terça-feira, 31 de agosto de 2021



Como controlar o carrapato sem usar produtos químicos no rebanho bovino

Como controlar o carrapato sem usar produtos químicos no rebanho bovino

 

É o que busca o projeto de Controle de Carrapato “Lone Tick”, da equipe da Embrapa Gado de Corte. O estudo conta com o apoio da Embrapa Clima Temperado, Faculdade de Medicina Veterinária da UFPel e da Emater/RS-Ascar. O sistema Lone Tick, chamado carrapato solitário, é um sistema de controle sanitário sem uso de acaricidas, ou seja, sem a realização de controle químico. Parte do projeto, realizada na região Sul do país,  quer validar o comportamento do parasita bovino em diferentes regiões, já que estão sendo também avaliadas unidades de pesquisa na região dos Cerrados.

O pesquisador Renato Andreotti explicou como funciona este sistema. ” Muda-se o boi de pasto, separando o boi do carrapato, e mudando consecutivamente o rebanho do seu local de pastagem inicial. Quando se faz uma rodada em quatro pastagens diferenciadas, se retorna, posteriormente a pastagem inicial, onde foi percorrido um tempo total de 112 dias. Assim, ao final do circuito, há um vazio forrageiro sanitário de 84 dias, no local da pastagem inicial, e neste período as larvas do carrapato ficam solitárias, e portanto, morrem, pois elas não possuem animais no local para se hospedar. Assim, é possível matar o carrapato, sem utilizar produtos químicos”, explicou.

 

Crédito Fundiário

Prazo para análise de financiamento de imóvel para agricultores familiares diminui de dois anos para até seis meses

Mudança é resultado do processo de reformulação do Programa Nacional de Crédito Fundiário e informatização de processos

Agricultores familiares vão esperar menos tempo para que a proposta de financiamento para aquisição e estruturação de um imóvel rural seja analisada no âmbito do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF). O prazo médio para contratação das operações de crédito, que era de 2 anos, diminuiu para até 6 meses, após a otimização das etapas de análise dos documentos e informatização de procedimentos.  

A novidade é resultado das ações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que, por meio da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF), deu início, em 2019, ao processo de reformulação do PNCF, política pública que oferece condições para que os agricultores familiares sem acesso à terra ou com pouca terra possam comprar e estruturar um imóvel rural, utilizando financiamento com recursos do Fundo de Terras da Reforma Agrária. O novo formato ganhou o nome de Terra Brasil – Programa Nacional de Crédito Fundiário.

“Estamos desburocratizando e ampliando o acesso dos agricultores familiares ao crédito fundiário. Para isso, o Mapa está qualificando o processo de tramitação das contratações e garantindo mais rapidez à concessão de financiamento para os trabalhadores rurais brasileiros que mais precisam”, afirma o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa, César Halum.

Com o propósito de garantir mais eficiência ao programa, o Mapa simplificou o fluxo de tramitação das propostas de financiamento, que possuía um total de 14 etapas e passou a contar com 6 etapas. Outra ação que contribuiu para a redução do tempo de espera foi a implementação do serviço digital Obter Crédito - Terra Brasil, lançado em julho de 2020, por meio de parceria entre o Mapa e a Secretaria de Governo Digital.

A plataforma possibilita o envio do Projeto Técnico de Financiamento e toda documentação do candidato a beneficiário, do vendedor e do imóvel rural, de forma totalmente digital, dispensando a necessidade de entrega de documentação física ao governo federal. 

Após o estabelecimento das novas normas pela Portaria nº 123, de 23 de março de 2021, já foram liberados 22 contratos de financiamentos para agricultores e produtores rurais. Para isso, o Mapa contou com a parceria do Banco do Brasil, que confirmou a utilização do serviço digital Obter Crédito – Terra Brasil e a tramitação digital das propostas.

Agilidade e segurança

A primeira contratação de crédito aprovada depois da reformulação do programa é do estado do Espírito Santo, município de Mimoso do Sul, e foi solicitada pelo agricultor Renan Polinicola, de 29 anos, que possui lavouras de café e de frutas. A elaboração do projeto técnico, análise e liberação do financiamento ocorreu em aproximadamente três meses.

