sábado, 3 de março de 2012


 
DENOMINAÇÃO E ORIGEM DE OVINOS DA RAÇA MORADA NOVA
A origem de ovelhas da raça morada Nova, até hoje, não é bem definida cientificamente. Passando por Morada Nova em 1937, o professor e zootecnista Otávio Domingues observou na cidade, a presença de ovelhas deslanadas. Continuando suas observações em viagens empreendidas em 1940, deparou com mais exemplares em Quixadá, Quixeramobim, Crateús, Sobral, Tauá e outras cidades do interior cearense, e também no estado do Piauí. Tendo em vista Ter sido em Morada Nova onde Otávio Domigues registrou a ocorrência do carneiro deslanado pela primeira vez, designou o nome "Morada Nova". Interessando-se pelo carneiro Deslanado, Otávio Domingues indagou a varias pessoas sobre a origem do Deslanado. Falaram-lhe em Riacho do Sangue (hoje Frade). Chegando lá, o informe que teve foi de que a raça era muito antiga, de mais de meio século, e eram denominados de "pelados" e "meladinhos". Ninguém soube dizer de onde foram trazidos. CONHECIDOS HÁ MAIS TEMPO A ocorrência de carneiros Deslanados no Nordeste já tinha sido constatada em 1816 pelo inglês Henry Koster; por Georges Gardner em 1849 e Humberto de Andrade e N. Alhanssof, em 1927. Mais nenhum desses estudiosos tinha designado um nome especial aos carneiros, apenas "Deslanados". Com a ajuda de Aristóbulo de Castro, também zootecnista cearense, foi possível a Otávio Domingues um estudo profundo sobre os Deslanados, o que lhe foi preciso muitos anos, aproveitando escrever um livro sobre os carneiros: " Origem do Carneiro Deslanado do Nordeste", publicado em 1954. Em seus estudos e pesquisa, Otávio Domingues analisa as possíveis explicações para a formação do Deslanado, na região nordestina, destacando principalmente os fatores originados por mutação; por regressão a uma forma antepassada de carneiros sem lã; e também por recombinação dos fatores mendelianos, motivada pela mestiçagem. Também analisa e conclui a hipótese do Deslanado descender do carneiro Bordaleiro Português, que veio ao Brasil, na época do povoamento dos sertões, onde sofreu um processo de adaptação, por variação e seleção natural. Dessa maneira, tanto a variação genética, como a ação seletiva do ambiente quente e seco do Nordeste, agiram no sentido desfavorável de lã, e favoráveis à multiplicação destes carneiros.
CARACTERÍSTICA
Os animais pertencentes à raça Morada Nova tem sido selecionados mais intensamente pela ausência de lã, cor vermelha, com ponta da cauda branca e cascos pretos. A cor branca também é aceita. Animais que não tem essas características são eliminados. Os padrões raciais da raça Morada Nova, de acordo com a Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos da Raça Morada Nova, são as seguintes: AUSÊNCIA de chifres, porem nos machos é admitida a presença de rudimentos. O TÓRAX é profundo, costelas chatas, ventre pouco desenvolvido. COXAS musculosas, nádegas delgadas. No macho, garrote aparente e nas fêmeas, apagado. CABEÇA larga e alongada, perfil subconvexo, olhos amendoados e fucinho curto. ORELHAS em forma de concha, cerca de 9 cm de comprimento, terminando em pontas. PESCOÇO fino, embutido no tronco, provido ou não de brincos. TRONCO com linha dorso lombar reta, admitindo-se ligeiramente selada nas fêmeas. GARUPA curta, com ligeira inclinação. CAUDA fina e comprida, inserção baixa. MEMBROS finos, bem aprumados, cascos pequenos; resistentes e escuros. PÊLOS curtos, finos, e ásperos. PELE escura, boa espessura, elástica, forte e resistente. (A MELHOR PELE DO MUNDO). PELAGEM vermelha nas suas diversas tonalidades, ponta da cauda branca, pele escura, recoberta de pêlos escuros. Mucosa e cascos escuros. A PELAGEM BRANCA apresenta as mesmas características, com exceção da cor.

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