terça-feira, 28 de junho de 2011

Festa de Emancipação - Fernando Pedroza

Foto Hudson Araujo:
Foi encerrada ontem a Festa de Emancipação Política da cidade de Fernando Pedroza. A população comemorou o 19º aniversário e na oportunidade foi premiada com um bolo de 19 metros(foto )o que já é tradição em nossa cidade. Após o desfile das escolas locais, houve uma missa de ação de graças no centro da cidade sob as bênçãos do Pe. Severino Neto. Em seguida a comunidade se deslocou para o Parque São Joaquim, a fim de presenciar o último dia da vaquejada, que já faz parte do calendário da festividades culturais da cidade.
 Foto Hudson Araujo
Desfile das Escolas Locais e Homenagem ao nosso Patrono Fabrício Pedroza.

 Foto Hudson Araujo
Presença das Autoridaes Locais no desfile das Escolas.
Da direita para a esquerda: Agrônomo Marcílio Torres(vereador Angicano), Vereador Jackson Xavier, Prefeito Gon, Vereador Júnior Salviano, Anilton Souza, Secretário de Educação, Denis Medeiros, Vereador Jango e o Secretário da Agricultura, Miranda.

domingo, 26 de junho de 2011

Reunião da COOPASA

Foi realizada sábado dia 25 nas dependências da APASA, a assembleia para escolha da nova Diretoria da COOPASA. Como não foi registrada nem uma chapa de oposição, a nova diretoria que têm como presidente o Agrônomo Marcone Angicano, foi eleita por aclamação, como também, na oportunidade, foi aprovado o relatório físico-financeiro do ano de 2010. A Assembleia contou com a presença de vários segmentos da produção leiteira da região central do estado. Usando a palavra o presidente eleito ressaltou a importância da COOPASA, que vai sem duvida incrementar as ações da produção leiteira, dando mais flexibilidade as negociações dos produtos fabricados pela APASA.

 Imagens da criação da COOPASA no plenário da Câmara M. de Angicos, em 2009.

Úlceras em Ruminantes

Apesar de não serem frequentes, as úlceras de abomaso podem ocorrer em caprinos e ovinos e constituem uma enfermidade com sério risco de óbito. No Brasil é relatada como casos individuais, ocorrendo em criações intensivas com elevada suplementação concentrada e submetidos a alto estresse. A apresentação pode variar de ausência de sinais clínicos, hemorragia aguda com indigestão e melena subsequente, ou perfuração com peritonite local/difusa caso a lesão atinja todas as camadas do abomaso. A úlcera ocorre por um desequilíbrio ou falha nos fatores protetores da mucosa. Existem muitas discussões sobre as possíveis causas, as mais indicadas são aumento da acidez, estresse, uso prolongado de antiinflamatórios não esteroidais e traumas na mucosa.

A úlcera é definida como a perda do epitélio da superfície da mucosa do abomaso. A descrição, na verdade, é uma escavação na mucosa que penetra até sua camada muscular. Uma escavação parcial, pouco profunda na mucosa, é chamada de erosão. A causa da escavação geralmente é por ruptura da barreira da mucosa gástrica causada por desequilíbrio entre os fatores protetores e agressivos.

Qualquer lesão de mucosa gástrica permite a difusão de íons de hidrogênio e assim da enzima pepsina dentro das diferentes camadas da mucosa, resultando em aumento da lesão. Poderá haver somente uma grande úlcera, porém geralmente se observam numerosas variando em fase aguda e crônica (Figura 01).

Figura 01 - Presença de úlceras em abomaso ovino (foto gentilmente cedida pela mestranda em ciência animal dos trópicos - UFBA - Byanca Ribeiro).



As causas de úlceras no abomaso são complexas e muitas vezes obscuras.
Em bovinos, a presença de estresse, mudanças ambientais, nutricionais, físicas, químicas, genéticas, hiperacidez, acidose lática e consumo de rações grosseiras são relacionadas com a doença. Existem relatos sobre causas infecciosas que geram hemorragia e ulceração no órgão. Os isolamentos bacterianos em animais com úlcera incluem Clostridium perfringens, Escherichia coli, Streptococcus sp, Staphylococcus sp, Salmonella sp., infecções fúngicas e viroses também são implicadas na etiologia da doença nesta espécie (VATN et al., 1999; MORTIMER et AL., 2001).