“Trabalho na agricultura desde criança com meu pai e sempre quis comprar um pedaço de terra para cuidar, plantar, investir e ter bons resultados. Hoje, estou muito feliz por ter sido aprovado pelo crédito fundiário e por ter conseguido comprar a minha terra. Achei o programa muito bom, eficiente e rápido”, comemora Renan.

O técnico Richard Pacheco é o responsável pelo projeto do agricultor Renan Polinicola. Ele conta que trabalha com o programa de crédito fundiário há mais de seis anos e tem acompanhado a reformulação dessa política pública. “Antes, era um processo que demorava muito. Levava mais de anos para sair uma proposta e tinha uma burocracia enorme, além da demora na análise. A gente percebia que era tudo muito lento. De uns anos para cá, a gente já vem acompanhando uma evolução e o novo serviço digital Terra Brasil foi o diferencial, que deixou tudo online. Mudou muito a forma da gente trabalhar. Mudou para melhor. Se tornou muito mais ágil e mais seguro”, conta o técnico.

Terreno do agricultor Renan Polinicola - Foto Richard Pacheco.jpg
O imóvel financiado pelo agricultor familiar Renan Polinicola fica localizado no município de Mimoso do Sul, no Espírito Santo. Foto: Richard Pacheco.

Pacheco ressalta ainda que o Terra Brasil - PNCF é fundamental no apoio aos pequenos produtores, pois, além de possibilitar a compra da terra, garante a prestação de serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) ao beneficiário, estimulando o desenvolvimento de suas atividades de forma independente e autônoma.

“Aquele produtor que está vivendo de colono, com contrato de parceria agrícola, onde o que ele faz é para sobreviver, para tirar o sustento da família, a partir do momento que ele tem esse recurso para aquisição do imóvel, ele sai da situação de quase pobreza que está vivendo e se torna agricultor familiar. E aí entra a importância da assistência técnica, que chega para somar, pois esse beneficiário passa a ser um proprietário instruído, que vai ter uma produção que vai dar sustento e excedentes para pagar as parcelas do financiamento. E, quando a gente fala desse sustento, dessa melhoria na qualidade de vida, isso é favorável, pois vai girar mais recursos no município, no estado e no país. É uma roda que não para de girar”, destaca o técnico Richard Pacheco.

Em Minas Gerais, outro projeto de financiamento aprovado envolveu 14 famílias. Nesse caso, houve o desmembramento do imóvel rural antes da contratação e cada família adquiriu uma parte do terreno. A elaboração do projeto técnico, as análises e a liberação dos contratos de financiamento ocorreram em aproximadamente seis meses.

Depois da reformulação do programa e do lançamento do serviço digital ocorreram, ainda, as primeiras contratações de crédito fundiário, no âmbito do Terra Brasil - PNCF, nos estados de São Paulo e Paraná, após mais de dois anos sem registrar novas liberações. Nos dois casos, os projetos, que são de dois familiares em um mesmo imóvel, levaram menos de 6 meses para a liberação do contrato de financiamento.

Sonho antigo

Três famílias da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride) também estão comemorando a aprovação da proposta de financiamento pelo programa federal. Um dos beneficiários, Celso Ferreira, conta que está realizando o antigo sonho de ter a terra própria e, assim, poder dar continuidade aos negócios da família, que possui criação de gado leiteiro em pastos antes alugados.

O produtor familiar financiou um imóvel localizado no município de Cocalzinho de Goiás e, junto com a esposa e os dois filhos, faz planos para o futuro. “Tem dez anos que arrendo terra para poder trabalhar como produtor rural, para poder produzir o queijo frescal que entrego nas padarias e mercados de Taguatinga. Agora vai mudar muito a nossa vida, pois na nossa terra vamos poder fazer as coisas planejadas, tudo certinho, com sossego e independência, do jeito que a gente quer", diz Ferreira. Atualmente ele produz uma média de 60 queijos de meio quilo por dia e a meta agora é dobrar essa quantidade. 


No novo terreno, o produtor rural Celso Ferreira planeja ampliar a criação de gado leiteiro da família e a produção de queijo frescal. Foto Divulgação.

