sexta-feira, 21 de setembro de 2018


Mercado interno

Preços da cebola seguem baixos no mercado interno e exportação cresce

Produto que vem ajudando a economia na cozinha também está com bons números de comercialização
Por:
     
O produto que vem ajudando a economia na cozinha também está com bons números de comercialização. A cebola, que vem apresentando baixos preços nos mercados atacadistas, também alcançou um patamar de exportações de 12,8 mil toneladas, a maior quantidade já registrada nos últimos 3 anos. O volume é 383% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, e tem como principal destino Paraguai e Argentina. Os dados estão no 9º Boletim Prohort, divulgado nesta quinta-feira (20), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e que traz os preços de frutas e hortaliças comercializadas nas principais Centrais de Abastecimento (Ceasas) do país.

A demanda internacional aquecida não afetou a comercialização interna do produto, que segue com preços baixos. O valor da cebola comercializada no atacado da Ceasa de Goiânia, por exemplo, caiu 29%, já em São Paulo a queda foi de 21%. Entre os motivos, o estudo aponta a boa oferta do produto, com o fornecimento a partir da colheita em Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e no próprio estado goiano e paulista, o que reduziu a cotação no mercado e segue mantendo o cenário de preços baixos para os próximos meses.
O Boletim mostra que essa situação também ocorre com a batata, que tem o pico de colheita nos meses de agosto, setembro e outubro, fazendo com que o valor esteja favorável ao consumidor. No entanto, o produtor deve começar a analisar as condições de mercado para a tomada de decisão da próxima safra, o que pode refletir em um menor plantio.

Já a cenoura apresentou um aumento significativo de preços nas Ceasas brasileiras, de acordo com o Boletim Prohort. Esse crescimento, na verdade, reflete a recuperação dos valores, uma vez que a cotação do produto havia chegado próxima aos menores níveis já registrados nos últimos dois anos. Os índices verificados no atacado vão de 11% a 47%, motivado principalmente pela melhor qualidade da cenoura ofertada, e o cenário indica que não haverá queda de preço nos próximos meses.
Frutas – As frutas também apresentaram aumento de cerca de 6% nas exportações acumuladas até agosto, se comparada com 2017, mas no mercado interno não apresentaram movimento uniforme de preço. O único que fugiu um pouco desse cenário foi o mamão, que até ficou 12% mais barato em Fortaleza (CE). Em contrapartida, essa mesma fruta ficou 28% mais cara em Vitória (ES).

As demais análises de comercialização das principais frutas e hortaliças podem ser encontradas no Boletim divulgado na página da Conab. O levantamento é feito mensalmente pelo Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) da Companhia, a partir de informações fornecidas espontaneamente pelos grandes mercados atacadistas do país. Para a análise do comportamento dos preços de agosto, foram considerados os entrepostos dos estados de SP, MG, RJ, ES, CE, PE e GO.

