Importância do diagnóstico da qualidade do solo em áreas de produção de grãos
O protagonismo brasileiro no agronegócio mundial depende do desenvolvimento e da adoção de tecnologias que aumentem a produtividade e a eficiência de uso dos insumos e dos recursos ambientais, o que permite a racionalização dos custos e o incremento da estabilidade da produção. Nesse sentido, o manejo e a conservação do solo merecem destaque, tanto pelo seu papel na preservação da água e do ar, quanto por determinarem, em grande parte, a produtividade das culturas. Nas últimas 25 safras, houve aumento expressivo da produtividade da soja brasileira, cerca de 47 kg de grãos/ha/ano
O protagonismo brasileiro no agronegócio mundial depende do desenvolvimento e da adoção de tecnologias que aumentem a produtividade e a eficiência de uso dos insumos e dos recursos ambientais, o que permite a racionalização dos custos e o incremento da estabilidade da produção. Nesse sentido, o manejo e a conservação do solo merecem destaque, tanto pelo seu papel na preservação da água e do ar, quanto por determinarem, em grande parte, a produtividade das culturas. Nas últimas 25 safras, houve aumento expressivo da produtividade da soja brasileira, cerca de 47 kg de grãos/ha/ano. No entanto, um dos fatores que certamente vêm limitando a obtenção de maiores produtividades da soja e de outras culturas de grãos é a inadequada qualidade física, química e biológica do solo.
Nas áreas de produção de grãos, geralmente o monitoramento da qualidade
do solo se restringe à avaliação de variáveis químicas. No entanto, a
avaliação mais ampla do solo, considerando variáveis físicas e
biológicas é essencial para identificar fatores que limitam a
sustentabilidade da produção agrícola em escala regional, balizando
ações corretivas no curto/médio prazos, bem como estratégias de pesquisa
e transferência de tecnologia.
Em uma parceria entre a Embrapa Soja e a cooperativa Cocamar foram avaliadas 24 áreas de produção comercial de grãos em 11 municípios das regiões norte e noroeste do Paraná, em uma abordagem inovadora de pesquisa “on farm” – na fazenda. As áreas analisadas possuem solos de diferentes classes texturais, desde arenosos a muito argilosos e utilizavam diferentes níveis de diversificação de espécies agrícolas. Os resultados demonstraram que os três principais fatores relacionado ao solo limitantes à produtividade foram: 1) degradação da estrutura do solo, por compactação e desagregação excessivas; 2) baixa cobertura do solo; 3) acidez do solo. Isso decorre do predomínio de modelos de produção com baixa diversidade biológica e aporte insuficiente de biomassa da parte aérea e das raízes; do uso frequente de operações de preparo do solo sem obedecer a critérios técnicos; e da ausência da realização de calagem e gessagem, de acordo com recomendações embasadas em análises químicas do solo. A semeadura em desnível, a falta de manutenção dos terraços e, em alguns casos, a ausência dos mesmos, também são aspectos que requerem atenção nas regiões norte e noroeste do Paraná.
A abordagem desenvolvida nesse estudo pode ser reproduzida por cooperativas, órgãos de assistência técnica e empresas para fazer uma análise ampla da qualidade do solo, identificando gargalos que dificultam o aumento da produtividade, da estabilidade de produção face à ocorrência de adversidades climáticas e da rentabilidade nas diferentes regiões em que atuam. A publicação pode ser obtida na íntegra no endereço: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1136355
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