Para o técnico Frederico Franco, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (EMATER-DF), responsável pelo projeto apresentado pelo produtor Celso Ferreira, o programa de crédito fundiário tem um grande potencial e contribui para o desenvolvimento do campo.

“É nítido que os produtores enxergam no PNCF uma política pública de grande valor. Muitos trabalhadores rurais sonham em ter suas propriedades e o financiamento em 25 anos facilita muito essa aquisição. Acredito que algumas exigências documentais podem ser ainda mais enxugadas, mas, de fato, há um critério bem claro para selecionar pessoas que tenham experiência com a atividade rural, e isso é de extrema importância para que o adquirente já tenha uma referência de como começar”, afirma Franco.

O técnico da Emater-DF ressalta que alguns pontos são importantes na hora de escolher o imóvel a ser financiando. “Os trabalhadores rurais e demais interessados que se enquadram nos requisitos devem buscar o PNCF e se atentar em conhecer a estrutura básica da propriedade, de preferência com bons acessos à água, que já possua o CAR - Cadastro Ambiental Rural, com solo em boas condições e, se possível, com benfeitorias mínimas, de modo a agilizar o foco na parte produtiva. Também é imprescindível, antes de iniciar o pleito, analisar as documentações em cartório para que se evite perder tempo com uma propriedade que possui muitas irregularidades ou restrições”.

O trabalhador rural interessado em obter financiamento para compra ou estruturação de propriedade deve procurar a empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) do seu município para receber orientações sobre o acesso ao crédito com recursos do Fundo de Terras, por meio do Terra Brasil - PNCF.  

>> Clique aqui para saber mais sobre o Terra Brasil – Programa Nacional de Crédito Fundiário

Outras informações podem ser obtidas pelo e-mail terra.brasil@agricultura.gov.br ou pelos telefones (61) 2020-0862 / (61) 3276-4104.

 

 CI

 
DEMANDA POR CRÉDITO

Mapa estuda remanejar recursos entre programas de investimentos

No Plano Safra 2021/22, os recursos totalizam R$ 251,3 bilhões. No primeiro mês de contratação do crédito rural, os financiamentos atingiram R$ 27 bilhões
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OMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estuda adequar os recursos ofertados no Plano Safra 2021/2022 em razão da procura dos produtores rurais e das cooperativas agropecuárias por programas de investimento. Na atual temporada, os recursos totalizam R$ 251,3 bilhões. Só no primeiro mês de contratação do crédito rural, os financiamentos atingiram R$ 27 bilhões, alta de 16% em relação ao mesmo período da safra passada. Em julho, foram contratados R$ 6,8 bilhões para investimentos, o equivalente a 9% dos R$ 73,4 bilhões disponibilizados para essa finalidade.  

A medida passou a ser considerada após o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ter comunicado aos agentes financeiros a suspensão de novos pedidos de financiamento de programas de investimento, pois os que já haviam sido protocolados pelo banco correspondem a grande parte dos recursos disponíveis.

De acordo com o diretor de Crédito e Informação da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, Wilson Vaz de Araújo, o Ministério poderá propor remanejamento de recursos a partir das contratações efetivadas no Sicor/Bacen. “As necessidades de realocação serão avaliadas à luz das disponibilidades e perspectivas de contratação em cada programa e do desempenho dos diferentes agentes financeiros que operam com recursos equalizáveis”.

O diretor informou que o remanejamento pode ocorrer em quatro momentos do ano-safra: setembro, novembro, fevereiro e maio. “Dadas as limitações de recursos orçamentários e a aquecida demanda de crédito para investimentos agropecuários, é natural que os recursos disponibilizados, embora tenham sido acentuadamente elevados na atual safra, venham a se exaurir antes do final do período, conforme ocorreu no ano passado”, explica o diretor.

Além do remanejamento em estudo, o Governo Federal tem trabalhado  com agentes financeiros para que viabilizem linhas próprias de investimento, no intuito de complementar os recursos do crédito rural, conforme já ocorre no Banco do Brasil, por meio do Invest Agro, e no BNDES, por meio do BNDES – Crédito Rural.

