Agricultores familiares podem formalizar a renegociação das dívidas até 15 de outubro
Dia 15 de outubro de 2013 é o prazo para os agricultores
familiares formalizarem a renegociação de operações de crédito do
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). A
medida, do Conselho Monetário Nacional (CMN), oferece ao agricultor a
oportunidade de reestruturar suas operações de crédito junto aos bancos,
onde mantêm as operações do Pronaf.
A agricultora familiar Cícera Maria da Silva
Santana, de 54 anos, diz que se sente aliviada porque foi ao banco e
renegociou sua dívida. Ela mora com três filhas e quatro netos no
assentamento de Nova Esperança, no município de Branquinha (AL). Dona
Cícera acessou há três anos as linhas de crédito de custeio e
investimento do Pronaf para comprar mais duas vacas leiteiras, plantar
mais laranja, mandioca, construir uma cerca e plantar mais capim para
alimentação dos animais nos seus cinco hectares de terra.
O financiamento foi de cerca de R$ 6 mil. “Eu
consegui pagar uma parte, mas faltou R$ 1.100 que renegociei no banco em
sete vezes, mas se eu pagar tudo até dezembro, o valor cai para R$ 800.
Vou fazer de tudo para conseguir, porque antes eu vendia meus produtos
nas feiras da cidade e agora vou vender para a Conab e espero ter mais
renda”, conta Cícera. “Quem é que não fica satisfeito de pagar o que
deve? Agora estou despreocupada”, comemora.
O prazo de 15 de outubro é para os agricultores
familiares adimplentes que manifestaram interesse em fazer uma nova
composição de dívidas até o dia 5 de novembro de 2012. O mesmo prazo
serve para agricultores que se tornaram inadimplentes em 18 de novembro
de 2011 e manifestaram interesse em nova composição de dívidas até 28 de
fevereiro de 2013.
O contrato de financiamento para a renegociação das
dívidas tem limite de R$ 30 mil. O vencimento da primeira parcela será
em 30 de dezembro de 2013 para operações contratadas até 30 de abril de
2013 ou vencimento em 2014 para operações contratadas a partir de 02 de
maio de 2013. A taxa de juros é de 2% ao ano, com até 10 anos de prazo
para pagamento.
“Essa é uma medida exclusiva da agricultura
familiar e uma conquista dos movimentos sociais, então a oportunidade
deve ser aproveitada por todos. Para muitos agricultores familiares,
isso significa continuar tendo acesso às linhas de crédito de custeio e
investimento”, ressalta o secretário da Agricultura Familiar do
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Valter Bianchini.
“Em caso de dúvidas, o agricultor familiar deve
buscar o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, a Associação que ele
pertence, o técnico da assistência técnica e extensão rural local, os
próprios agentes bancários, ou a Secretaria da Agricultura Familiar do
MDA”, acrescenta Bianchini.
Bancos
Os bancos estão
mobilizados para efetivar o máximo de renegociações possíveis. Um
exemplo disso é o Banco do Nordeste que está recebendo os agricultores
familiares, principalmente, da região semiárida. “Depois de um quadro de
estiagem, os agricultores vão poder regularizar a situação e depois
contrair novos investimentos, principalmente para infraestrutura hídrica
e alimentação dos animais”, destaca o superintendente da Área da
Agricultura Familiar e Microfinanças do Banco do Nordeste, Luis Sérgio
Farias Machado.
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