 Vem aí a Festa do Padroeiro da Fazenda S. Miguel



CONTAG debate reforma agrária e PNCF em Sergipe e SRA anuncia a liberação de recursos para compra de terras no estado
A CONTAG segue realizando por todo o País Encontros para tratar da Reforma Agrária e do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF). Nessa semana, as atividades acontecem em Sergipe, no período de 19 a 21 de setembro, reunindo mais de 70 pessoas, entre dirigentes sindicais de base e trabalhadores e trabalhadoras rurais. Nesta quarta-feira (19), foi realizada a reunião com a Subsecretaria de Reordenamento Agrário para discutir a legislação do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF).
A subsecretária de Reordenamento Agrário (SRA), Raquel Santori, participou da atividade e fez uma apresentação sobre as novas regras do PNCF. Na sequência, foi aberto para o debate para que os(as) dirigentes sindicais pudessem tirar suas dúvidas quanto a nova forma de operacionalização do programa.
Raquel Santori aproveitou a ida a Sergipe para anunciar a liberação, ainda nessa semana, de recursos para pagamento de propostas de compra de terras pelo PNCF no estado. “Essa é mais uma vitória dos trabalhadores e trabalhadoras rurais”, comemorou o secretário de Política Agrária da CONTAG, Elias Borges, que coordena as duas atividades que acontecem em Sergipe até esta sexta-feira (21). Os recursos liberados vão contemplar pauta de famílias que são acompanhadas pela Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do estado de Sergipe – FETASE. Ao todo serão beneficiadas 78 famílias de cinco grupamentos. Da cidade de Gararu serão contempladas: Associação Nossa Senhora de Fatima - 10 famílias; e Associação Nossa Senhora da Conceição - 03 famílias. Da cidade de Porto da Folha serão contempladas: Associação Monta Aprazível - 06 famílias; e Associação Mundo Novo - 03 famílias. Da cidade de Lagarto serão contempladas: 43 famílias da Associação Fazenda Fazendinha. Da cidade de Japaratuba serão contempladas: 13 famílias.

Ainda ontem (19), houve momento de assinatura do Acordo de Cooperação Técnica entre a FETASE e a Subsecretaria de Reordenamento Agrário (SRA) para ações de difusão, mobilização, qualificação da demanda, capacitação inicial e elegibilidade no âmbito do Programa Nacional de Crédito Fundiário.
Segundo Elias Borges, esse acordo dá legitimidade e legalidade às ações da Federação no processo de capacitação inicial dos trabalhadores e trabalhadoras rurais para acessarem o PNCF.
Nesta quinta-feira (20), inicia, também em Sergipe, a Oficina Estadual de Formação e Capacitação para Acesso à Terra e Políticas de Permanência no Campo. A programação irá priorizar a discussão sobre a obtenção de terras e o desenvolvimento dos assentamentos da reforma agrária e contará com a presença de representante do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
FONTE: Assessoria de Comunicação da CONTAG 

Inmet prevê episódio de El Niño no fim da primavera

Tempo

Fenômeno que afeta temperatura das águas do Pacífico influencia clima na Região Sul. Nova estação começa neste fim de semana

Ipê roxo
Ipê roxo

A Primavera começa no próximo sábado (22), às 22h53 e termina no dia 21 de dezembro, às 20h22 (início horário de verão). Os principais centros internacionais de meteorologia indicam probabilidade superior a 60% de que seja registrado novo episódio de El Niño no final da primavera e início do verão de 2019. Se o fenômeno for confirmado, provavelmente, será de curta duração e de intensidade baixa ou moderada. O El Niño provoca o aquecimento anormal das águas superficiais no oceano Pacífico Tropical, afetando a distribuição das chuvas, que também são influenciadas pela temperatura na superfície do oceano Atlântico Tropical e na área oceânica próxima à costa do Uruguai e da Região Sul. As informações estão contidas no Prognóstico Climático de Primavera do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Região Norte
Para a Primavera, os modelos climáticos indicam que a Região Norte deve apresentar forte variabilidade espacial na distribuição de chuvas, com significativa probabilidade de áreas com chuvas dentro da faixa normal ou abaixo. Normalmente, existe uma redução das chuvas no meio norte do Pará, Roraima e Amapá, ficando abaixo de 400 mm, durante os meses de outubro e dezembro. Já na parte oeste dos estados do Amazonas, Roraima, Acre e Rondônia, bem como no extremo sul do Pará, há possibilidade de chuvas acima da média. As temperaturas serão de normal a acima da média.
Região Nordeste
A previsão para esta região indica o predomínio de áreas com maior probabilidade de chuvas próximas a média ou ligeiramente abaixo durante a estação. O Inmet ressalta que o trimestre de outubro a dezembro é o mais seco da parte leste do Nordeste. As temperaturas estarão mais elevadas sobre o sul do Maranhão e do Piauí e no oeste da Bahia.
Região Centro-Oeste
A previsão para a nova estação indica alta probabilidade das chuvas ocorrerem de normal a ligeiramente abaixo da normalidade em grande parte da região Centro-Oeste, exceto no sudoeste do Mato Grosso do Sul e extremo norte mato-grossense, em que as chuvas serão mais regulares. As temperaturas serão acima da média, principalmente no sul do Mato Grosso do Sul.
Região Sudeste
Nos próximos três meses, devem permanecer áreas com chuvas abaixo da faixa normal desta estação, exceto em algumas áreas de São Paulo, em que podem haver chuvas mais fortes, principalmente em novembro. De modo geral, o modelo climático do Inmet indica que as temperaturas devem permanecer acima da média em grande parte da região no mesmo período.
Região Sul
O indicativo de possível retorno do evento El Niño na primavera, aliado a aumento da temperatura no Oceano Atlântico sobre a costa da Argentina e sul do Brasil, contribuem para o aumento das precipitações em grande parte da Região Sul. As chuvas deverão ficar acima da faixa normal nos três estados da região, enquanto que as temperaturas médias devem predominar dentro da normalidade no Rio Grande do Sul e acima da média no restante dos estados.