Outros agentes financeiros

A suspensão de pedidos de financiamento pelo BNDES abrangeu, inicialmente, o PCA (Construção e Ampliação de Armazéns) e o Prodecoop (cooperativas), cujos limites autorizados para banco foram, respectivamente, R$ 696,7 milhões e  R$ 1,087 bilhão. Posteriormente, a suspensão incluiu o Inovagro (R$ 893 milhões), o Procap-Agro (R$ 520 milhões), o PCA com capacidade de até 6 mil toneladas (R$ 319,8 milhões) e parcialmente o Pronaf (R$ 587,1 milhões).

De acordo com Wilson Vaz de Araújo, embora o BNDES já tenha sinalizado o esgotamento dos recursos destinados para esses programas, cabe destacar que uma parcela pequena desses recursos foi efetivamente contratada e registrada no Sistema Sicor, do Banco Central. Isto porque as propostas de financiamento protocoladas requerem, por vezes, um período relativamente longo de análise até sua efetiva contratação.

Vaz de Araújo destaca ainda que apesar de o BNDES responder pela maior fatia de recursos equalizados nos programas de investimento, a Lei nº 13.986/2020 abriu a possibilidade de outros agentes financeiros operarem recursos equalizados no crédito rural. Atualmente, há um total de 12 bancos (Banco do Brasil, Banrisul, BDMG, BNDES, Bradesco, BRDE, CEF, CNH Industrial, Credicoamo, Cresol, Sicoob e Sicred).

O diretor explica que o BNDES mantém a hegemonia e relevância no repasse de recursos de investimentos, dado seu papel de destaque na intermediação de mais de 30 bancos no processo de financiamento de investimentos agropecuários, em especial para as cooperativas de crédito. A distribuição de recursos para um maior número de agentes financeiros resultou nos seguintes níveis de participação do BNDES nos programas de investimentos, que estão com protocolos suspensos: Inovagro (34%), Prodecoop (66%), Procap-Agro  (35%), Pronaf (27%) e PCA (35%).

Além dos recursos equalizáveis do BNDES (R$ 1,016 bilhão) e demais bancos (R$ 1,9 bilhão) para o PCA, este programa conta com a disponibilidade de Recursos Obrigatórios, provenientes das Exigibilidades sobre os Depósitos à Vista (R$ 1,2 bilhão), totalizando R$ 4,12 bilhões. Nesse caso, a participação do BNDES no total de recursos para o PCA é de 25%.

Assim, mesmo com a suspensão do protocolo de novas propostas pelo BNDES, os produtores rurais podem buscar os financiamentos para investimentos nos bancos que dispõem de recursos para os mencionados programas.

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

 

Conab estima produção total de 289,6 milhões de toneladas de grãos para safra 2021/22

A publicação aponta para a manutenção de preços em patamares remuneradores para as principais culturas, além de um novo recorde na produção de soja

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nesta quinta-feira (26/08) as Perspectivas para a Agropecuária Safra 2021/22 – Edição Grãos, publicação que traz as principais variáveis de mercado e as tendências para as culturas de soja, arroz, feijão, algodão e milho. Os dados apontam para uma produção total de 289,6 milhões de toneladas de grãos para a safra 2021/22. 

A publicação aponta, de forma geral, para a manutenção de preços em patamares remuneradores para as principais culturas, além de um novo recorde na produção de soja (141,3 milhões de toneladas) – mantendo o Brasil como o maior produtor e exportador da oleaginosa no mundo – e também recorde na produção de milho (115,9 milhões de toneladas).

A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) ressaltou a importância da disponibilização de informações para que produtores tomem decisões mais orientadas para planejar sua produção. “Isso é muito importante principalmente para os médios produtores, que terão informações cada vez mais seguras para a suas tomadas de decisão, desde a época de plantio até de quando vender e para conhecer os números que temos tanto no mercado interno mas também nos mercados externos”, disse.  

Outro destaque é a projeção de recuperação de produtividade na casa dos 29% para o milho, após um ano marcado pela quebra em razão dos fatores climáticos. Além disso, espera-se uma recuperação dos estoques de passagens de milho, finalizando o próximo ciclo em 9,9 milhões de toneladas. A projeção é de recuperação das exportações do produto, saindo de 23,5 milhões de toneladas neste ano safra para 39 milhões de toneladas no próximo ano.

