Governo vai importar leite em pó
O diretor geral da Emater/RN deixa claro que
se concretizada, a proposta do leite em pó é apenas emergencial
Com uma produção em queda devido à seca, o Programa do Leite pode em breve ser abastecido pelo produto em pó, caso a baixa produtividade continue. "É uma proposta real", afirma o diretor-geral do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RN), Ronaldo Cruz, que calcula uma redução de 50 mil litros por dia. No levantamento dos representantes da cadeia leiteira, a perda é ainda maior, e estaria dentro de uma média diária de quase 80 mil litros durante o atual período de estiagem.
Para incentivar os produtores a continuarem fornecendo para o programa, o governo anunciou na última quarta-feira o aumento do valor pago aos produtores pelo litro de leite. O preço foi reajustado de R$ 0,83 para R$ 0,93, porém continua desagradando os sindicatos das Indústrias de Laticínios (Sindileite) e Produtores de Leite (Sinproleite), além da Associação Norte-rio-grandense de Criadores (Anorc). As entidades se reuniram ontem para oficializar a posição de insatisfação em relação ao reajuste dado pelo Executivo.
Os representantes do setor pedem o aumento para R$ 1,10. "Se o governo não tiver sensibilidade, ele vai assinar o atestado de óbito da atividade", sentencia o presidente do Sinproleite, Marcelo Passos, que vê com preocupação a possibilidade do governo trazer o leite em pó para abastecer o programa. Ronaldo Cruz explica que a nova medida vai depender do fornecimento após o reajuste. "Se a produção não aumentar, vamos observar as áreas principais, os quantitativos que estão faltando e abastecê-los com a aquisição do leite em pó", ressalta.
O diretor-geral da Emater/RN deixa claro que se concretizada, a proposta do leite em pó é apenas emergencial e se efetivada ocorreria somente no período de seca. O presidente do Sinproleite argumenta que a medida vai contra o desenvolvimento da cadeia leiteira no estado. "Vai na contramão de qualquer lógica gerencial do governo. Isso acelera o desabastecimento e não fomenta em nada a atividade", critica. Para o produtor, a forma adequadade fomentar a produção seria pagar o preço reivindicado pela categoria. "Se o preço chegar dentro desse momento provavelmente conseguiríamos cumprir o contrato [produção de 155 mil litros dia]", acrescenta o vice-presidente do Sindileite, Francisco Belarmino.
O diretor-geral da Emater/RN discorda do argumento dos produtores e disse que o programa tem o objetivo de servir como "fomento", não podendo pagar preços praticados no mercado. "Isso é um programa social e o produtor pode vender o leite para o mercado", afirma. O valor de R$ 0,93 começará a ser pago a partir de junho, segundo Ronaldo Cruz. De acordo ele, caso seja necessária a importação do leite em pó, o produto pode ser trazido de estados como o Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
Nota do Blog: A estiagem realmente é um dos fatores preponderante para a queda na produção do leite. A venda de matrizes bovinas para o abate e o preço exorbitante da ração, tem contribuído e aumentado a falta de estímulo do produtor. Convém alegar, que muitos produtores estão vendendo o leite as inúmeras queijeiras que estão se instalando na região. Trocando em miúdos: Paga melhor que o estado e a vista. Para o bom entendedor!
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