Em pequenos ruminantes a ocorrência de abomasite e úlceras de abomaso estão relacionadas com acidose ruminal ou ruminite crônica, embora também possam ser causadas por infecções. A infecção por algumas espécies de clostrídios, assim como o fornecimento de substituto de leite à vontade ou silagem, deficiência de ferro e bezoares podem gerar abomasite com posterior hemorragia e ulceração em animais com 2 a 10 semanas de vida. Também pode ocorrer abomasite parasitária, gerada após uma alta infeccçao por Haemonchus contortus, porém nesta não há ulceração.

Tem-se implicado na etiologia da doença, alimentos finamente triturados ou rações peletizadas, uso excessivo de antiinflamatorios não esteroidais, estresse e consumo de forrageiras viçosas. A ingestão de areia com posterior acumulo no órgão (sablose) também pode levar a erosões e ulcerações. Apesar de alguns relatos, não se comprovou a associação entre deficiência mineral de cobre e a ocorrência da enfermidade. Existe a hipótese que a alimentação com grande quantidade de grãos em animais confinados pode ser um fator de risco associado à erosão abomasal.

Figura 02 - Abomaso com multilesionado.



As úlceras podem ser de quatro tipos:

Úlcera não perfurada: Ocorre penetração incompleta na parede do abomaso, com perda da mucosa e parte da submucosa, resultando em grau mínimo de hemorragia dentro do órgão. Podem causar uma gastrite crônica.

Úlcera hemorrágica: Ocorre ulceração aguda com erosão de vasos sanguíneos, resultando em gastrite aguda hemorrágica e acúmulo de líquido dentro do órgão podendo levar a transtornos metabólicos e anemia hemorrágica. Dor abdominal, fezes escuras (melena) e palidez das mucosas são sinais comumente observados neste caso.

Figura 03 - Ovino Dorper com fezes escurecidas (melena) por conta de ulcera hemorrágica (foto gentilmente cedida pela mestranda em ciência animal dos trópicos - UFBA - Byanca Ribeiro).



Úlcera perfurada com peritonite local aguda: Ocorre penetração de todas as camadas do abomaso, resultando em extravasamento do conteúdo para uma região restrita da cavidade abdominal (peritoneal) do animal. O local é sempre próximo da úlcera e é protegido por aderências formadas entre o abomaso e vísceras vizinhas ou omento.

Úlcera perfurada com peritonite difusa: Ocorre extravasamento de grande quantidade de conteúdo do abomaso para a cavidade abdominal espalhando-se por toda cavidade peritoneal resultando em uma peritonite difusa.

Figura 04 - Ulceração hemorrágica difusa.



Nos casos moderados da doença, frequentemente não se notam sinais clínicos. Os principais sintomas incluem anorexia e cólica. Na perda grave de sangue pode se constatar melena (presença de fezes escuras facilitando o diagnóstico clínico), alteração de apetite e ranger de dentes. Dependendo da fase pode haver ausência de motilidade ruminal e palidez das mucosas.

Figura 05 - Vários pontos de ulcera, sendo que algumas já perfuradas.



Quando ocorre peritonite observa-se febre, decúbito e exarcebação de dor local. Não há testes diagnósticos definitivos ante mortem, porém alguns exames complementares podem auxiliar o clínico durante o diagnóstico e curso da doença. Deve-se acompanhar a variação do leucograma, hematócrito (VG), fibrinogenio e sangue oculto nas fezes. O resultado da pesquisa de sangue oculto pode ser negativo a depender do tipo de úlcera envolvido. Antes de dar o diagnóstico final devem ser descartadas outras causas de cólica.

O tratamento se baseia na correção dos problemas da dieta ou da causa identificada, redução do estresse e inicio da terapia específica para os problemas clínicos causados pela úlcera. Pode ser difícil o sucesso terapêutico. As drogas de uso oral, como os agentes protetores de mucosa, passam pelo rúmen e, portanto, chegam ao abomaso diluídas. A utilização de substancias para estimular o reflexo de fechamento da goteira esofágica poderiam se mostrar mais capazes de produzir o efeito desejado no abomaso. Neste contexto a administração oral de Caulim e Pectina ou Sucralfato, após estímulo do reflexo, junto com a aplicação intravenosa de ranitidina poderia gerar grande beneficio. Deve-se realizar fluidoterapia nos animais que demonstrem desidratação e transfusões de sangue podem ser necessária naqueles com baixo valor de hematocrito. Antibioticoterapia de amplo espectro deve ser instituída nos casos suspeitos de peritonite. Aos rebanhos que apresentam acidose ruminal, devem-se fornecer substâncias tamponantes junto aos alimentos. O prognóstico é bom somente para úlceras não perfuradas.