Para o arroz, a expectativa é de um pequeno aumento de produção (+0,4%), com projeção aproximada de 11,8 milhões de t. Já para o feijão, a perspectiva é de manutenção de área e aumento da produção, devido à recuperação da produtividade (+5,65%), que foi afetada no último ciclo. Com isso, há a projeção de recuperação da produção e dos estoques finais, que voltarão a valores próximos ao da média dos últimos 5 anos.

Em relação ao algodão, a retomada da demanda pelo produto – vinda de importantes consumidores asiáticos –, o dólar valorizado e a menor produção dos EUA contribuíram para uma forte valorização dos preços internacionais, o que permitiu que o Brasil batesse recorde de exportações. Boa parte da safra a ser plantada já está comercializada e os produtores se esforçam para se firmarem no mercado internacional como exportadores regulares. As projeções da Companhia indicam uma elevação de 13,4% da área a ser plantada na safra 2021/22.

Sobre as Perspectivas

Nas Perspectivas para a Agropecuária, que chega ao seu oitavo ano, o leitor pode conferir estimativas detalhadas sobre área, produtividade, produção, consumo, exportações, importações, estoques, custos, preços e rentabilidade na Safra 2021/2022, além de um quadro de oferta e demanda, com as variáveis referentes às safras anteriores. O estudo também aborda questões como perspectivas econômicas, tendo como ponto de partida o desafiador cenário mundial.

Nesta publicação, foram adicionados modelos de séries temporais e modelos econométricos de rentabilidade e de preços reais para a previsão da área e produtividade agrícola para o próximo ciclo. Além disso, o documento conta também com cálculos da previsão do PIB Agropecuário em 2022, realizados pelo Instituto de Pesquisa de Economia Aplicada (Ipea) com base em dados da Conab.
As Perspectivas para a Agropecuária têm o objetivo de contribuir para a previsibilidade do setor, para a redução das assimetrias de informações e para o aumento da transparência das operações. A partir dos dados apresentados, diversos atores com participação no cenário agro poderão compreender o que esperar para o próximo ciclo e, por meio das análises, tomar decisões de maneira mais estratégica e com maior segurança.

Confira a íntegra da publicação e da apresentação da “Perspectivas para a Agropecuária Safra 2021/22 – Edição Grãos”.

Feira da Carnauba

 

INSCRIÇÕES PARA PARTICIPAÇÃO DA 4ª FEIRA DA CARNAÚBA SE ENCERRAM QUINTA FEIRA ( 02 DE SETEMBRO)

 ACESSE A FICHA DE INSCRIÇÃO: IV FEIRA DA CARNAÚBA (google.com)  



A Feira da Carnaúba chaga a sua quarta edição, se consolidando como um megaevento sociocultural promovido pela gestão municipal dentro da programação festiva de emancipação de Carnaubais.

 CI

 
AGROTEMPO

Setembro será um mês chuvoso. Saiba onde

Chuvas acima da média não serão suficientes para normalizar a situação da seca
Por:  

O mês de Setembro tem como característica um comportamento de transição, mesclando o padrão de circulação entre condições de inverno e condições de primavera. Assim, ainda temos uma boa frequência de passagens de frentes frias com características de inverno e as condições para formação de temporais semelhantes à chuvas de verão.

E isso é notável quando analisamos a climatologia - média da precipitação acumulada nos meses ao longo dos anos - e comparando o padrão de setembro com o mês de agosto, as chuvas têm uma distribuição maior, como vemos na comparação da climatologia dos dois meses citados. 

O realce fica para a grande área em tons de marrom no mês de agosto, com muitas regiões onde a média histórica fica abaixo dos 10 mm. Para setembro este comportamento de clima seco fica restrito ao norte de MG, e no interior e norte da região nordeste. Já em áreas do sul da região norte, grande parte do centro-oeste e sul do sudeste, a tendência climática de setembro aponta para o retorno das chuvas mais frequentes.

