segunda-feira, 7 de maio de 2018

Faturamento na ExpoZebu já está próximo dos R$ 30 milhões

O fim da vacinação do rebanho contra a febre aftosa foi discutido ontem em Uberaba

Foto leilão - Expozebu (Foto: Luiz Felipe Santos)
A pecuária de corte está melhor neste ano em comparação a 2017 e, consequentemente, tem ajudado nos resultados dos leilões. Essa opinião foi manifestada por criadores e diretores de empresas leiloeiras, como Paulo Horto, da Programa, que promove as principais vendas. Ele lembra, no entanto, que a alta seleção dos zebuínos ofertados sempre colocou os pregões da ExpoZebu, que está sendo realizada em Uberaba (MG), entre os mais movimentados do país.
Os remates movimentaram, até quinta-feira (3), R$ 29,6 milhões. Assim, a expectativa é que somente os leilões devem obter um faturamento superior ao total do ano passado, que atingiu R$ 35 milhões, somando os pregões e shoppings de gado.
A noite de ontem foi marcada pela realização do leilão Caminho das Índias da raça Gir. O evento registrou receita de R$ 1,668 milhão com a venda de 33 animais. Boom resultado, em consonância com a boa fase que a raça produtora de leite atravessa. Estão faltando quatro leilões. A ExpoZebu termina no próximo domingo.
O animal mais valorizado da feira foi o touro nelore Landau da Di Gênio, que teve 50% do seu serviço negociado por R$ 1.260,000 no leilão “Elo de Raça”, na Chácara Mata Velha.
Estive no Parque Fernando Costa com Paulo de Castro Marques. Ele promove o seu leilão Casa Branca de brahman nesta sexta-feira às 20 horas e está muito animado. “Muitos produtores estão atrás de qualidade para a melhora do seu rebanho. Tenho sido bastante procurado por selecionadores que desejam informações acerca do brahman que o leilão oferece hoje”, diz.
Aftosa
Conversei também com João Gilberto Bento, gerente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), que organiza a ExpoZebu. É que ontem houve um debate sobre a criação de um Fundo Indenizatório para a retirada da vacinação contra a febre aftosa no Estado de Minas Gerais.
O debate foi promovido pela ABCZ e o Núcleo dos Sindicatos Rurais do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, regiões mineiras de pecuária tradicional. Participou também o superintendente técnico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Altino Rodrigues Neto, que explicou sobre como o Fundo pode representar uma vantagem para os criadores.
Altino disse que o fundo é necessário para que o Brasil e Minas Gerais avancem no controle sanitário e, principalmente para resguardar os produtores sobre um possível aparecimento de doenças quando da retirada da vacina contra a febre aftosa, em 2021. “Até esse prazo precisamos ter um fundo constituído que dê tranquilidade aos produtores”, afirma Altino.
João Gilberto afirmou que “existem ainda muitas questões que precisam ser respondidas, para um projeto de erradicação que já está batendo na nossa porta. Acredito que a ABCZ, em 2019, continuará trazendo esse tema para a ExpoZebu, como também em 2020, cumprindo o seu papel de colocar na pauta da feira os grandes temas da pecuária nacional.”
Eu lembro que a retirada da vacinação contra a aftosa é assunto do momento no Brasil.
Nutrição
Caminhando pelo Parque Fernando Costa parei no estande da Guabi, empresa de produtos de nutrição e saúde animal.  Os profissionais da empresa que atuam em todo o Brasil estão animados com o movimento. José Leonardo Ribeiro, gerente de produtos de ruminantes, disse que o foco da discussão está na importância da suplementação de animais manejados em regime de pasto ou em semiconfinamento, principalmente. “O sistema de criação de bovinos baseado na forragem é preponderante no Brasil. Por este motivo, pecuaristas que não compreendem a relação e a integração solo/planta/animal dificilmente utilizarão os recursos disponíveis de maneira eficiente.”
Ribeiro explica que a preocupação agora é mostrar para o produtor os programas nutricionais para o período seco, que está começando.
Ele adiantou ainda que a Guabi procura levar ao campo informações para que o produtor se paute por conta de seu objetivo específico. “Temos que mostrar a cada um sua realidade. Há diferentes formas de trabalhar o manejo no Brasil. Depende de clima, número de animais, tipos de pastagem e etc. A Guabi leva as informações todas para cada fazenda, especificamente”, diz.

É o que eu chamo de pecuária moderna, afinal são diferentes modalidades de experiências.

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