segunda-feira, 29 de novembro de 2021

 

Pesquisadores selecionam sêmen de touros que produz bezerros resistentes as diferenças climáticas no Brasil

   

A ferramenta genômica vem sendo desenvolvida pelos pesquisadores da Embrapa Gado de Leite e é capaz de selecionar bovinos leiteiros adaptáveis às diferenças climáticas do Brasil. Objetivo é desenvolver rebanhos da raça Girolando com tolerância a estresses térmicos de acordo com as diferentes regiões do País. A nova ferramenta genômica é chamada de Clarifide Girolando para identificar touros capazes de produzir progênies (filhas) de acordo com a tolerância ao estresse térmico. “Pretendemos com isso enfrentar um grande problema da pecuária leiteira nacional, que é a perda de produção acarretada pelas condições locais de alta temperatura e umidade”, diz o pesquisador da Unidade Marcos Vinícius Barbosa da Silva, que coordena a pesquisa.

“O estresse térmico interfere diretamente na produção de leite e quanto mais produtiva for a vaca, maior será essa interferência”, afirma, Renata Negri, doutora em Genética e Melhoramento pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que integra a equipe de pesquisa. Ela prossegue: “acredita-se que haja diferenças nas respostas fisiológicas associadas à produção de leite nos diferentes grupos genéticos que constituem a raça Girolando, sendo necessário identificar e classificar os animais conforme sua tolerância ao calor”.

Segundo a pesquisadora Sabrina Kluska da Universidade Estadual Paulista (Unesp-Jaboticabal), que também participa dos trabalhos, agora as centrais de inseminação artificial poderão informar, além dos PTAs (“Capacidade Prevista de Transmissão” das características genéticas,  a progênie mais adequada às diversas condições climáticas do país. De acordo com ela, essa é uma informação estratégica para o produtor. Além da queda na produção de leite, as fazendas têm prejuízos com o descarte de animais, de alto valor financeiro, intolerantes ao estresse térmico, mas cuja genética poderia ser muito eficiente em outros locais.

“A identificação entres grupos genéticos e dentro de cada grupo permitirão o direcionamento de uso, conforme as condições locais de cada região brasileira, permitindo ao criador a escolha e utilização dos animais conforme suas condições reais de manejo e de ambiente, visando estabelecer um sistema de criação economicamente viável e cada vez mais eficiente”, destaca a doutora da Unesp-Jabuticabal.

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