Especificamente neste mês de agosto de 2021 o cenário das chuvas não foi animador, em boa parte da parcela central do país as chuvas ficaram dentro ou abaixo da expectativa do mês (lembrando que há regiões onde o acumulado do mês é inferior a 10 mm). E as chuvas foram abaixo da média histórica em boa parte da região sul e oeste da região norte. Especialmente na faixa central do RS, os acumulados de Agosto ficaram acima da média do mês, no entanto essas chuvas vieram na última semana, sendo que alguns pontos que registraram acumulados superiores aos 200 mm em um único dia. Apesar disto, houve localidades em que o acumulado do mês superou a média histórica, como ao norte do PA, AP, e norte do MA. 

O realce fica para a grande área em tons de marrom no mês de agosto, com muitas regiões onde a média histórica fica abaixo dos 10 mm. Para setembro este comportamento de clima seco fica restrito ao norte de MG, e no interior e norte da região nordeste. Já em áreas do sul da região norte, grande parte do centro-oeste e sul do sudeste, a tendência climática de setembro aponta para o retorno das chuvas mais frequentes.

Especificamente neste mês de agosto de 2021 o cenário das chuvas não foi animador, em boa parte da parcela central do país as chuvas ficaram dentro ou abaixo da expectativa do mês (lembrando que há regiões onde o acumulado do mês é inferior a 10 mm). E as chuvas foram abaixo da média histórica em boa parte da região sul e oeste da região norte. Especialmente na faixa central do RS, os acumulados de Agosto ficaram acima da média do mês, no entanto essas chuvas vieram na última semana, sendo que alguns pontos que registraram acumulados superiores aos 200 mm em um único dia. Apesar disto, houve localidades em que o acumulado do mês superou a média histórica, como ao norte do PA, AP, e norte do MA. 


Na composição, vemos diversas projeções elaboradas por diversos centros climáticos ao redor do mundo. Nos mapas as cores em verde apontam para chuvas acima da média e as cores avermelhadas indicam chuvas abaixo da média. 

Outra análise que se faz imprescindível neste momento, é o acompanhamento da situação das águas no Oceano Pacífico Equatorial que apresenta indicativos para o resfriamento das águas na região, sendo este um fator determinante para a configuração de uma nova La-Niña e consequentemente a alteração no regime das chuvas na entrada de 2022. Confira abaixo o que cada um dos centros meteorológicos estão indicando sobre este cenário.

Escritório Australiano de Meteorologia (BOM)

“O El Niño permanece neutro com a maioria dos indicadores oceânicos e atmosféricos dentro da faixa neutra. O Índice de Oscilação Sul, ainda mantém valores moderadamente fortes do padrão La-Niña, retornando a valores neutros. A maioria das perspectivas dos modelos climáticos indicam que o Pacífico equatorial central provavelmente esfriará nos próximos meses, mas permanecerá em condições de neutro para o ENSO. Três dos sete modelos pesquisados pelo Bureau indicam que esse resfriamento será suficiente para atingir os limites do La Niña na primavera, mas apenas um deles persiste por mais de um mês.“


Instituto Internacional de Pesquisa para o Clima e a Sociedade (IRI)

“A evolução da maioria das principais variáveis atmosféricas são consistentes com as condições neutras do ENSO. A grande maioria dos modelos prevê que a temperatura do mar permaneça fria, mas quase normal, e muitos modelos sugerem um resfriamento das águas até os níveis de La-Niña por algumas temporadas no final do ano. Semelhante, mas muito mais conservador do que a nova perspectiva oficial do CPC / IRI emitida no início deste mês, esta perspectiva objetiva exige que a situação de neutralidade persista, com possível resfriamento adicional seguido por um retorno à neutralidade." 

Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA)

“Condições de neutralidade do ENSO estão presentes. As temperaturas da superfície do mar equatorial estão quase abaixo da média na maior parte do Oceano Pacífico. ENSO-neutro é mantido para o restante do inverno (~ 60% de chance na temporada de julho a setembro), com o La Niña possivelmente surgindo durante a temporada de agosto a outubro e durando até o inverno de 2021-22 (~ 70% de chance durante novembro Janeiro). Status do sistema de alerta ENSO: Observação para La Niña.”


domingo, 29 de agosto de 2021

 

Saiba até quando chuva forte vai atingir o Nordeste

Nos últimas dias, a chuvas na região atingiram mais de 80 milímetros em áreas de Alagoas e Pernambuco; precipitações beneficiam lavouras

CRIADO EM 16/06/2021 ÀS 20H00 POR CANAL RURAL - ATUALIZADO EM 16/06/2021 ÀS 20H20

A chuva que tem atingido as regiões costeiras no Nordeste tem chamado atenção pelos altos volumes. Nos últimos dias, em Alagoas e litoral sul de Pernambuco já choveu mais de 80 mm. Para os próximos cinco dias, são esperados 70 mm para os dois estados.

