O
clima certamente está na lista das variáveis que mais preocupam os
produtores e gera muitas incertezas. Para 2015 não é diferente.
O
comportamento do clima é determinado por diferentes ciclos, o que
explica eventualmente algum comportamento mais anômalo, que na sequência
pode apresentar alternância e retornar o normal. Ou seja, eventuais
períodos chuvosos podem ser alternados com períodos secos, assim como,
períodos quentes são alternados com períodos frios.
Mas estas alternâncias variam e duram conforme o ciclo climático responsável. Dentre os ciclos climáticos mais conhecidos e que frequentemente estão relacionados com o nosso dia a dia, podemos destacar a sazonalidade (estações do ano), interanualidade (ocorrências de El Niño ou La Niña), interdecadal (ciclo 30 anos do Oceano Pacífico) e a intrasazonalidade (30/60 dias).
Avaliando todos esses ciclos, é fato que o ano de 2015 começa com problemas de clima que perduram desde os últimos anos. Segundo Paulo Etchichury, climatologista da Somar, o problema da redução das chuvas está associado à Oscilação Interdecadal do Oceano Pacífico equatorial.
– Estamos começando uma nova fase (fria) que para o Sudeste está associada a longos períodos com menores volumes de chuvas anuais – explica ele.
Outro fator que poderia influenciar nas condições do clima durante o verão está relacionado com o ciclo interanual do oceano Pacífico, ou seja, formação dos El Niños e La Niñas.
Pelo terceiro verão consecutivo, o oceano Pacífico apresenta uma condição neutra, ou seja, sem El Niño e nem La Niña. Já na escala intrasazonal, que define condições das Zonas de Convergência do Atlântico sul (ZCAS) e os Bloqueios Atmosféricos no Pacífico sul, há um desfavorecimento destes sistemas desde o ano passado.
– As frentes frias não são intensas quando chegam ao Sudeste, ou até mesmo nem chegam e ficam bloqueadas no Sul do Brasil – exemplifica Paulo.
Avaliando as principais consequências desse cenário climático, Paulo Etchichury define previsões estendidas para as principais culturas.
Soja
As condições climáticas de 2015 serão semelhantes ao observado na safra anterior.
– Para o Centro-Oeste chuvas em torno da média, apenas com irregularidade na distribuição – diz Etchichury.
As chuvas de verão estarão associadas à umidade da Amazônia, o que diminui o risco de eventos extremos e duradouro como as chamadas “invernadas”, excessos de dias chuvosos. Para as lavouras do Sul do Brasil, mesmo sem garantir uma condição ideal, há uma diminuição do risco de estiagens duradouras e de grandes proporções, principal risco das lavouras dessa região.
Já para as lavouras do Nordeste do Brasil, especialmente a região do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (Mapitoba) em 2015 haverá uma repetição da irregularidade na distribuição das chuvas, alternando períodos com chuvas e períodos secos, cujo risco principal está associado à falta de chuvas, a exemplo das duas últimas safras.
Café, Cana-de-Açúcar e Laranja
A distribuição de chuvas durante o verão vai melhorar um pouco, o que favorece a reposição parcial do deficit hídrico acumulado nos últimos meses e desenvolvimento das fases vegetativas. Em São Paulo a seca causou prejuízo de 50% na produção de laranja e mais de quatro mil propriedades paulistas deixaram de produzir a fruta.
– Permanece a previsão de episódios de chuvas isolados durante o período seco, assim como tem se observado nos últimos três anos. Esta condição, por vezes, compromete as fases de floração, amadurecimento e colheita – alerta o climatologista.
Milho segunda safra
Mesmo com redução no volume de chuvas a partir de abril nas áreas produtoras de Mato Grosso e Goiás, assim como já ocorreu nas últimas duas safras, podem ocorrer episódios de chuvas (frentes frias) entre abril e maio. Estas chuvas são fundamentais para o fechamento da lavoura. Para esses estados, o risco está associado à falta de chuva na fase final, cujas consequências e impactos vai depender muito da data de plantio.
Já para as lavouras do Paraná e de Mato Grosso do Sul, as frentes frias devem manter certa regularidade e oferecer assim boas condições de umidade do solo para o desenvolvimento dessas culturas. Para esses dois estados, assim como já observado na safra passada, o principal risco está associado ao frio, visto que a condição de neutralidade climática em relação às águas do Pacífico equatorial aumenta o risco de geadas a partir da segunda quinzena de maio. Ressaltando sempre que o risco de geadas varia de acordo o a data de plantio. Quanto mais tarde, maior o risco.
Pastagens
Uma melhor distribuição das chuvas durante o verão sobre o Sudeste e o Centro-Oeste deve garantir um melhor desenvolvimento das pastagens, mesmo assim, dificilmente haverá a recuperação de todo o deficit hídrico acumulado nos últimos anos, dificultando a recuperação total dos rios, reservatórios e lençol freático. Por outro lado, o padrão climático favorece episódios de chuvas durante o período seco (inverno), o que auxilia a manutenção das pastagens.