Orientações para melhorar o manejo da cruza em ovinos

l
SONY DSCAs técnicas de manejo de acasalamento em ovinos permitem o uso racional de carneiros reprodutores, geralmente animais de alto valor zootécnico e econômico. Ao aplicar essas técnicas, o produtor tem como usar de forma mais intensa esses animais, investindo menos em número de reprodutores, utilizando animais de melhor qualidade e poupando-os de uma utilização excessiva na reprodução com as ovelhas.  É o que explica o pesquisador Hymerson Costa Azevedo, da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju/SE).
São várias as técnicas de manejo de acasalamento em ovinos. “Uma delas seria a monta dirigida ou controlada, na qual você leva o reprodutor àquela fêmea que está no cio. A outra seria a estação de monta, na qual você escolhe um período do ano para que as suas ovelhas sejam acasaladas”, explica o pesquisador. Ele destaca, ainda, que é possível associar a essas técnicas, outras mais sofisticadas como a inseminação artificial que possibilita o acesso à genética de melhor qualidade.
Segundo Azevedo, a monta dirigida ou controlada, com cobertura apenas no momento da detecção do cio das ovelhas, é mais interessante para grandes rebanhos, pois facilita o manejo e racionaliza o uso do reprodutor. Já para pequenos rebanhos, a recomendação é que as ovelhas pernoitem com os reprodutores, uma boa alternativa para produtores que dispõem de pouca mão-de-obra para o manejo do rebanho.

Azevedo esclarece ainda que essa variação de técnicas não traz prejuízos para os produtores de ovinos, mas se a monta for feita apenas uma vez, o reprodutor poupa mais as suas energias, evitando o stress animal.

