quarta-feira, 29 de maio de 2019

Cachaças e aguardentes de cana registradas no país somam mais de 5,5 mil

Produção

Dados são do Anuário 2019 lançado nesta terça-feira pelo Mapa

 Secretário adjunto de Defesa Agropecuária do Mapa, Fernando Mendes durante lançamento do anuáro
Secretário adjunto de Defesa Agropecuária do Mapa, Fernando Mendes durante lançamento do anuáro

Atualmente, existem 3.648 cachaças e 1.862 aguardentes de cana registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, de acordo com o Anuário da Cachaça Brasil 2019, lançado nesta terça-feira (28). São 951 produtores de cachaça e 611 de aguardente. Somados, os dois representam cerca de um quarto do total de produtores de todas as bebidas registradas e produzidas no país, que é de 6.362.
O levantamento contém dados oficiais sobre a bebida, que é produzida em mais de 800 municípios brasileiros. A região Sudeste domina a produção de cachaça, se destacando Belo Horizonte e Salinas (MG). E entre os municípios com maior número de registros estão Ivoti (RS), Areia e Campina Grande (PB).
Já os registros de aguardente se concentram  no Nordeste, especialmente em Fortaleza e Viçosa do Ceará. No Rio Grande do Sul, se destaca a cidade de Lajeado e, no Espírito Santo, Castelo.
O lançamento aconteceu na Confederação da Agricultura e Pecuária Brasileira (CNA), junto com o Ibrac.
Padrões
O anuário classifica as bebidas também de acordo com padrões de produção e de envelhecimento, por categorias. Também faz a distinção entre a cachaça, que é feita a partir do mosto (líquido) fermentado do caldo da cana-de-açúcar, enquanto a aguardente pode ser também um destilado alcoólico simples. Outro diferencial, é que no primeiro caso, a composição alcoólica pode variar entre 38% e 48%, e no segundo, entre 38% e 54%.
A classificação leva em conta aromas e sabores, daí a adoçada, envelhecida, premium, extra premium. O mercado tem crescido, no país, tanto que foi criada a profissão especializada de  cachacièr – provador oficial que desvenda a qualidade do produto, enaltecendo o que há de melhor. O cachacièr está para a cachaça assim como o sommelièr está para o vinho.
Os termos cachaça e cachaça do Brasil são indicações geográficas para o nosso país, portanto a denominação só pode ser utilizada por produtores nacionais, além de citar os acordos internacionais existes sobre o assunto. 
De acordo com a auditora fiscal do Mapa, Andréia Gerk, o papel do ministério é o de normatizar e registrar os estabelecimentos e os produtos. "Também é responsável pela fiscalização deles, através de coleta de amostra para verificar se os produtos estão dentro dos padrões de qualidade e identidade estabelecidos nas normas do ministério”. Ela também esclarece que o registro do produtor e do produto, agora, é automatizado, e está disponível no site do Mapa.
Cenário
O coordenador-geral de Vinhos e Bebidas da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa, Carlos Muller, destacou que essa é a primeira vez que são lançados números sobre produtores e produtos registrados no Ministério. "Essas estatísticas são essenciais para o setor se organizar e a gente promover melhores regulações para este meio", disse.
De acordo com o diretor executivo do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), Carlos Lima, o anuário representa um importante passo para o crescimento e o aprimoramento do segmento no país, uma vez que, a base da construção de políticas públicas é a existência de números oficiais e atualizados. “A cadeia produtiva da cachaça é hoje responsável por empregar mais de 600 mil brasileiros. Tendo em vista a produção distribuída em 26 unidades da federação e a quantidade de produtores registrados, esperamos obter um maior apoio do governo brasileiro para que o desenvolvimento da categoria se dê de maneira sustentável nos próximos anos, contribuindo ainda mais para a geração de emprego e renda no país”, observou.
Para Lima, o anuário pode ser um instrumento para a elaboração de políticas públicas e de regulação para o setor, especialmente para retirar produtores da informalidade.
Angélica Salado, da Euromonitor International, que também participou do lançamento do anuário, diz que, em meio a um cenário econômico ainda volátil, que resulta em instabilidade nas vendas, a cachaça segue sendo o destilado mais importante na cesta de bebidas dos brasileiros, embora outros destilados ganhem força, como o gim, por exemplo. “Embora os investimentos em novos produtos, focando em novas ocasiões de consumo, novos formatos de embalagem, diferentes canais e plataformas de preço tenham sido fundamentais para manter a cachaça competitiva até o momento, os cenários macroeconômico e regulatório ainda representam desafios para que a cachaça atinja o seu potencial de mercado no Brasil, mantendo não apenas o produto como líder da cesta de destilados, mas também fomentando o potencial da cadeia de produção brasileira de bebidas”, afirmou.

Nota do Blog: Apesar do RN ser um pequeno produtor de cana de açúcar, nunca se destacou em fabricação de cachaças. É um empreendimento que gera renda e emprego. A região Oeste do estado, mais precisamente os municípios de Itaú, Apodí produziam uma boa cachaça artesanalmente, reconhecidas nacionalmente.  Não custa nada avisar aos consumidores mais atirados, que a cachaça em excesso, causa cirrose.

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