terça-feira, 13 de novembro de 2012

O Nordeste agoniza...

A terra é seca, mas o homem é, sobretudo, seco. Seco nas palavras, seco no olhar enigmático, seco na esperança. De molhado mesmo só as lágrimas que caem quando falam de perdas. Perda da lavoura, reduzida ao pó. Perda dos animais, banidos pela falta de ração, do capim devorado pela curtição do sol.
Em 2,2 mil km do mundo de vidas secas, o que se avista no horizonte da maior estiagem dos últimos 50 anos são cenas dramáticas, de animais que caem mortos nas fazendas e pelas estradas.
De gente que anda léguas e mais léguas, com lata na cabeça ou puxando um tonel com ajuda de um jumentinho em busca de água. Água que se evaporou pelo calorzão de 40 graus. 
No sertão da maior seca entre tantas as que se abateram em meio século, até os pássaros morrem, as abelhas deixam de produzir mel.
Não fossem os programas sociais do Governo, como Bolsa Família, Bolsa Estiagem, Segurança Safra e aposentadorias requeridas por uma legião de velhinhos vencidos pelo tempo, os estragos seriam bem maiores.
E as obras da transposição do Rio São Francisco?
Há muito tempo se transformou em meio de vida para políticos e empreiteiros ladrões... Uma vergonha...

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