sexta-feira, 2 de março de 2018

Uma doença silenciosa que pode contaminar todo o rebanho bovino

tripanossomoseÉ a Tripanossomose, uma doença sorrateira que se espalha silenciosamente pelo rebanho e traz uma série de prejuízos para os produtores. Os sintomas são difusos, que podem ser associados a outras doenças. A Tripanossomose vem se alastrando pelo território nacional. Dados recentes da UNESP de Jaboticabal indicam casos de contaminação em rebanhos por todos os estados brasileiros.
A enfermidade impacta diretamente os produtores, por conta das perdas econômicas associadas à queda na produção de leite e de carne, diminuição da eficiência reprodutiva, queda no ganho de peso e surtos de aborto.
Causada pelo protozoário Tripanossoma vivax, a doença ataca a corrente sanguínea do animal, causando febre intermitente, diarreia, anemia, ataxia, opacidade ocular, tremores, entre outros sintomas que levam os animais a óbito em um curto espaço de tempo.
Por conta das possíveis complicações causadas pela doença, o rápido diagnóstico é imprescindível. “A agilidade na identificação e início do tratamento da Tripanossomose é determinante para evitar o aparecimento de sequelas em órgãos nobres como fígado e coração, lesões que podem comprometer o desempenho do animal para o resto da vida”, afirma o Médico-veterinário e Gerente Técnico de Pecuária de Leite de Ceva Saúde Animal, Alex Souza.
Com alta patogenicidade nos bovinos, a transmissão da Tripanossomose pode acontecer de diversas formas, a principal é por meio de moscas picadoras (Stomoxys, Tabanidae, entre outras).Porém, os animais também podem ser contaminados de forma transplacentária e por meio do compartilhamento de agulhas e seringas contaminadas. “Essa forma de transmissão coloca o parasita direto na corrente sanguínea do animal, o que diminui o período de incubação e influencia na rapidez do surto, neste caso os primeiros sintomas podem aparecer em apenas uma semana”, explica Souza.

Para combater a doença dentro das fazendas, é preciso traçar um plano com objetivos de cura e prevenção, que deve ser iniciado assim que for identificada a contaminação de um animal. “Um único ruminante contaminado pode trazer um surto para a propriedade. Estima-se que um animal positivo pode contaminar até 30 bovinos do rebanho no período de um ano”, conta Souza.

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