Pesquisa revela que família brasileira desperdiça 128 quilos de comida por ano

Em um mundo onde cerca de 800 milhões de pessoas sofrem com a falta de comida, a quantidade de toneladas de alimento despejada no lixo todos os dias representa um dos mais graves desafios a serem superados diante de um futuro ameaçado pela escassez de recursos. No Brasil, essa situação não é diferente e, pior, tem sido sustentada por hábitos de consumo incompatíveis com o que se pode esperar de uma sociedade consciente.
Dados da pesquisa sobre hábitos de consumo e desperdício de alimentos apresentada nesta quinta-feira (20), no "Seminário Internacional União Europeia – Brasil: Perdas e desperdício de alimentos em cadeias agroalimentares: oportunidades para políticas públicas", revelam a dimensão do problema: 41,6 quilos de comida são desperdiçados por pessoa a cada ano. Diariamente, cada família brasileira joga fora 353 gramas, o que dá um alarmante total de 128,8 quilos de alimento que deixam de ser consumidos e vão parar nos contêineres de lixo.
>> Leia mais sobre a pesquisa aqui
E mais: na liderança dos alimentos mais descartados estão o arroz (22%), a carne bovina (20%), o feijão (16%) e o frango (15%), presentes nas refeições da maior parte da população. O arroz e o feijão, que encabeçam a triste estatística, são dois dos principais ingredientes de um cardápio considerado ideal para suprir as necessidades de nutrientes do organismo.
Para tentar explicar essas distorções, o estudo constatou ainda que, por trás dos números do desperdício, estão fatores comportamentais, como a valorização da fartura, em diferentes etapas do consumo – desde a compra até o preparo do alimento. A necessidade de compras em grande quantidade, para manter a despensa abastecida, foi confirmada por 68% das pessoas que responderam à pesquisa e que, por sua vez, afirmaram, em 52% dos casos, achar importante o excesso. Mais de 77% admitiram a preferência por ter sempre comida fresca à mesa, o que leva 56% delas a cozinhar em casa duas ou mais vezes por dia, contribuindo com a preservação da ideia de que “é sempre melhor sobrar do que faltar”.
Comida demais
Segundo o analista da Embrapa Gustavo Porpino, líder do projeto dos Diálogos Setoriais União Europeia – Brasil, os dados reforçam a heterogeneidade do mercado consumidor, evidenciando que boa parte da amostra desperdiça pouco alimento, mas há um segmento que ainda desperdiça muito. “Renda e idade não explicam a diferença entre os que desperdiçam mais e os que desperdiçam menos alimentos, mas percebemos que as classes A e B têm maior tendência a desperdiçar hortaliças, até porque as classes de menor renda consomem pouco esse tipo de produto”, explica.
Outro dado identificado pela pesquisa apresentada nesta quinta-feira foi o de que em 59% das pessoas disseram não dar importância se houver comida demais. Por outro lado, 94% afirmaram ser importante evitar o desperdício de comida – uma contradição também observada no estudo Mesa dos Brasileiros, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
A apresentação dos resultados da pesquisa foi o tema principal do "Seminário Internacional União Europeia – Brasil: Perdas e Desperdício de alimentos em cadeias agroalimentares: oportunidades para políticas públicas", que reuniu na Sede da Embrapa, em Brasília, representantes do Governo Federal e instituições estrangeiras, para debater formas urgentes de reverter o quadro, como a "Estratégia nacional de combate às perdas e ao desperdício de alimentos", recém-aprovada pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional.
“É preciso perceber que a complexidade da situação transcende o descarte dos alimentos que deixam de ser consumidos”, alertou o presidente da Embrapa, Maurício Lopes. “Trata-se do reflexo de um defeito no design do modelo econômico que se consolidou e que acaba tendo implicações em todas as demais dimensões, como a ambiental, que acaba despendendo energia para produzir um alimento que não é aproveitado”.
Para o embaixador da União Europeia no Brasil, João Gomes Cravinho, o esforço de pesquisadores brasileiros em trabalhar no tema tem o apoio da comunidade internacional. “Faz parte das nossas prioridades cooperar com o Brasil para enfrentar esse desafio, que, na verdade, é um desafio de todos”, disse, destacando o compromisso com o cumprimento das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), que preveem a redução do desperdício em 50% até 2030.
Estiveram na abertura do evento o ministro do Meio Ambiente (MMA), Edson Duarte, a secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Lilian Rahal, o coordenador do Programa Agricultura e Alimentos da WWF, Edegar de Oliveira Rosa, e o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Celso Moretti.
Foram realizados painéis sobre políticas públicas para a segurança alimentar na América Latina (Andres Mejia Acosta, pesquisador do King's College London), políticas públicas e parcerias público-privadas para redução do desperdício: o caso da Suécia (Elisabet Kock, Agência de Proteção Ambiental da Suécia), estratégia brasileira para a redução de perdas e desperdício de alimentos (Kathleen Machado, MDS) e perspectivas futuras do projeto Diálogos Setoriais UE-Brasil sobre desperdício de alimentos (Aline Bastos, Embrapa Agroindústria de Alimentos). A apresentação dos resultados da pesquisa foi realizada pelo professor de Marketing da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Carlos Eduardo Lourenço, consultor do projeto Diálogos Setoriais, responsável pela equipe de análise dos dados do estudo, e pela pesquisadora Luciana Vieira (FGV).
Sobre a pesquisa
Liderada pela Embrapa, a pesquisa faz parte do projeto Diálogos Setoriais União Europeia-Brasil e teve o apoio da FGV. Foi dividida em três etapas. Inicialmente, um grupo de pós-graduandos europeus do curso de mestrado em Gestão Internacional da FGV, vindos das Universidades de Bocconi (Itália), St Gallen (Suíça), Viena (Suíça) e Groningen (Holanda), entrevistaram 62 consumidores em supermercados, lojas de conveniência e feiras livres na cidade de São Paulo, durante cinco semanas. O objetivo foi avaliar hábitos de compra e consumo de alimentos dos brasileiros, a partir do olhar dos europeus. As análises das anotações de campo, fotos e questionários forneceram indicativos sobre o consumo alimentar das famílias.
Na segunda fase, 1.764 famílias responderam um questionário sobre hábitos de consumo de alimentos e desperdício. Destas, 638 participaram também de um diário alimentar com análise de fotos dos alimentos desperdiçados. Os consumidores enviaram fotos de seus hábitos alimentares durante até sete dias, via plataforma móvel de coleta de dados, informando sobre desperdício na preparação e no consumo de alimentos, principalmente no almoço e jantar. Essa metodologia foi adaptada de um estudo realizado na Holanda pela pesquisadora Erica van Herpen, da Universidade de Wageningen, com quem especialistas da Embrapa, MDS, WWF-Brasil e União Europeia se reuniram em missão internacional em dezembro de 2017.
Na terceira etapa, foi conduzida uma análise de big data (web scraping) para analisar como o tema desperdício de alimentos está alinhado a outros e quem está mais engajado com o debate. O monitoramento de mídias digitais identificou 6.595 conteúdos diretamente relacionados a desperdício de alimentos. Desse total, 75% eram postagens de instituições públicas ou privadas, o que aponta para a necessidade de engajar mais o cidadão. Segurança alimentar foi o tema mais fortemente relacionado a desperdício de alimentos.

