sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Trigo Trangênico

 

Trigo transgênico coloca indústria e sementeiras em lados opostos

Liberação da variedade HB4, já aprovada na Argentina, começou a ser discutida na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança

 farinha-trigo-saco (Foto: Thinkstock)

Viabilidade comercial do trigo transgênico é questionada por moinhos e pela indústria de panificação 

 

A audiência pública para debater a entrada de trigo transgênico no mercado brasileiro colocou a indústria de farinhas e de panificação em posição oposta à das empresas desenvolvedoras de sementes. A reunião que avalia a liberação de uma variedade geneticamente modificada do cereal foi realizada nesta quinta-feira (22/10), pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia.

A discussão acontece após a Argentina aprovar, no começo de outubro, a produção de trigo HB4. O cultivo, porém, depende da autorização para a comercialização no Brasil, responsável pela importação de 45% do cereal argentino.

A indústria processadora do cereal e as panificadoras, que usam o trigo para a produção de pães, massas, bolos e farinhas, temem uma rejeição dos consumidores ao produto feito com o grão modificado.

"O nosso consumidor busca produtos mais saudáveis. A cada dia, eles estão cuidando mais da saúde e nunca querem produtos com aditivos ou manipulações artificiais. O trigo transgênico está na contramão do que os nossos consumidores procuram", afirmou o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Pães e Confeitaria (ABIP), Paulo Meneguelli.

"Essa dificuldade de comercialização interna, aceitação do consumidor e na exportação faz com que, no momento, a gente seja contrário ao trigo geneticamente modificado", disse Sonia Cristina Romani, diretora técnica da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães e Bolos Industrializados (Abimapi).


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