Na necropsia podemos observar fluidos sanguinolentos ou sangue total ao longo do trato gastrointestinal. A lesão no abomaso é tipicamente pequena e envolve vasos sanguíneos da submucosa. Pode ser observada uma única úlcera hemorrágica ou ulcerações e erosões adicionais de diferentes tamanhos e localizações. Caso haja perfuração, observa-se a presença de aderências e de um liquido escuro e mal cheiroso na cavidade peritoneal podendo estar restrito um local ou disperso pela cavidade.

Devido à etiologia e fisiopatologia ainda não serem totalmente esclarecidas, fica difícil realizar um controle e prevenção da doença. Porém o manejo da dieta que reduz outras doenças do abomaso poderia diminuir a incidência de úlceras. Deve-se evitar mudanças abruptas nas rações ou dieta, diminuir o estresse em animais em confinamento ou em preparação para exposições, além de evitar o uso indiscriminado de antiinflamatorios não esteroidais. Quanto aos criadores, caso suspeitem da doença em algum animal da propriedade, é imperativo chamar com rapidez um veterinário para iniciar o atendimento.

Referências bibliográficas

AITKEN, I.D. Diseases of sheep. Blackwel Publishing:Oxford, 4 ed. p. 177, 2007.

CADIOLI,F.A.; BOVINO,F.; ARAÚJO,M.A.; TEODORO,P.H.M.; PEIRÓ,J.R.; MENDES,L.C.N.; FEITOSA,F.L.F. Sablose em uma bezerra Holandesa de dois meses de idade - Relato de caso. Vet. Zootec. Supl. 1, v.15, n.2, p. 28. 2008.

FECTEAU ME, WHITLOCK RW: Abomasal Ulcers. In: ANDERSON D.E.; RINGS D.M. Current Veterinary Therapy: Food animal practice. Vol.5. W.B. Saunders, Philadelphia. P.29-34. 2009.

HAJIMOHAMMADI, A.; BADIEI, K.; MOSTAGHNI, K.; POURJAFAR, M. Serum pepsinogen level and abomasal ulcerations in experimental abomasal displacement in sheep. Veterinarni Medicina. v.55, 7, p.311-317. 2010.

O Programa do Leite

Programa do Leite

Distribuindo diariamente um litro de leite para cada uma das 155 mil famílias em todo o Rio Grande do Norte, o Programa do Leite integra as ações desenvolvidas pelo Governo do Estado na área de Segurança Alimentar junto às comunidades mais carentes. O projeto tem como objetivo reduzir as carências nutricionais de crianças com faixa etária entre seis meses e três anos, desnutridos de três a seis anos de idade, gestantes, nutrizes, idosos a partir de 60 anos, portadores de deficiência impossibilitados de trabalhar, portadores do vírus do HIV e tuberculose e pessoas com câncer. Como conseqüência do sucesso do programa, o RN foi indicado pelo Unicef como o Estado do Brasil com o menos índice de desnutrição e menor taxa de mortalidade infantil.
O programa conta com investimentos mensais na ordem de R$ 7,2 milhões, o que totaliza um aporte de recursos anuais que supera os R$ 85 milhões. Grande parte desses investimentos beneficia os cerca de três mil pequenos produtores do laticínio, que têm a compra do produto garantida todos os meses. Além de promover o incremento da atividade pecuária e a melhoria do rebanho e da produtividade da cadeia leiteira, o Programa do Leite contribui para a geração de ocupação e renda ao homem do campo, já que todo o leite pasteurizado tipo C (145 mil litros de gado e 10 mil litros de cabra) entregue à população é adquirido de produtores locais, que têm o pagamento realizado rigorosamente a cada 15 dias, o que garante as verbas necessárias à produção.
Para facilitar ainda mais as ações em torno do programa, o Governo do Estado está concluindo o recadastramento de todos os beneficiários. A construção desse banco de dados digitalizado vai contribuir para diminuir os custos e garantir que o leite chegue às mesas de quem realmente necessita.  Nota do Blog: As vezes tenho a impressão que querem acabar com o programa do leite. Não se ouve falar em melhorias, novas tecnologias ou algo que realmente venha beneficiar o pequeno produtor. Necessário se faz, que todos os produtores de leite do estado estejam atentos as notícias capciosas que correm sobre o programa de maior alcance social do estado.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

PARA PENSAR:
“Há duas coisas a que temos de nos habituar, sob pena de acharmos a vida insuportável: são as injúrias do tempo e as injustiças dos homens”
Sébastien-Roch Chamfort