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

O Brasil e os agrotóxicos


É recorrente a acusação contra o Brasil por, supostamente, utilizar quantidades exageradas de agrotóxicos em seus processos de produção agrícola. No entanto, para enquadrar corretamente um país no ranking dos consumidores de agrotóxicos, o que mais importa saber não são as toneladas do produto que o país consome, mas o quanto é utilizado por unidade de área cultivada. Neste ranking, afortunadamente, o Brasil não figura entre os primeiros colocados, cujo troféu pertence a países desenvolvidos como Japão e França.

Reconhecidamente, o Brasil é grande consumidor de agrotóxicos porque também é grande produtor agrícola e, também, por ser um país tropical, onde a incidência de pragas e doenças é mais severa e a produção agrícola mais intensa. 
Se bem necessário, o agrotóxico poderia ser utilizado em menores quantidades se o agricultor optasse pelo manejo integrado das invasoras, das doenças e dos insetos-praga, utilizando os controles cultural e biológico, além do químico, este o mais amplamente utilizado, porque mais fácil de manejar e de resultados mais visíveis e rápidos. 
Além disto, é importante lembrar que a maior parte da área cultivada com grãos no Brasil é realizada no Sistema de Plantio Direto (SPD), onde a demanda de herbicidas para a dessecação em pre-semeadura é enorme, tendo o glifosato como o herbicida mais utilizado, porque muito eficiente e rapidamente degradado no ambiente. Se não cultivássemos os nossos campos no SPD, o solo precisaria ser lavrado e gradeado em preparo convencional, gerando sérios problemas de erosão e maior consumo de combustíveis fósseis, pelo maior número de operações das máquinas e equipamentos. Consumiria menos agrotóxicos, mas, em contrapartida, emitiria mais gases de efeito estufa, erodiria mais os solos e assorearia os rios e os lagos das hidrelétricas.

