segunda-feira, 8 de agosto de 2022

 

Uso de inoculante ajuda a reduzir as perdas de produtividade do milho consorciado com braquiária

   

No consórcio entre milho e braquiária pode ocorrer deficiência de nitrogênio em função da demanda pelo nutriente por parte das duas culturas. Para suprir as necessidades do nutriente, produtores recorrem à adubação nitrogenada. Bactérias do gênero Azospirillum brasilense promovem o crescimento de raízes das plantas, maximizando a fixação do nitrogênio, reduzindo assim o uso de fertilizantes químicos. Solos argilosos e lavouras consorciadas com duas gramíneas apresentaram resultados positivos de produtividade de grão de milho, com uso de Azospirillum brasilense.

A pesquisa goi conduzida pela Embrapa Agropecuária Oeste (MS) e comprovou que o uso de inoculante à base da bactéria Azospirillum brasilense no milho consorciado com braquiária contribui para a redução das perdas de produtividade do grão causadas pela competição da forrageira. Os resultados da pesquisa abrem novos horizontes para o consórcio das duas culturas.

Além do bom desempenho agronômico, o microrganismo, quando em associação com gramíneas, como o milho, promove o crescimento das raízes, em virtude da ação dos fitohormônios, viabilizando a fixação do nitrogênio nas plantas. A tecnologia favorece a redução do uso de adubos nitrogenados e uma agricultura mais sustentável. O trabalho foi publicado na revista Pesquisa Agropecuária Brasileira (PAB).

O engenheiro agrônomo e analista da Embrapa Gessí Ceccon ressalta a importância da pesquisa. Ele explica que, no caso da lavoura de milho consorciada com braquiária, ocorre, geralmente, deficiência de nitrogênio, um dos principais elementos responsáveis pela produção dos grãos. A alta demanda desse elemento químico pelas plantas e sua baixa disponibilidade em solos brasileiros tornam a adubação nitrogenada uma prática indispensável.

“Os fertilizantes inorgânicos acabam sendo a forma tradicional e padrão de adição desse nutriente no solo”, afirma Ceccon. A tecnologia de inoculação amparada em um insumo biológico, como o Azospirillum brasilense, associado a um inseticida biológico, diminui impactos ambientais. “Essa é uma alternativa sustentável e viável em tempos de escassez e preços elevados dos fertilizantes químicos”, reforça.

O engenheiro agrônomo salienta ainda que, a partir do segundo ano de consórcio, a braquiária começa a deixar no solo cobertura, ou seja, matéria orgânica, o que contribui para o maior crescimento das raízes de milho. “A inoculação do milho com Azospirillum não substitui completamente a adubação química, que contém outros elementos, além do nitrogênio, tais como potássio, fósforo, cálcio e magnésio. Mas reduz os custos relacionados à quantidade de fertilizantes demandada pelas lavouras, proporcionando ganhos para o produtor.”

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