PARA REFLETIR:
“Os ignorantes, que acham que sabem tudo, privam-se de um dos maiores prazeres da vida: aprender”
Dito popular

PROJETO APRISCO QUER MELHOR CAPRINOCULTURA DO ESTADO



 O Governo do Estado, através da Secretaria da Agricultura, da Pecuária e da Pesca está se preparando para retomar as atividades do Projeto Aprisco que tem como principal finalidade desenvolver ações no sentido de melhorar a caprino-ovinocultura do Rio Grande do Norte.
De acordo com o secretário da pasta, Betinho Rosado, o objetivo do programa - que investirá este ano 350 mil reais em convênio firmado com a Sudene -, é prestar assessoria técnica para famílias beneficiárias, de forma integral e continuada, concentrando esforços no sentido de inserir os pequenos produtores familiares na cadeia produtiva da caprino-ovinocultura, buscando cada vez mais qualidade, competitividade e sustentabilidade socioeconômica e ambiental.
Antonio Carlos Magalhães, coordenador geral do projeto informou que os técnicos envolvidos no atendimento aos criadores, foram treinados na semana passada na Estação Experimental da Emparn, em Cruzeta, para realizar a tarefa de capacitar os produtores e organizações visando possibilitar a apropriação dos conhecimentos e das tecnologias.
Nesse sentido, o Projeto Aprisco pretende estabelecer o programa de práticas de manejo da vegetação, rebaixamento, raleamento e enriquecimento, gerando com isso um incremento considerável em sua produção pastoril, como forma de fomentar programas de atualização em técnicas de produção, organização e capacitação dos pequenos produtores.
O secretário Betinho Rosado ressaltou que as ações visam, também, valorizar os produtos advindos da caprino-ovinocultura, conferindo uma identidade territorial e cultural, a partir da realização de cursos de capacitação para os produtores da região, estimulando a utilização da mão de obra familiar.
A exemplo dos anos anteriores em que atuou nas regiões do Seridó, Central-Cabugi e Oeste, o Projeto Aprisco se voltará para difundir inovações tecnológicas que permitam o incremento de produção nos sistemas tradicionais.
O Secretário ressalta que, com ações como estas, será possível dar continuidade aos programas de sanidade animal, reprodução e melhoramento genético do rebanho do estado tendo como foco central os caprinovinocultores da Mesorregião Seridó, que se disponham a serem receptivos a inovações tecnológicas, com senso produtivo, e espírito empreendedor.
Antonio Carlos observou que esta etapa do projeto vai atuar em 25 municípios da região Seridó do estado que serão atendidos por uma equipe composta de 9 técnicos que está dividida em duas pessoas de nível superior e 7 de nível médio que irão voltar suas atenções para 250 propriedades de caprinos e/ou ovinos.
Além desse trabalho de extensão, os técnicos vai realizar 5.000 exames de parasitológicos de fezes; 250 testes sorológicos de CAEV; avaliar 20.000 animais através do método Famacha que vem a ser um diagnóstico de verminose.
Mas o projeto não está voltado apenas para a parte de sanidade animal uma vez que também fará um trabalho com intuito de produzir 40.000 mudas de espécies nativas e adaptadas com potencial forrageiro para alimentação.
Por outro lado, no sentido de melhorar o rebanho, o Projeto Aprisco tem verba destinada a compra de 20 reprodutores caprinos e ovinos para que os criadores possam realizar cobertura nas fêmeas do seu rebanho e ainda promover uma etapa de inseminação artificial, em caprinos, nos produtores assistidos.
O projeto será executado pela Secretaria da Agricultura, da Pecuária e da Pesca em parceria com as vinculadas, Emparn, Emater, Idiarn, prefeituras municipais, associações de criadores e sindicatos rurais.
Municípios Contemplados: Acari, Caicó, Campo Grande, Campo Redondo,  Carnaúbas do Dantas, Cerro Corá, Cruzeta, Currais Novos, Equador, Florânea,  Japi, Jardim de Piranhas, Jardim do Seridó, Jucurutu, Ouro Branco, Parelhas, Santa Cruz, Santana do Matos, Santana do Seridó, São João do Sabugí, São José do Seridó, São Tomé, Serra Negra do Norte, Timbauba dos Batistas e Triunfo Potiguar
F: AssCom Sape
OBS DO BLOG AVERDADE: SEMPRE SOLICITEI PARA AFONSO BEZERRA-RN O BODE MÓVEL POR UM PERIDO DE 30 DIAS 3 VEZES AO ANO. O CRIADOR TEM JOGADO DINHEIRO NO RALO, POIS, NÃO SABENDO IDENTIFICAR QUALTIPO DE VERME SEU ANIMAL ESTÁ ELE APLICA O VERMIFUGO SEM SABER QUEM VAI COMBATER. OU GOVERNO ATRAPALHADO ESTE.
Nota do blog nossaterra:
É muito oportuno o projeto da Secretaria de Agricultura, com relação a Caprinovinocultura em nosso estado. O que não entendo é deixar Afonso Bezerra, Lajes, posso até incluir Angicos neste projeto, pois são potenciais produtores de leite. A obs. de Fernando é salutar, esperamos sim, que a região central seja mais prestigiada.