Como país majoritariamente tropical, o Brasil poderia considerar-se prejudicado por não contar com invernos rigorosos, os quais reduzem a população dos insetos-praga, das doenças e das invasoras, como acontece nos climas temperados de nações localizadas distantes da Linha do Equador. Por outro lado, levamos vantagem por sermos tropicais, porque, enquanto os países temperados aguardam a neve derreter para realizar o primeiro plantio da safra primavera/verão, o Brasil já estaria colhendo a safra de inverno e preparando-se para a semeadura da segunda lavoura do ano na mesma área, que poderá ser seguida por uma terceira.
Segundo a ANVISA, nos últimos dez anos, o mercado brasileiro de agrotóxicos cresceu 190%, contra 93% no resto do mundo. Cabe ressaltar, no entanto, que a área cultivada do Brasil cresceu muito acima da dos restantes países e a produtividade, também. No entanto, o maior uso de agrotóxicos não deixa de ser preocupante e serve como um alerta de que, se bem nos tornamos grandes e eficientes produtores agrícolas globais, também crescemos no consumo de agrotóxicos. 

A indústria de agrotóxicos tem evoluído, desenvolvendo produtos cada vez mais eficientes e menos tóxicos para homens, animais e para o meio ambiente. É desejável que as pesquisas de novos praguicidas evoluam nessa direção e, também, para que sejam buscadas alternativas aos agrotóxicos, como a resistência genética das plantas ao ataque de pragas e doenças, reduzindo a necessidade de produtos químicos.
A agricultura brasileira livre de agrotóxicos?! É o que todos desejariam, mas por enquanto isto não é possível. Porém, a pesquisa vem envidando esforços na busca de alternativas mais amigáveis ao ambiente e inócuas à saúde de agricultores e de consumidores em geral.

Bayer tenta reverter decisão de tribunal da Califórnia sobre glifosato

A Monsanto, controlada pela Bayer, foi condenada a indenizar em US$ 289 milhões um jardineiro que utilizava o produto Roundup


aplicacao-glifosato-agrotoxico-herbicida (Foto: Thinkstock)
A Bayer entrou com recurso em um tribunal da Califórnia, na tentativa de reverter uma decisão que a obriga a indenizar em US$ 289 milhões o jardineiro Dewayne Johnson. Em agosto, um júri da Califórnia considerou que o glifosato, um componente essencial do herbicida Roundup, comercializado pela Monsanto, seria responsável pelo linfoma não-Hodgkin do jardineiro.
A companhia pede a reversão do veredicto, um novo julgamento ou a redução do valor da indenização.
A Bayer é controladora da Monsanto, que enfrenta cerca de 8,7 mil ações relacionadas a produtos à base de glifosato. A decisão contrária fez com que as ações da Bayer caíssem cerca de 22% e elevou a perspectiva de impacto em suas receitas por causa dos pagamentos.
A Bayer argumenta que os advogados de Johnson se baseiam em "evidências científicas frágeis" que não sustentam uma ligação do uso do herbicida com o câncer, e que os jurados foram influenciados por argumentos "excessivamente emocionais e especulativos dos advogados". Acionistas da Bayer temem que a longa batalha legal resulte em maiores custos com indenizações.
monsanto-DeWayne Johnson-agrotóxico (Foto: Reprodução/Reuters)
Em teleconferência com investidores após o veredicto negativo, o CEO da Bayer, Werner Baumann, disse que os argumentos da companhia são baseados em estudos científicos que comprovam a segurança do glifosato. Já Pedram Esfandiary, advogado de Johnson, disse que a decisão do júri demonstrou que os argumentos científicos da Monsanto não foram convincentes. "Eu acho que as chances de eles reverterem a decisão são muito pequenas", disse. A juíza Suzanne Ramos Bolanos deverá decidir sobre os pedidos da Bayer até o fim de outubro ou início de novembro. 

