sábado, 28 de janeiro de 2017

Plano de ação pode ajudar a salvar aves


Arquivo ICMBio
Mutum: espécie ameaçada
Publicado nesta quinta (26/01), PAN-Mata Atlântica pode reduzir número de aves em risco de extinção nos próximos anos.


O bioma Mata Atlântica já perdeu algo em torno de 90% de sua vegetação nativa colocando em risco de extinção pelo menos 107 espécies de pássaros. As aves fazem parte da fauna mais sensível às mudanças ambientais e climáticas. Para assegurar sua preservação, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Ministério do Meio Ambiente, publicou, nesta quinta-feira (26/01), no Diário Oficial da União, o Plano de Ação Nacional para a Conservação das Aves da Mata Atlântica (PAN).
Ugo Vercillo, diretor do Departamento de Conservação e Manejo de Espécies do MMA, reforça que “o PAN vai integrar os diversos setores que atuam no esforços brasileiros para reduzir o números de aves silvestres ameaçadas de extinção”.  Para ele, o resultado poderá vir nos próximos anos, com a redução do números de pássaros da Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas de Extinção. O PAN vai até 2022.
A bióloga Priscila Amaral, do Centro Nacional de Pesquisas e Conservação das Aves Silvestres (Cemave/ICMBio), em Cabedelo, na Paraíba, responsável pela coordenação do PAN-Mata Atlântica, acredita que o plano dará mais agilidade às ações para salvar as espécies. “Poderemos estabelecer as prioridades e buscar os recursos necessários para preservar os habitats das aves ameaçadas com muito mais agilidade”, afirma.
DEVASTAÇÃO
O responsável pelo elevado números de aves sob ameaça de extinção é o homem. As mudanças de uso do solo, o desmatamento e poluição do ar, colocam em risco os habitats dos pássaros, sua reprodução e evolução genética. De acordo com Priscila, na Mata Atlântica “a fragmentação da vegetação é um grave problema para a sobrevivência das espécies”.
Ela explica que as unidades de conservação são as áreas que concentram as ações do Cemave. É nesses territórios, protegidos por legislações rígidas, que ocorre a pesquisa e a proteção dos pássaros. “Mesmo assim, ainda há muito a fazer para reduzir o número de espécies ameaçadas”, avalia.
A criação de corredores ecológicos, mosaicos e a recuperação de áreas degradadas são citadas entre as ações mais importantes para reduzir a vulnerabilidade.  O Cemave volta suas preocupações agora para a paisagem da restinga. A ocupação humana vem crescendo nessas áreas, e reduzindo a cobertura vegetal, importante para várias espécies de pássaros. 

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