Saem novas regras para a produção de leite
INs
Rede de laboratórios credenciada junto ao Mapa terá capacitação para pessoal de captação de estabelecimentos industriais
O Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) fixou novas regras para a
produção de leite no país, especificando os padrões de identidade e
qualidade do leite cru refrigerado, do pasteurizado e do tipo A. As
mudanças foram publicadas na edição desta sexta-feira (30) no Diário
Oficial da União, nas Instruções Normativas (INs) 76 , e, na 77. Na IN 78,
são definidos os critérios a serem seguidos nas provas de produção. As
Normas entram em vigor em 180 dias, quando serão revogadas as instruções
51/2002, 22/2009, 62/2011, 07/2016 e 31/2018.
A IN 76 trata das características e da
qualidade do produto na indústria. Na IN 77, são definidos critérios
para obtenção de leite de qualidade e seguro ao consumidor e que
englobam desde a organização da propriedade, suas instalações e
equipamentos, até a formação e capacitação dos responsáveis pelas
tarefas cotidianas, o controle sistemático de mastites, da brucelose e
da tuberculose.
Em relação à identidade e qualidade, no
caso do leite cru refrigerado foi mantida a contagem bacteriana máxima
de 300 mil unidades por ml e 500 mil células somáticas por ml.. O
produto não deve apresentar substâncias estranhas à sua composição, como
agentes inibidores do crescimento microbiano, neutralizantes da acidez
nem resíduos de produtos de uso veterinário.
Segundo a responsável pelo Programa
Nacional de Qualidade do Leite no Departamento de Inspeção de Produtos
de Origem Animal (Dipoa), Mayara Souza Pinto, “as normas têm como
objetivo atualizar os critérios de produção e seleção de leite de
qualidade, com foco nas boas práticas agropecuárias e na educação
sanitária”.
Com o novo regramento, os produtores
poderão intensificar o controle na obtenção de leite, aplicando
ferramentas de gestão de qualidade nas propriedades, incluindo manejo
sanitário, refrigeração e estocagem, qualidade da água, uso racional de
medicamentos veterinários, adoção de boas práticas de bem estar animal.
A Rede Brasileira de Laboratórios da
Qualidade do Leite (RBQL), credenciada junto ao Mapa e responsável pela
análise do produto comercializado cru em todo o país passará também a
oferecer capacitação ao pessoal responsável pela captação nos
estabelecimentos industriais, o que propiciará a recepção com contagem
bacteriana baixa e o consequente aumento do rendimento industrial e da
qualidade do leite e de seus derivados.
Na avaliação de Mayara Souza, “a
implementação das normas permitirá avanço significativo nos índices de
qualidade, o aumento da produtividade leiteira, a oferta de alimentos
mais seguros à população e a queda de barreiras comerciais para
exportação”.
Os estados e municípios que não dispõem
de legislação específica e equivalente sobre qualidade deverão adotar
essas normas como referência nos serviços de inspeção estaduais e
municipais.
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