As variedades de mandioca resistentes às pragas que atacam as plantações no Semiárido


mandioca kiriris 1Uma das pragas mais comuns no nordeste, é a podridão radicular ou podridão de raiz, um grave problema que já causou grande diminuição da área dedicada ao cultivo da mandioca na região Nordeste e que deve ter toda atenção do agricultor para não prejudicar a plantação. A doença é causada por fungos e pode provocar perdas de produtividade da raiz.
Uma alternativa apresentada pela Embrapa para que os produtores voltem a cultivar a mandioca em regiões afetadas pela podridão radicular é a adoção de variedades tolerantes. A pesquisadora Wania Fukuda, da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, cita várias variedades desenvolvidas pela pesquisa e que já vêm sendo experimentadas, com sucesso, por produtores do semi-árido, como a Kiriris e a Aramari. Ambas apresentam tanto resistência à seca quanto à podridão radicular. “A variedade Kiriris é a mais resistente. Depois da sua recomendação, nos últimos três anos, ela não apresentou nenhum sintoma da doença”, ressalta a pesquisadora.

O testemunho de um produtor sergipano, o agricultor Ivo Roberto, da região de São Domingos no agreste do estado, é de que entre as novas variedades, a Kiriris, além de se mostrar resistente à doença da podridão da raiz, ainda possibilitou o aumento de sua produção de 20 para 25 toneladas por hectare.

O pequeno agricultor pode ganhar dinheiro com o cultivo de hortelã

hortelãA hortelã, embora seja uma planta exótica, é uma erva com aroma e sabor que podem variar conforme a espécie. A planta é rica em vitaminas A, B e C, cálcio, ferro e possui funções terapêuticas, podendo ser utilizada como alimento, medicinal ou como domissanitários, ou seja, como produtos utilizados em limpeza de residências. O pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus/AM), Francisco Célio Maia Chaves, destaca que assim como as hortaliças, as hortelãs representam uma fonte de renda, pois podem ser cultivadas não só para o consumo próprio, mas em uma escala maior, destinadas aos supermercados e casas de produtos naturais, na formas natural ou seca.
Para o pesquisador o cultivo deve ser feito em canteiros de, aproximadamente, um metro de largura e dez de comprimento, deixando um espaço entre um canteiro e outro, denominado rua. A esse canteiro deve ser incorporado esterco, de preferência bovino. Na ausência do esterco bovino, pode-se utilizar o de aves, porém em uma quantidade menor. A época mais adequada para o plantio da hortelã na Região Norte é o período chuvoso.
Se houver água para a irrigação, nada impede que a erva seja cultivada durante todo o ano, desde que a água seja de qualidade. “È importante fazer a irrigação no primeiro horário da manhã ou no final do dia, pois são horas mais frias e a eficiência da água da irrigação será maior”, explica o pesquisador.

No geral, em torno de 80 a 90 dias após o plantio, pode-se fazer a colheita. “Faz-se o corte a cinco centímetros em relação ao nível do solo, se limpa a planta, retirando os ramos velhos e folhas escuras e leva-se para uso ou secagem”, complementa.