Parabéns Fernando Pedroza


FERNANDO PEDROZA, 19 ANOS.
                                                                                                         Anilton Souza
Parece que foi ontem. Mas, já completamos 19 anos de Emancipação Político - Administrava. De lá para cá, muito coisa mudou, tanto para a cidade, como para a população residente, que foi sem dúvida a mais beneficiada. Embora ressalto com propriedade, que não foi nada fácil, ou seja, um processo que poderia acontecer normalmente, chegou a se transformar em sacrifício, injustiça e lágrimas. Tivemos durante o percurso, duas tentativas de Emancipação Política. A 1ª na década de 50, quando o então Gerente da Usina São Joaquim e chefe político, Severino Sérvulo de Medeiros, político de influência regional e estadual, Vereador e até Presidente da Câmara Municipal de Angicos, reuniu algumas lideranças políticas e entrou com um projeto na Assembléia Legislativa do Estado, no intuito de libertar Fernando Pedroza do julgo Angicano. Apesar da sua influencia política, Severino Sérvulo não contava com uma oposição radical por parte dos Políticos Angicanos, que dominavam na época o cenário estadual. O projeto não chegou a tramitar na Assembléia Legislativa, tamanha era a influencia Angicana, que sempre foi contra a nossa Emancipação Política. Na época, Fernando Pedroza era economicamente muito forte, devido a influência das Usinas São Joaquim e São Miguel. Somente 30 anos depois, resolvi levantar a bandeira, outrora erguida por Severino Sérvulo e acendi a chama da Emancipação. Sem mandato político, com meus parcos recursos financeiros, reuni alguns amigos, dentre eles, Magnos Alves, Aluisio Bezerra(in memoriam) Sargento Paulino(in memoriam) Milce Trindade e outros, com o respaldo do Advogado Francisco Maria e Fernando Gomes Pedroza criamos uma Comissão de Emancipação, sob os auspícios do então Presidente da Assembléia Legislativa o Deputado Carlos Augusto Rosado, que veio ao lugar e participou ativamente de várias reuniões e sentiu o anseio popular da libertação. Infelizmente a matéria esbarrou na Comissão de Constituição e Justiça, por não possuir 10 mil habitantes, o que rezava a lei na oportunidade. Embora no mesmo período, vimos ser criado o município de Serra do Mel, até então um aglomerado de casas rurais, sem núcleo urbano constituído, mas com o forte respaldo político do Governador Cortêz Pereira e uma economia agrícola merecedora do fato. Com a mudança da lei e sem a oposição dos Angicanos, em 26 de junho de 1992, finalmente foi criado o município de Fernando Pedroza, para felicidade geral de todos e uma injustiça reparada. Na época Fernando Pedroza era maior e mais desenvolvido do que 50 municípios do Rio Grande do Norte. Somos hoje, a caçulinha da região central do estado. Já dizia o poeta, Lutar é preciso e vencer mais ainda. Eu também faço parte dessa história. Deus ajude a nossa terra.

domingo, 19 de junho de 2011

Arribaçã-Caça Poderá ser Liberada

SEMI-ÁRIDO Caça da Arribaçã poderá ser liberada no Brasil
A caça da arribaçã, ave que se reproduz no Semi-árido brasileiro, deverá ser regularizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Está marcado para outubro um encontro com todos os setores envolvidos (governo, cientistas, usuários e caçadores), para definir se a caça pode ser liberada e em que condições.
De acordo com o diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama, José Anchieta dos Santos, estudos preliminares do Centro de Pesquisa para a Conservação das Aves Silvestres (Cemave) indicam que pode haver uma estação de caça. “Mas se continuar a caça indiscriminada, as arribaçãs podem vir a ser exterminadas”, diz.
Na opinião de Anchieta, mesmo com a caça proibida, é grande a captura da espécie, tanto pela população local quanto por grupos de caçadores. “Para constatar isso, basta checar o número de autuações das superintendências do Ibama no Nordeste”, afirma.
Se a medida for aprovada, o Sertão Nordestino se tornará a segunda região de caça autorizada no Brasil – a primeira foi o Rio Grande do Sul, onde o Ibama permite a caça amadora uma vez por ano, em determinadas regiões do Estado, com cotas pré-estabelecidas para cada caçador.
Também conhecidas como avoantes ou pombas-de-bando, as arribaçãs são alvo dos caçadores, principalmente no período de reprodução da espécie, quando fazem os ninhos no solo da caatinga.

