sexta-feira, 31 de maio de 2019

Cresce o mercado de plantas não convencionais no Brasil

As hortaliças conhecidas pela sigla PANCs – Plantas Não Convencionais – atraem agricultores que querem diversificar produção de alimentos orgânicos e mais nutritivos. Muitas dessas plantas crescem espontaneamente em qualquer lugar, como aquele matinho ou trepadeira no quintal de casa ou terrenos baldios. São ora-pro-nóbis, quiabo de metro, capuchinha, vinagreira e yacon. Os nomes são familiares em algumas regiões e totalmente desconhecidos em outras.
Muita gente não sabe, mas essas plantas, apesar de terem a aparência de ervas daninhas, guardam alto teor de nutrientes e podem ser fonte de renda para produtores, principalmente da agricultura familiar. Os benefícios variam de acordo com a planta e já atraem muitos pesquisadores e chefs de cozinha que têm introduzido as PANCs em receitas gourmets e diferenciadas em restaurantes de grandes centros urbanos.
“As Plantas Alimentícias Não Convencionais são aquelas que não são corriqueiras, não têm cadeia produtiva estabelecida, não estão no supermercado de primeiro de janeiro a 31 de dezembro como as convencionais”, explica Nuno Madeira, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O especialista acrescenta que o resgate do uso desse tipo de planta é importante devido ao grande valor nutricional e para a valorização cultural e histórica do país. A Embrapa estima que o Brasil tenha pelo menos 50 espécies de PANCS, entre nativas, exóticas ou naturalizadas. “As naturalizadas foram trazidas ou pelos escravizados ou pelos colonos europeus e asiáticos e se inseriram no nosso bioma. A gente até acha que a vinagreira é maranhense, mas é africana, que o inhame do Espírito Santo é capixaba, mas ele é asiático”.

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