terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Casos de sucesso são apresentados em Seminário do MDA

A Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) tem contribuído significativamente para a melhoria da qualidade de vida de milhares de famílias brasileiras que vivem no campo. Nesta sexta-feira (2), durante o IV Seminário do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) que acontece até o dia 3 em Brasília, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) apresentou a Rede Nacional de Assessoramento Técnico.
Esse novo instrumento de apoio ao agricultor familiar funcionará de forma articulada com a Rede Nacional de Ater e outras 14 organizações que já executam ações dessa natureza nas áreas rurais do País.
De acordo com o secretário de Reordenamento Agrário do MDA, Adhemar Lopes de Almeida,“a rede visa articular as organizações que tenham desempenho e metodologia destacadas na atuação junto ao PNCF” .  Para ele, é importante identificar boas experiências, boas práticas, registrar e divulgar: “É um processo que busca qualificar, articular, e ao mesmo tempo vai nos permitir um monitoramento e um controle social bastante eficientes”, observou.
Adhemar comentou ainda que, paralelamente à rede, será criado um instrumento de gestão chamado Coletivo Nacional de Assistência Técnica do PNCF.
Os trabalhos apresentados nesta sexta foram desenvolvidos por organizações vencedoras de chamadas públicas de Ater realizadas pelo MDA.
Vistoria Social
A Rede Nacional de Assessoramento Técnico pretende divulgar experiências bem sucedidas como a da Unidade Técnica Estadual (Ute) do Rio Grande do Norte. Ali, o trabalho de vistoria social é prestado às famílias que querem  adquirir imóveis ou terras por meio do Programa Nacional de Crédito Fundiário. O grupo dá aos interessados informações sobre as áreas escolhidas, assim como as linhas de crédito existentes, os critérios para participação e as condições de financiamento, entre outros aspectos do Programa.
Entre 2008 e 2011, foram vistoriadas 2.464 famílias. Destas, 637 aderiram ao programa. “O resultado é uma melhor qualificação na inserção das famílias, evitando o uso do programa por pessoas que não exercem atividades ligadas à agricultura, não possuem aptidão para a atividade e nem tem o perfil de enquadramento necessário”, explicou o técnico social Raimundo França.
Outro exemplo destacado durante o Seminário foi o trabalho de assistência técnica no Mato Grosso do Sul. As atividades abrangeram 578 beneficiários do Programa Nacional de Crédito Fundiário, todos moradores de Jaraguari e Terenos.
André Jara, 70 anos, está há 10 assentado no Vale Verde, em Jaraguari. Produtor de gado leiteiro, André sustentava a mulher e o filho com uma renda mensal média de R$ 300, obtida com a venda dos queijos que produzia. Com o incentivo da assistência técnica, além de criar as suas quatro vacas, passou a cultivar melancia. Plantou cerca de 360 pés da fruta. “Já vendi 120 unidades a R$ 5 cada. Então, dobrei o lucro do queijo, o que me deixou animado! A assistência técnica dá conhecimento e força para a gente enfrentar a luta - que é difícil -, mas com acompanhamento dá certo”, contou.
Sobre o Programa
O Ministério do Desenvolvimento Agrário, por meio da Secretaria de Reordenamento Agrário, desenvolve o Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) que oferece condições de financiamento para os trabalhadores rurais sem terra ou com pouca terra, interessados em comprar um imóvel.
O recurso ainda é usado na organização da infraestrutura necessária para a produção, assistência técnica e extensão rural. Além da terra, o agricultor pode construir sua casa, preparar o solo, comprar implementos, ter acompanhamento técnico e o que mais for necessário para se desenvolver de forma independente e autônoma. O financiamento pode ser coletivo ou individual.

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