A Cultura da Batata Doce

João Bosco Carvalho da Silva
Carlos Alberto Lopes
Janaina Silvestre Magalhães

O cultivo de hortaliças em pequena escala é geralmente uma atividade múltipla de produção agrícola, exercida com pouco uso de tecnologia e sem orientação profissional, obtendo-se baixos índices de produtividade e a baixa qualidade dos produtos.
A cultura da batata-doce é um exemplo dessa situação pois, ao longo do tempo, tem sido cultivada de forma empírica pelas famílias rurais, em conjunto com diversas outras culturas, visando a alimentação da família, principalmente na primeira refeição diária, utilizada na forma de raízes cozidas, assadas ou fritas. Com o crescente êxodo rural, grande parte do consumo de batata-doce foi substituído pelo pão e por hortaliças de mais fácil preparo e de maior atratividade, como batata, cenoura e tomate, que eram anteriormente pouco consumidas pela família rural, por serem de difícil cultivo em hortas domésticas.
A produção brasileira teve um forte declínio nas últimas décadas (Figuras 1 e 2). Por outro lado, percebe-se que o índice de produtividade tem sido crescente nos últimos anos, revelando que o sistema de produção tem sofrido mudanças que indicam uma evolução do nível tecnológico, embora muitas tecnologias disponíveis ainda sejam raramente aplicadas nessa cultura. Apesar da grande decadência, verifica-se pelos dados estatísticos, que a batata-doce ainda detém o 6° lugar entre as hortaliças mais plantadas no Brasil, correspondendo a [1] uma produção anual de 500.000 toneladas, obtidas em uma área estimada de 48.000 hectares (Quadro 1).
A batata-doce é cultivada em 111 países, sendo que aproximadamente 90% da produção é obtida na Ásia, apenas 5% na África e 5% no restante do mundo. Apenas 2% da produção estão em países industrializados como os Estados Unidos e Japão. A China é o país que mais produz, com 100 milhões de toneladas (Woolfe, 1992; FAO, 2001)
A batata-doce é cultivada em regiões, localizadas desde a latitude de 42 ºN até 35 ºS, desde o nível do mar até 3000 m de altitude. É cultivada em locais de climas diversos como o das Cordilheiras dos Andes; em regiões de clima tropical, como o da Amazônia; temperado, como no do Rio Grande do Sul e até desértico, como o da costa do Pacífico.

Figura 1. Área cultivada com batata-doce no Brasil (FAO, 2001)

Figura 2. Produção de batata-doce no Brasil (FAO,2001)

A cultura adapta-se melhor em áreas tropicais onde vive a maior proporção de populações pobres. Nessas regiões, além de constituir alimento humano de bom conteúdo nutricional, principalmente como fonte de energia e de proteínas, a batata-doce tem grande importância na alimentação animal e na produção industrial de farinha, amido e álcool. É considerada uma cultura rústica, pois apresenta grande resistência a pragas, pouca resposta à aplicação de fertilizantes, e cresce em solos pobres e degradados.
Comparada com culturas como arroz, banana, milho e sorgo, a batata-doce é mais eficiente em quantidade de energia líquida produzida por unidade de área e por unidade de tempo. Isso ocorre porque produz grande volume de raízes em um ciclo relativamente curto, a um custo baixo, durante o ano inteiro. Em termos de volume de produção mundial, a cultura ocupa o sétimo lugar, mas é a décima quinta em valor da produção, o que indica ser universalmente uma cultura de baixo custo de produção.