Camex decide acabar com imposto de exportação dos couros wet blue e salgado

Tributação

O assunto voltará a ser discutido no prazo de um ano


Ministros que integram a da Câmara de Comércio Exterior (Camex) referendaram nesta terça-feira (18) decisão do Comitê Executivo de Gestão (Gecex) de retirar o imposto de exportação do couro wet blue e do couro salgado. A decisão havia sido tomada no comitê em reunião do último dia 30 de agosto. E voltará a ser discutida no prazo de um ano.
O pedido de exclusão foi defendido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a partir de solicitação da Associação Brasileira de Frigorífico (Abrafrigo) referendada pela Sociedade Rural Brasileira (SRB), pela Confederação Nacional de Agricultura (CNA) e pela Associação Brasileira de Criadores (ABC).
No Mapa, o entendimento foi de que o imposto de exportação era distorcivo e que a melhor estratégia para o desenvolvimento da produção é a adoção de medidas que visem ganhos a todos os elos da cadeia, até o produto final. De acordo com a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio do ministério, há disposição de dialogar com representantes do setor de forma a construir uma agenda estruturante que foque na melhoria do couro nacional.
Integram a Camex, Casa Civil, Secretaria Geral da Presidência da República, Mapa, Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, das Relações Exteriores, da Fazenda, dos Transportes e do Orçamento e Gestão.

Brasil reforça vigilância para barrar eventual ingresso da peste suína africana

Saúde animal

Contaminação pode ocorrer com a entrada de alimentos originários de países onde a doença vem se alastrando

No Brasil, a PSA foi erradicada em 1984 e o país foi declarado área livre da doença
No Brasil, a PSA foi erradicada em 1984 e o país foi declarado área livre da doença

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai intensificar a vigilância nos aeroportos, portos e fronteiras do Brasil para evitar o ingresso da peste suína africana (PSA), que se alastra pelo Leste da Europa, Ásia, África e Rússia. No Japão, em agosto, foram registrados, inclusive, focos da forma clássica da doença.
Nesta terça-feira (18), o ministro Blairo Maggi reuniu integrantes do Departamento de Saúde Animal (DSA) e determinou reforço na fiscalização feita pelos servidores do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) e do Departamento de Fiscalização de Insumos Pecuários (Dfip) para evitar a entrada do vírus no Brasil.
A preocupação é de que alimentos e bagagens contaminadas, provenientes das áreas afetadas pela PSA, ingressem no país sem a devida fiscalização. A determinação é de que alimentos vindos dos países ondem foram detectados focos da doença sejam descartados de forma correta, ou seja, incinerados.
Maggi alertou em vídeo a população para que evite transportar alimentos provenientes dessas regiões e pediu a produtores atenção redobrada a seus plantéis. Para o ministro, é preciso esforço conjunto do governo e dasociedade para evitar que o Brasil seja afetado por esse problema que vem acontecendo em várias partes do mundo.
Ao DIPOA foi enviado um ofício recomendando maior atenção a futuras emissões de autorização de importação de produtos que possam disseminar o vírus da doença, como rações para animais.
No Brasil, a PSA foi erradicada em 5 de dezembro de 1984 e o país foi declarado área livre da doença. Em relação aos animais vivos e material genético importados, é mantido o sistema de quarentena na Estação Quarentenária de Cananéia (EQC), em São Paulo, de onde só são liberados após a confirmação de sua sanidade.
A peste suína africana é uma doença viral, não oferece risco à saúde humana, não sendo transmitida ao homem, mas pode dizimar plantéis de suínos, sendo altamente infecciosa, o que exige o sacrifício dos animais, conforme determina a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Os javalis também são atingidos. Não existe vacina para a PSA. O vírus é resistente, permanecendo nas fezes dos animais por até três meses e, em alimentos (produtos maturados), até nove meses.
Os sinais clínicos da PSA nos animais são febre alta (40 a 42 graus), hemorragia no nariz, orelhas, patas e abdômen, sangramento no reto, perda de apetite e depressão, além de problemas respiratórios. O período de incubação do vírus vai de cinco a 21 dias.
A transmissão nos suínos e javalis se dá por meio do contato direto com animais doentes, consumo de resíduos domésticos e comerciais infectados, pela contaminação em equipamentos, veículos, roupas e sapatos. O carrapato G. Ornithodoros também participa da disseminação da PSA.