente
regional do Incra, Bruno Medrado, este título confere ao beneficiário da
reforma agrária legitimidade para o uso da parcela. “Estamos realizando
um ato muito importante para o desenvolvimento do assentamento. O CCU é
o primeiro passo para o acesso aos créditos e demais políticas públicas
de investimentos. Estamos com uma meta ousada de quatro mil CCUs para
este ano, mas sei que vamos alcançar”, explica.
Títulos provisórios e definitivos
A Constituição Federal de 1988
estabelece que os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela
reforma agrária receberão títulos de concessão de uso ou de domínio,
instrumentos que asseguram o acesso à terra.
Firmado entre a autarquia e as
famílias beneficiárias do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA), o
CCU transfere o imóvel rural ao assentado em caráter provisório,
assegurando a posse da parcela e o acesso às ações do Incra, assim como a
outras políticas do Governo Federal de apoio à agricultura familiar.
O Título de Domínio é o instrumento
que transfere o imóvel rural ao beneficiário da reforma agrária em
caráter definitivo. É garantido pela Lei 8.629/93, quando verificado que
o imóvel rural que deu origem ao assentamento esteja registrado em nome
do Incra, que tenham sido concluídos o georreferenciamento e a
certificação do perímetro da área e dos lotes, o Cadastro Ambiental
Rural (CAR) e ainda que a família assentada tenha cumprido as cláusulas
do CCU, tenha condições de cultivar a terra e de pagar o título de
domínio em 20 parcelas anuais.
Além da garantia da propriedade da
terra para os trabalhadores rurais assentados, a titulação efetuada pelo
Incra contém dispositivos norteadores dos direitos e deveres dos
participantes do processo de reforma agrária, ou seja, do poder público,
representado pelo Incra, e dos beneficiários, caracterizado pelos
assentados.
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