Quadro 1. Principais hortaliças produzidas no Brasil
Cultura
Volume de produção
(tonelada)
Área plantada
(hectare)
Valor da produção
(R$1000)
Tomate
3.042.603
57.636
1.030.812

Batata
2.582.000
152.348
780.632

Cebola
1.078.300
65.366
297.790

Cenoura
680.523
25.850
204.157

Melancia
600.000
79.000
171.309

Batata-doce
500.000
48.000
123.474

Inhame
230.000
25.000
75.000

Melão
145.000
15.000
65.347

Alho
71.747
11.511
144.468

             
Fonte: FAO, 2000; IBGE, 1999

No Brasil, o investimento na cultura de batata-doce é muito baixo, e o principal argumento contrário ao investimento em tecnologia é que a lucratividade da cultura é baixa. Isso decorre do pequeno volume individual de produção, ou seja, os produtores ainda tendem a cultivar a batata-doce como cultura marginal, com o raciocínio de que, gastando-se o mínimo, qualquer que seja a produção da cultura constitui um ganho extra. Dessa forma, é obtido um produto de baixa qualidade e sofre restrições na comercialização, tanto por parte dos atacadistas, que tendem a reduzir o preço, quanto por parte do consumidor, que refuga parte do produto exposto à venda.
Ao se comparar os custos de produção e os índices de produtividade, percebe-se que uma questão básica é a falta de determinação, por parte do produtor, em pesquisar mercados e descobrir oportunidades de estabelecer compromissos de produção com alta qualidade, para ter um canal seguro de comercialização, com possível regularidade de uma produção programada.
A produtividade média brasileira é menor que 10 t/ha (500 caixas/ha), enquanto que, utilizando-se apenas cerca de R$3400/ha ou US$1300, que é o custo médio para adotar um sistema tecnológico acessível a qualquer nível de produtor, obtém-se a produtividade de 22 t/ha (1.100 caixas/ha). Considerando o preço médio de R$9,50 por caixa, estima-se o retorno do triplo do capital investido em quatro ou cinco meses, o que raramente se obtém em outra atividade produtiva. Além do bom nível de retorno econômico, o uso da tecnologia resulta na melhoria substancial da qualidade do produto, melhorando a sua aceitação e aumentando o poder de barganha no momento da comercialização.
No Brasil, a batata-doce é cultiva em todas as regiões. Embora bem disseminada no país, está mais presente nas regiões Sul e Nordeste, notadamente nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Pernambuco e Paraíba (Quadro 2).
No Nordeste, a cultura assume maior importância social, por se constituir em uma fonte de alimento energético, contendo também importante teor de vitaminas e de proteína, levando-se em conta a grande limitação na disponibilidade de outros alimentos em períodos críticos de estiagem prolongada. Paradoxalmente, é nesta região e no Norte do país, com população mais carente e com melhor clima, que a produtividade é mais baixa (Quadro 2).

Quadro 2. Área, produção e produtividade da batata-doce em alguns estados e nas regiões brasileiras.
Estados
Área (ha)
Produção (t)
Produtividade (t/ha)
Rio Grande do Sul
14.894
159.099
10.6

Paraná
4.042
68.810
17.0

Santa Catarina
2.110
30.649
14.5

Paraíba
4.410
30.332
6.8

Pernambuco
2.600
22.484
8.6
 

Regiões

 
 
 
 
Sul
21.046
258.558
12.2

Nordeste
15.559
126.228
8.1

Sudeste
5.853
82.004
14.0

Norte
398
1.370
3.4

Centro-Oeste
302
4.262
14.1
 
               
Fonte: IBGE, 1999.