Segundo Desirée Brandt, da Somar Meteorologia, os volumes seguirão de maneira mais fraca nas próximas semanas. “Essa chuva é provocada por um fenômeno conhecido como Ondas de Leste, que é muito comum para essa época do ano. Essas precipitações são benéficas para as lavouras de cana-de-açúcar, feijão, cacau, soja, milho e pastagens da região”.

Nas demais regiões brasileiras, o avanço de uma frente fria pela costa do Sudeste não traz muitas chuvas, mas mantém as temperaturas mais baixas. Nos próximos cinco dias, a chuva segue no extremo Norte, especialmente em Roraima e no Sul do Brasil, com acumulados que podem passar de 30 mm ao longo da faixa leste da região.

De quinta para sexta, outra frente fria se forma na região Sul. O sistema não provoca chuvas no Rio Grande do Sul apenas no Paraná e em Santa Catarina. A frente fria avança para o Sudeste, permitindo a entrada de uma nova massa de ar polar sobre o Sul.

sábado, 28 de agosto de 2021

 

Conab estima produção total de 289,6 milhões de toneladas de grãos para safra 2021/22

A publicação aponta para a manutenção de preços em patamares remuneradores para as principais culturas, além de um novo recorde na produção de soja  

safra soja iStock-602305766.jpg

ACompanhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nesta quinta-feira (26/08) as Perspectivas para a Agropecuária Safra 2021/22 – Edição Grãos, publicação que traz as principais variáveis de mercado e as tendências para as culturas de soja, arroz, feijão, algodão e milho. Os dados apontam para uma produção total de 289,6 milhões de toneladas de grãos para a safra 2021/22. 

A publicação aponta, de forma geral, para a manutenção de preços em patamares remuneradores para as principais culturas, além de um novo recorde na produção de soja (141,3 milhões de toneladas) – mantendo o Brasil como o maior produtor e exportador da oleaginosa no mundo – e também recorde na produção de milho (115,9 milhões de toneladas).

A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) ressaltou a importância da disponibilização de informações para que produtores tomem decisões mais orientadas para planejar sua produção. “Isso é muito importante principalmente para os médios produtores, que terão informações cada vez mais seguras para a suas tomadas de decisão, desde a época de plantio até de quando vender e para conhecer os números que temos tanto no mercado interno mas também nos mercados externos”, disse.  

Outro destaque é a projeção de recuperação de produtividade na casa dos 29% para o milho, após um ano marcado pela quebra em razão dos fatores climáticos. Além disso, espera-se uma recuperação dos estoques de passagens de milho, finalizando o próximo ciclo em 9,9 milhões de toneladas. A projeção é de recuperação das exportações do produto, saindo de 23,5 milhões de toneladas neste ano safra para 39 milhões de toneladas no próximo ano.

Para o arroz, a expectativa é de um pequeno aumento de produção (+0,4%), com projeção aproximada de 11,8 milhões de t. Já para o feijão, a perspectiva é de manutenção de área e aumento da produção, devido à recuperação da produtividade (+5,65%), que foi afetada no último ciclo. Com isso, há a projeção de recuperação da produção e dos estoques finais, que voltarão a valores próximos ao da média dos últimos 5 anos.

Em relação ao algodão, a retomada da demanda pelo produto – vinda de importantes consumidores asiáticos –, o dólar valorizado e a menor produção dos EUA contribuíram para uma forte valorização dos preços internacionais, o que permitiu que o Brasil batesse recorde de exportações. Boa parte da safra a ser plantada já está comercializada e os produtores se esforçam para se firmarem no mercado internacional como exportadores regulares. As projeções da Companhia indicam uma elevação de 13,4% da área a ser plantada na safra 2021/22.

