sexta-feira, 13 de abril de 2012

Vem aí Mais Uma Emergência


VEM AÍ MAIS UMA EMEGÊNCIA
O semi-árido nordestino atravessa um momento muito difícil no inicio deste ano com a escassez de chuvas no período apropriado. Em nosso estado, mais precisamente na região central, a situação não é diferente. A maioria dos municípios que compõe a região central possui uma área rural sofrível, de formação árida e rochosa, com predominância de terrenos desapropriados para a cultura de subsistência, ou agricultura de serqueiro, com raríssimas exceções. O nosso produtor rural vem investindo ultimamente no criatório da ovinocaprinocultura rústica, bem adaptada a nossa região central. Os municípios não possuem grandes reservatórios dágua e os poços tubulares existentes ou perfurados, em sua grande maioria, produzem água salobra, imprópria para o consumo humano, devido o cristalino, característico do nosso semi-árido. Se não bastasse todos esses atenuantes desfavoráveis, a região é desprovida de políticas públicas, de representação político-partidária, ocasionando consequentemente, o emprobecimento do setor rural. Vem aí mais uma emergência. E deverá vir, com nova roupagem, nova denominação, ou com uma nova feição, mas, o conjunto da obra, é sempre o mesmo. Nada fica de positivo e de concreto para o homem do campo. Até porque as decisões são tomadas de cima para baixo, nos climatizados gabinetes, regados a mais pura mordomia que o serviço público oferece. Por que não se convoca a classe, respaldada pelos Sindicatos de Trabalhadores Rurais, para se ouvir as suas pretensões e necessidades mais prementes num momento tão angustiante. Certamente se fosse convocado, tenho certeza que diria: seu Doutor, o nosso problema aqui é água. Se existisse em abundância não estaríamos na miséria. Possuímos uma estação elevatória no pico do cabugi que poderia muito bem abastecer a zona rural de Lages, Angicos e Fernando Pedroza, com um custo beneficio excelente. O que se gasta com a operação pipa na zona rural desses três municípios, talvez, uma mini adutora operada por declive, tenha um custo bem menor em um curto espaço de tempo e teríamos definitivamente um serviço para posteridade, fornecendo água de boa qualidade. Por que não se constrói esbarros dágua ou barreiros em pequenas propriedades que são a grande maioria. Ou então, um programa arrojado de poços profundos. Porque não se revitaliza o programa do leite, incentivando o criatório da cabra leiteira, como se sabe, bem adaptada a nossa região. Em fim, usar o dinheiro público com responsabilidade e inteligência, para que no futuro não se alegue. Mais uma emergência e nada de positivo ou de concreto ficou para o produtor rural. Como muita sabedoria, já dizia o ex-governador Cortez Pereira. “Quando dizem que a terra do Nordeste é seca, tenho repetido - as vezes sou mal compreendido – que seca não é a terra do Nordeste. Seca é a inteligência das elites que governa o Nordeste. Aí é que não chove.”
Anilton Souza

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