A cultura de batata-doce necessita de cerca de 500 mm de lâmina de água durante o ciclo produtivo para que apresente um índice elevado de produtividade. As raízes de reserva se formam já no início do desenvolvimento da planta, e estas estruturas, além de se constituírem reserva para a própria planta, são unidades de reprodução que emitem novas brotações se a parte aérea da planta for eliminada ou se ressecar pela deficiência hídrica prolongada. Nesse caso, o ciclo cultural se prolonga, mas raramente ocorre perda total da lavoura, como é comum ocorrer com outras espécies, nessas condições.
Além da resistência à seca, a cultura apresenta as seguintes características:
  • É de fácil cultivo – Embora existam diversas técnicas aplicadas desde o preparo do solo até o processamento pós-colheita, a cultura pode ser conduzida de forma rudimentar, sem utilização de fertilizantes, agrotóxicos ou irrigação.
  • Tem baixo custo de produção – Ao se comparar com diversas outras hortaliças, a batata-doce demanda menos fertilizantes, irrigação e mão-de-obra, o que resulta em baixo custo relativo de produção.
  • Permite colheita prolongada – A parte comercial se constitui de raízes de reserva que se formam ao longo do ciclo da planta, sem apresentar um momento específico de colheita, tratando-se portanto de uma planta de ciclo perene. Assim sendo, a colheita pode ser parcelada, antecipada, ou retardada, de acordo com a conveniência do produtor, levando-se em conta porém, que a antecipação corresponde à produção de raízes de menor tamanho e que o retardamento implica em maior incidência de pragas, além da formação de raízes acima dos padrões comerciais.
  • Apresenta resistência a pragas e doenças – O fato da batata-doce ter sido uma das hortaliças mais cultivadas em períodos quando não se utilizavam agrotóxicos, é um comprovante de sua resistência natural a pragas e doenças. Esta característica foi comprovada por Müller e Börger – 1940, citado por Woolfe (1992), que descobriu que a presença de fitoalexinas, extraída pela primeira vez nesta planta, funcionavam como antibióticos naturais. Quando as raízes são danificadas por fungos patogênicos, tais como Ceratocystis fimbriata (Clark & Moyer, 1988) ou Fusarium solani (Wilson, 1973) ou então invadidas por brocas como Euscepes postfasciatus (Uritani et al. 1975), a planta reage ao ataque, produzindo uma variedade de sesquiterpenos que tornam o tecido vegetal amargo e com odor forte (Schneider et al., 1984).
  • É mecanizável – A horticultura é uma atividade que geralmente consome grande quantidade de mão-de-obra, o que favorece a fixação do homem no campo. Entretanto, o uso de serviços mecanizados reduz o custo de produção e aumenta a possibilidade de lucro para o produtor. Nesse sentido a cultura da batata-doce tem a vantagem de ser adaptada a ambos sistemas de produção, podendo ter diversas etapas mecanizadas, especialmente o plantio e a colheita.
  • É protetora do solo – A cultura é instalada em camalhões ou leiras que devem ser construídas em nível, formando um eficiente sistema de controle da erosão, podendo portanto ocupar áreas marginais e de topografia acidentada. A planta apresenta ainda um crescimento rápido, cobrindo completamente o solo a partir de aproximadamente 45 dias do plantio.
 A despeito dessas características, a cultura apresenta uma série de desvantagens ou barreiras:
  • É de difícil preparo para a culinária – As hortaliças são geralmente preparadas em curto tempo, sendo diversas delas simplesmente picadas ou raladas. A batata-doce entretanto, necessita ser descascada, picada e cozida, exigindo esforço e tempo que nem todo consumidor moderno está disposto a despender..
  • Tem aparência ruim – Por se tratar de uma raiz tuberosa, o crescimento das mesmas é afetado pela presença de torrões, pedras e fendas do solo, formando um produto tortuoso. O ataque de larvas de insetos, mesmo que não danifiquem severamente as batatas, formam orifícios e galerias superficiais que depreciam a sua aparência. Além disso, as variedades cultivadas apresentam altos teores de produtos fenólicos que, embora úteis por aumentar a resistência a pragas, causam o escurecimento da polpa quando exposta ao ar, constituindo alimentos menos atrativos.
  • Forma manchas – A planta da batata-doce produz látex que se fixa facilmente na pele e em tecidos, formando manchas de difícil remoção.
  • Causa “pesadez” e forma gases – A batata-doce possui um inibidor da digestão que reduz a ação de enzimas digestivas como a tripsina e quimotripsina (Ryan, 1981). O prolongamento do tempo de digestão favorece a fermentação dos alimentos no trato intestinal, causando flatulência e formação de gases.
  • É pouco valorizada – A batata-doce tem sido tradicionalmente consumida por famílias de baixa renda, especialmente as do meio rural. Uma constatação disso é que raramente faz parte da pauta de produtos de exportação. Outra constatação é que, embora possa ser utilizada em inúmeras receitas, tanto de doces como de salgados, raramente é citada como ingrediente em livros de receitas.
Uma das conseqüências destes entraves é a restrição na comercialização. O volume de venda nos supermercados e nos atacadistas é relativamente pequeno. Com isso, não se formou, ao longo do tempo, um canal de comercialização e não se conhecem casos de produção programada ou organizada em forma de cooperativas ou associações. O maior volume de vendas ocorre em mercados de periferia, como as feiras e quitandas, que é individualmente pequeno, formando-se então um ciclo vicioso de baixa qualidade do produto, baixo valor pago ao produtor, pouco investimento, baixo nível tecnológico.

1 Engenheiro Agrônomo, PhD em fitotecnia, pesquisador da Embrapa Hortaliças
2 Engenheiro Agrônomo, PhD em fitopatologia, pesquisador da Embrapa Hortaliças
3 Bióloga, bolsista da Embrapa Hortaliças
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