Mas estas alternâncias variam e duram conforme o ciclo climático responsável. Dentre os ciclos climáticos mais conhecidos e que frequentemente estão relacionados com o nosso dia a dia, podemos destacar a sazonalidade (estações do ano), interanualidade (ocorrências de El Niño ou La Niña), interdecadal (ciclo 30 anos do Oceano Pacífico) e a intrasazonalidade (30/60 dias).
Avaliando todos esses ciclos, é fato que o ano de 2015 começa com problemas de clima que perduram desde os últimos anos. Segundo Paulo Etchichury, climatologista da Somar, o problema da redução das chuvas está associado à Oscilação Interdecadal do Oceano Pacífico equatorial.
– Estamos começando uma nova fase (fria) que para o Sudeste está associada a longos períodos com menores volumes de chuvas anuais – explica ele.
Outro fator que poderia influenciar nas condições do clima durante o verão está relacionado com o ciclo interanual do oceano Pacífico, ou seja, formação dos El Niños e La Niñas.
Pelo terceiro verão consecutivo, o oceano Pacífico apresenta uma condição neutra, ou seja, sem El Niño e nem La Niña. Já na escala intrasazonal, que define condições das Zonas de Convergência do Atlântico sul (ZCAS) e os Bloqueios Atmosféricos no Pacífico sul, há um desfavorecimento destes sistemas desde o ano passado.
– As frentes frias não são intensas quando chegam ao Sudeste, ou até mesmo nem chegam e ficam bloqueadas no Sul do Brasil – exemplifica Paulo.
Avaliando as principais consequências desse cenário climático, Paulo Etchichury define previsões estendidas para as principais culturas.
Soja
As condições climáticas de 2015 serão semelhantes ao observado na safra anterior.
– Para o Centro-Oeste chuvas em torno da média, apenas com irregularidade na distribuição – diz Etchichury.
As chuvas de verão estarão associadas à umidade da Amazônia, o que diminui o risco de eventos extremos e duradouro como as chamadas “invernadas”, excessos de dias chuvosos. Para as lavouras do Sul do Brasil, mesmo sem garantir uma condição ideal, há uma diminuição do risco de estiagens duradouras e de grandes proporções, principal risco das lavouras dessa região.
Já para as lavouras do Nordeste do Brasil, especialmente a região do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (Mapitoba) em 2015 haverá uma repetição da irregularidade na distribuição das chuvas, alternando períodos com chuvas e períodos secos, cujo risco principal está associado à falta de chuvas, a exemplo das duas últimas safras.
Café, Cana-de-Açúcar e Laranja
A distribuição de chuvas durante o verão vai melhorar um pouco, o que favorece a reposição parcial do deficit hídrico acumulado nos últimos meses e desenvolvimento das fases vegetativas. Em São Paulo a seca causou prejuízo de 50% na produção de laranja e mais de quatro mil propriedades paulistas deixaram de produzir a fruta.
– Permanece a previsão de episódios de chuvas isolados durante o período seco, assim como tem se observado nos últimos três anos. Esta condição, por vezes, compromete as fases de floração, amadurecimento e colheita – alerta o climatologista.
Milho segunda safra
Mesmo com redução no volume de chuvas a partir de abril nas áreas produtoras de Mato Grosso e Goiás, assim como já ocorreu nas últimas duas safras, podem ocorrer episódios de chuvas (frentes frias) entre abril e maio. Estas chuvas são fundamentais para o fechamento da lavoura. Para esses estados, o risco está associado à falta de chuva na fase final, cujas consequências e impactos vai depender muito da data de plantio.
Já para as lavouras do Paraná e de Mato Grosso do Sul, as frentes frias devem manter certa regularidade e oferecer assim boas condições de umidade do solo para o desenvolvimento dessas culturas. Para esses dois estados, assim como já observado na safra passada, o principal risco está associado ao frio, visto que a condição de neutralidade climática em relação às águas do Pacífico equatorial aumenta o risco de geadas a partir da segunda quinzena de maio. Ressaltando sempre que o risco de geadas varia de acordo o a data de plantio. Quanto mais tarde, maior o risco.
Pastagens
Uma melhor distribuição das chuvas durante o verão sobre o Sudeste e o Centro-Oeste deve garantir um melhor desenvolvimento das pastagens, mesmo assim, dificilmente haverá a recuperação de todo o deficit hídrico acumulado nos últimos anos, dificultando a recuperação total dos rios, reservatórios e lençol freático. Por outro lado, o padrão climático favorece episódios de chuvas durante o período seco (inverno), o que auxilia a manutenção das pastagens.
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