segunda-feira, 25 de junho de 2012

EMBRAPA em Foco

A Embrapa e diversas outras instituições de pesquisas estão trabalhando na destoxificação da torta de pinhão-manso. A Universidade Federal de Viçosa (UFV) conseguiu reduzir os teores de ésteres de forbol abaixo do nível considerado tóxico nesse coproduto da extração do óleo. O trabalho, que gerou pedido de patente, será apresentado na próxima semana, durante o Simpósio de Destoxificação e Uso de Tortas de Pinhão-manso e Mamona (SiDAT), pela professora Maria Catarina Kasuya.

Catarina explica que os resultados foram obtidos por meio de processos biológicos, e também se conseguiu uma redução de 95% dos teores de fatores antinutricionais da torta de pinhão-manso. “Não foi observado nenhum sintoma clínico de intoxicação em cabritos alimentados com a torta de pinhão-manso destoxificada”, afirma.

O Simpósio acontece nos dias 3 e 4 de julho, no auditório da Embrapa Estudos e Capacitação (Brasília-DF). O evento é promovido pela Embrapa Agroenergia (Brasília-DF) e a Embrapa Algodão (Campina Grande-PB), com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A programação completa e outras informações estão no site www.embrapa.br/cnpae.

A Embrapa Agroenergia estuda três metodologias para destoxificação do coproduto: a microbiológica, a de extrusão e a que utiliza solventes. A pesquisadora Simone Mendonça conta que, até o momento, os melhores resultados foram obtidos com os solventes, que conseguiram eliminar 80% da toxidez. Contudo, testes realizados com ovinos mostraram que é preciso obter uma redução ainda maior para que o produto possa ser oferecido aos animais.

Em escala laboratorial e combinando diferentes metodologias, a instituição de pesquisa já conseguiu aumentar o índice de redução do teor de ésteres de forbol para 90%. Os pesquisadores, agora, trabalham para obter os mesmos índices em escala piloto.

Pinhão-manso não tóxico
Estudos com ovinos realizados pela Embrapa Agroenergia comprovaram que o pinhão-manso é nutricionalmente adequado. As tortas de variedades não tóxicas (isentas de ésteres de formol) foram adicionadas ao concentrado de farelo de soja nas proporções de 20%, 40% e 60%. Em nenhuma delas houve perda de produtividade. “Constatamos que a qualidade da carcaça dos animais era tão boa quanto a dos que foram alimentados apenas com farelo de soja”, conta Simone.

Tanto Simone quanto Catarina ministram palestras sobre seus trabalhos na sessão sobre destoxificação de tortas do SiDAT, que acontece na tarde de 3 de julho. Além delas, o pesquisador Carlos Wanderlei Piler de Carvalho, da Embrapa Agroindústria de Alimentos, falará sobre processos de extrusão termoplástica para destoxificação da torta de pinhão-manso. A sessão abordará ainda as metodologias para redução das substâncias tóxicas da mamona, com palestras ministradas por Antônio Silvio do Egito, da Embrapa Caprinos e Ovinos, e Samireddypalle Anandan, do Instituto Nacional de Nutrição Animal e Fisiologia da Índia.

Congresso de Mamona, Simpósio de Oleaginosas Energéticas e Fórum Capixaba de Pinhão-manso
No mês de julho também acontece o V Congresso de Mamona. O evento científico será realizado do dia 16 a 19, em Guarapari/ES, e discutirá o avanço das pesquisas com diversas oleaginosas. Paralelamente, acontece o II Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas e o I Fórum Capixaba de Pinhão-manso.

Os eventos contam com o apoio do Incaper, vinculado a Secretaria de Agricultura do estado do Espírito Santo, Sudene, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Banco do Nordeste e da Petrobrás Biocombustível.

A programação completa dos eventos podem ser obtidas em www.cbmamona.com.br e na Embrapa Algodão, pelo telefone (83) 3182-4305.

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