Projeto de Desenvolvimento Integrado incentiva assentamentos do Médio e Baixo São Francisco
Com investimentos que podem
chegar 1,8 bilhão de reais em cinco anos, vindo de várias fontes de
financiamentos, em benefício de 270 assentamentos da reforma agrária,
onde vivem 13.267 famílias, além de milhares de agricultores familiares,
distribuídos em 87 municípios do Médio e Baixo São Francisco nos
estados de Alagoas, Pernambuco, Sergipe e Bahia.
Esta é a estimativa preliminar apontada
pelo Projeto de Desenvolvimento Integrado (PDI) do São Francisco,
apresentado nesta última quinta-feira (10), pela presidente do Incra,
Maria Lúcia Falcón, durante seminário técnico promovido pelo
superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste
(Sudene), João Paulo Lima, ocorrido em Recife (PE), e que reunião vários
órgãos que atuam na região, como o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), Banco do Nordeste, Centrais Elétricas do São
Francisco (Chesf), dentre outros.
O PDI São Francisco tem como principais
objetivos promover o desenvolvimento local, a partir de arranjos e
sistemas produtivos e inovativos locais estruturantes, voltados para o
público da reforma agrária na área do Médio e Baixo São Francisco.
Para a secretária executiva do
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Maria Fernanda Coelho, o
seminário se constituiu em uma oportunidade para que se faça uma
discussão para o desenvolvimento das famílias que vivem Semiárido, uma
região com grandes desafios a serem superados. “Estamos diante de uma
oportunidade de fazer a integração de políticas do governo, a maioria já
existentes, e prover as famílias com o benefício da água, luz,
habitação, e, principalmente, a geração de renda”, enfatizou Coelho.
João Paulo Lima disse que a Sudene
estará à disposição para liderar o esforço de integração das políticas,
que segundo ele poderá tirar milhares de famílias da miséria e vai
estimular os governos a cumprirem seu papel, que é elevar a qualidade de
vida das pessoas.
Durante sua explanação, Maria Lúcia
destacou que a região identificada para o PDI São Francisco se
caracteriza por possuir grandes demandas por reforma agrária, baixos
índices sociais, pela necessidade de ampliação do aproveitamento hídrico
do rio, da agregação de valor aos produtos da cadeia produtiva da
agricultura familiar e da geração de renda para as famílias. Por outro
lado, há nesta área institutos federais e estaduais de ensino, além de
empresas privadas que realizam inúmeros investimentos na área do
projeto, a exemplo da Sudene, Companhia de Desenvolvimento dos Vales do
São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Departamento Nacional de Obras
Contras as Secas (DNOCS), Banco do Nordeste (BNB), bancos público e
outros.
Além do mais, acrescentou, há
investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em
rodovias, aeroportos, hidrovias, ferrovias e parques eólicos, sem falar
na presença de 37 instituições de ensino, dentre universidades e
institutos federais.
Outra dado relevante apresentado pela
presidente são os 144.576 agricultores familiares que de alguma forma
colocam sua produção na agroindústria, gerando renda da ordem de 1,1
bilhão de reais em valor bruto da produção, segundo dados da Declaração
de Aptidão ao Pronaf (DAP), sobretudo na produção de leite e farinha de
mandioca.
Falcón demonstrou que já existem muitos
arranjos prontos, como as rotas de produção definidas pelo Ministério da
Integração Nacional, que envolve a produção de peixes, frutas, mel e
cordeiro.
Já o Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (MDIC), identificou 21 Arranjos Produtivos
Locais e 12 setores produtivos em 82 municípios.
Para Falcón, o novo modelo de reforma
agrária em áreas de perímetros irrigados e sequeiro precisa levar em
conta a rede de cidades, a nova ruralidade, a abordagem territorial e o
serviço civil e ter como base o conhecimento, o cooperativismo, a
agroindústria e o fomento.
Acima de tudo, acrescentou, o processo
de elaboração e validação do projeto precisa ser participativo, ouvir os
diversos atores e respeitar a cultura local. “A ideia agora, é definir a
área de abrangência do projeto, priorizar as cadeias produtivas, tendo
como referência o turismo rural, a piscicultura, a fruticultura, o leite
e derivados e grãos e estabelecer o cronograma de atividades de cada
entre”, enfatizou.
Participaram do seminário os
superintendentes regionais do Incra de Alagoas, Lenilda Lima, de
Pernambuco, Luis Aroldo, de Sergipe, André Bonfim e da Bahia, Gugé
Fernandes.
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