segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O Dorper

O Dorper, então, resolve a busca de uma boa carcaça inicial nos mestiços de corte. Afinal, não é sensato investir em produção de carne sem uma boa carcaça inicial. Esta carcaça ideal pode ser obtida por outras raças? Sim, mas o Dorper tem dado um resultado tão imediato que garante a presença da raça na maioria dos rebanhos.
O papel do selecionador vem antes do papel do produtor. É preciso ter a boa carcaça já selecionada para entregá-la ao mercado de produtores de carne. No Brasil, onde é muito grande o uso de raças maternas sem boa carcaça, torna-se imperioso utilizar uma raça como a Dorper, para obter meios-sangues gratificantes. Cada vez mais o produtor de carne será exigente. Reprodutor sem confiabilidade ficará de lado!
O que fazer com fêmeas meios-sangues? Muita coisa pode ser feita, como por exemplo:
u a) o tricross para continuar na produção de carne;
u b) um programa introduzindo várias raças;
u c) um retorno ao Dorper puro-sangue;
u d) o surgimento de um ecótipo partindo de raça deslanada altamente rústica e de boa habilidade materna, etc.
São muitos os caminhos que podem, facilmente, ser percorridos, desde que se tenha uma boa carcaça inicial.
Por isso, o Dorper merece a glória que vem tendo, pois seus criadores esmeram-se para produzir corretamente o animal que atenda grande parte do território nacional. Na moderna história da ovinocultura, o Dorper é um degrau importante que tem economizado escorregões na evolução seletiva. Isso é muito importante!
Por seu lado, as raças brasileiras estão apenas começando a trajetória evolutiva, na busca de uma moderna carcaça, precisando de provas zootécnicas que atestem suas virtudes com exatidão e consolidem-nas por meio de um programa adequado de prepotência genética. Por enquanto, somente o Santa Inês deu início a um trabalho de melhoramento, com lastro corporativo. Há, no entanto, muito espaço para trabalhos semelhantes, individualizados, de resultados mais rápidos. Há também grandes chances de fixação de um moderno deslanado como “linhagem materna” na produção de carne, tanto quanto para fixação de ecótipos interessantes. Trabalho é que não falta para os selecionadores que enxergam o futuro.
O caminho, portanto, está traçado e, com o Dorper, é possível avançar mais, com certeza do sucesso.

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