quarta-feira, 19 de abril de 2023

 

Pesquisadores brasileiros estudam a possibilidade de produzir carne de frango em laboratório

Atualmente, o Brasil é um dos maiores produtores de proteína animal, sendo o maior exportador de carne de frango do mundo, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). E se ao invés de produzir intensivamente nas granjas, também começasse a produzir carne de frango em laboratório? Esta é a aposta da pesquisadora Vivian Feddern, da Embrapa Suínos e Aves, que lidera um projeto financiado pelo The Good Food Institute (GFI), para a produção de carnes análogas ao frango. Com sua equipe, ela utiliza uma tecnologia que recria tecidos animais em laboratório, a partir de células animais do banco genético de aves da Embrapa Suínos e Aves, desenvolvendo carne de frango cultivada em condições controladas.

“Esta inovação não pretende substituir a produção de frango de forma tradicional, mas complementá-la, uma vez que estamos diante de uma crise climática e de uma demanda crescente para alimentar cerca de 8 bilhões de pessoas no planeta”, afirma a pesquisadora da Embrapa, Vivian Feddern, em sua palestra “Desafios e Tendências na produção de carne de frango”, no espaço Food Trends na Anufood. Até 2024, a equipe de pesquisa deve apresentar um protótipo de filé de peito de frango e um biobanco de células cultivadas em laboratório para diferentes propósitos.

Além do estudo pioneiro no Brasil liderado pela Embrapa, cientistas do Canadá, Holanda, República Tcheca, Estados Unidos, Japão, Israel, França, África do Sul e Suíça também trabalham no desenvolvimento de carne de frango cultivada em laboratório. As pesquisas começaram há 10 anos na Holanda, mas somente em 2022 o parlamento holandês legalizou a degustação da carne cultivada sob condições controladas. Nos Estados Unidos, o órgão de fiscalização sanitária dos Estados Unidos, o FDA – Food and Drug Administration, autorizou a produção e comercialização de carne cultivada em laboratório no país em 2022. Segundo o Fórum Econômico Global, as proteínas alternativas são consideradas uma das principais tendências para o agronegócio nos próximos anos, e estima-se que até 2040, alcance cerca de 35% da produção mundial, diante dos desafios globais

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