Embrapa Algodão lança cultivar de mamona
A cultivar foi testada na região Nordeste e ainda em GO, RO e RS, mostrando-se mais produtiva
A cultivar de mamona BRS Gabriela será lançada, em julho, durante o V
Congresso de Mamona que acontece entre 16 e 19, em Guarapari (ES). O
evento é realizado pela Embrapa Algodão (Campina Grande-PB), Embrapa
Agroenergia (Brasília-DF), Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa) e o Incaper/Governo do Estado do Espírito Santo. A
cultivar, desenvolvida pela Embrapa Algodão, é um material precoce com
alto teor de óleo e com ampla adaptação, em relação às existentes no
mercado.A nova cultivar tem ciclo em torno de 150 dias entre o plantio e a maturação dos últimos racemos. Apresenta produtividade média de 1.900 kg/ha em sequeiro, com altura de planta em torno de 160 cm. Em relação ao peso de 100 sementes, a BRS Gabriela, pode variar de 50 a 55 gramas, sendo que a BRS Energia é de 35 a 42 gramas. As sementes são rajadas, marrom avermelhada e bege, com teor de óleo em média de 50%.
Em virtude da maioria dos cultivos de mamona serem realizados em região semiárida, é fundamental que sejam utilizadas cultivares precoces, pois com isso reduz-se o período que a planta necessita de maiores volumes de água e é possível produzir mesmo com curtos períodos de chuva, explica a pesquisadora da Embrapa Algodão Máira Milani. Os pesquisadores Márcia Nóbrega, Francisco Pereira de Andrade e Nelson Dias Suassuna também são responsáveis pelo lançamento da cultivar.
A cultivar BRS Gabriela tem origem na linhagem CNPAM 2001-42, selecionada em 2001, em Irecê-BA, a partir de linhagens segregantes oriundas de cruzamentos entre as cultivares BRS Nordestina e BRS Paraguaçu, com altura inferior aos parentais. “Tem excelentes indicações para agricultura familiar”, destaca Máira. “Recomendamos o cultivo solteiro, ou seja, o monocultivo. Mas a BRS Gabriela também pode ser cultivada em consórcio com culturas de pequeno porte e ciclo curto, como o feijão, o caupi e o amendoim” adianta a pesquisadora.
A cultivar foi testada em todos os estados da região Nordeste, e ainda em Goiás, Roraima e Rio Grande do Sul, mostrando-se mais produtiva que a BRS Energia na maioria dos estados ou com diferenças não significativas.
O óleo de mamona tem diversos usos e alto preço no mercado. Pode ser utilizado desde lubrificantes, tintas, até próteses ósseas e plástico biodegradável. Além destes usos do óleo de mamona, há o uso deste na fabricação do biodiesel, que é um combustível limpo e renovável.
A mamona tem área de cultivo no Brasil entre 120 a 150 mil hectares, estando cerca de 80% da produção na Bahia. Entre os principais estados produtores também figuram Ceará, São Paulo, Minas Gerais, e Piauí. Na Bahia, a produtividade é de 600 a 700 kg de bagas por hectare, com teor de óleo de 48%. Melhorando os sistemas de produção, diz Máira Milani, pode-se, no mínimo, dobrar essa produtividade. O aumento de produção do óleo de mamona poderá atender ao mercado brasileiro, que importa grandes volumes dessa matéria-prima da Índia, para atender a demandas crescentes das indústrias de lubrificantes, nylon, tintas, produtos secativos e ácido ricinoleico, complementa Máira.
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