Usina pernambucana aumenta produção de etanol em 16% fugindo do preço baixo do açúcar
O fim da moagem da cana da Usina Cruangi foi de festa. A usina, que hoje é uma cooperativa com cerca de 800 fornecedores de cana na zona norte de Pernambuco, moeu 627 mil toneladas nesta safra. A cooperativa superou a marca de 547 mil toneladas da safra anterior. Também ampliou a fabricação de etanol com 51,6 milhões de litros. Cresceu 16% em comparação a última safra. A unidade focou na produção do combustível devido os baixos preços do açúcar no mercado nacional e global. E ainda produziu cachaça. Foram 6,2 milhões de litros.Com safra maior após anos de seca, a usina Cruangi, rebatizada pelos canavieiros de Coaf (Cooperativa do Agronegócio dos Fornecedores de Cana), é responsável por 300 postos de trabalho na unidade e mais 3,7 mil empregados nos engenhos dos 800 agricultores cooperativados. “Tivemos uma das melhores safras até agora, apesar da mortandade de parte dos canaviais diante de períodos secos. Já vamos reiniciar os preparativos para a nova safra e esperamos que o clima ajude para que possamos atingir marcas maiores”, diz Alexandre Andrade Lima, presidente da cooperativa e da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP).
A cooperativa assumiu a usina em 2015. E vem crescendo desde então. O grupo tem investido na qualificação da unidade. Só na eletrificação das moendas, investiu R$ 3,5 milhões nesta safra. Já colhem resultados desta aposta. Tem gerado uma sobra maior do bagaço da cana, que está sendo vendido em grande quantidade para a alimentação de animais e inclusive para o uso de outras usinas. O bagaço é utilizado como matriz energética. Só para a alimentação, foram comercializadas 1,5 mil toneladas de sobras do bagaço hidrolisado nesta safra, ante as 264 toneladas na anterior.
“Já com a sobra do bagaço in natura, usado na produção de energia por outras usinas e no setor avícola para acomodar as aves, já vendemos 15 mil toneladas e temos mais 13 mil para negociar”, diz Alexandre Andrade Lima, presidente da cooperativa e da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP).
O dirigente ainda destaca outro ponto importante para o setor canavieiro no estado diante dos resultados produzidos pela usina na safra. A unidade deve ficar como a melhor pagadora do preço da cana dentre as usinas de Pernambuco. Nos dois últimos anos, pagou a maior média de ATR (taxa de açúcar da cana). O ATR é um dos indicadores principais para definição do valor que as usinas pagam aos fornecedores pela cana. “O nosso ATR médio da atual safra foi de R$ 141 por quilo. Tem tudo para ser o maior outra vez”, diz Lima.
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