Sobre as Perspectivas

Nas Perspectivas para a Agropecuária, que chega ao seu oitavo ano, o leitor pode conferir estimativas detalhadas sobre área, produtividade, produção, consumo, exportações, importações, estoques, custos, preços e rentabilidade na Safra 2021/2022, além de um quadro de oferta e demanda, com as variáveis referentes às safras anteriores. O estudo também aborda questões como perspectivas econômicas, tendo como ponto de partida o desafiador cenário mundial.

Nesta publicação, foram adicionados modelos de séries temporais e modelos econométricos de rentabilidade e de preços reais para a previsão da área e produtividade agrícola para o próximo ciclo. Além disso, o documento conta também com cálculos da previsão do PIB Agropecuário em 2022, realizados pelo Instituto de Pesquisa de Economia Aplicada (Ipea) com base em dados da Conab.
As Perspectivas para a Agropecuária têm o objetivo de contribuir para a previsibilidade do setor, para a redução das assimetrias de informações e para o aumento da transparência das operações. A partir dos dados apresentados, diversos atores com participação no cenário agro poderão compreender o que esperar para o próximo ciclo e, por meio das análises, tomar decisões de maneira mais estratégica e com maior segurança.

Confira a íntegra da publicação e da apresentação da “Perspectivas para a Agropecuária Safra 2021/22 – Edição Grãos”.

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

 

Leilões de milho para abastecer pequenos criadores devem iniciar em setembro

Mapa negocia a aquisição de até 110 mil toneladas, suficientes para atender a demanda do Programa de Venda em Balcão (ProVB) até o final do ano

Os leilões públicos de compra ou de remoção de estoque de milho realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) deverão iniciar em setembro, de maneira parcelada e em diversas regiões mais próximas dos polos de entrega definidos pela Companhia. A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina já encaminhou para o Ministério da Economia a proposta de aquisição de até 110 mil toneladas, suficientes para atender a demanda do Programa de Venda em Balcão (ProVB) até o final do ano. O programa beneficia pequenos criadores de animais, inclusive os aquicultores.

Desta forma, o volume ofertado de milho garantirá regularidade do abastecimento de um dos principais insumos utilizados pelos pequenos criadores no interior do país.

Com a publicação da Medida Provisória 1.064, em 17 de agosto deste ano, ficou decidida a compra, anual, de até 200 mil toneladas de milho, em condições de mercado, para atendimento ao Programa, por meio da Política de Formação de Estoques Públicos. O anúncio foi feito pelo presidente Jair Bolsonaro e pela ministra Tereza Cristina no último dia 17.

Conforme determina a MP, o volume de compra de milho para este ano deve ser definido em ato conjunto dos ministérios da Agricultura e da Economia, de acordo com a programação da Conab. A estatal vai definir o limite de compra por criador, considerando o consumo de seu rebanho - não podendo exceder 27 toneladas mensais por inscrição -, e também definirá o preço de venda do milho por estado ou região.

"Com isso não haverá descontinuidade no atendimento ao programa de balcão, tão importante para atender ao pequeno criador, sobretudo nesse momento de redução na produção em virtude das intempéries climáticas que afetaram a produção do milho em diversas regiões do país", destacou o secretário de Política Agrícola, Guilherme Bastos.

Programa de Vendas em Balcão 

Para ter acesso ao programa, os criadores precisam estar cadastrados no Sistema de Cadastro Nacional de Produtores Rurais, Público do PAA, Cooperativas, Associações e demais Agentes (Sican), estar em situação regular junto ao Sistema de Registro e Controle de Inadimplentes (Sircoi), além de ter Declaração de Aptidão ao Pronaf - DAP ativa.

Para conseguir a DAP, o criador deve ir até uma entidade ou empresa de assistência técnica credenciada pela Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural, levando consigo documentos como CPF e outras informações de seu estabelecimento familiar (área, número de pessoas residentes, composição da força de trabalho e da renda e endereço completo).

A declaração pode ser requerida também nos sindicatos de trabalhadores rurais, nas associações de agricultores familiares, nas associações e colônias de pescadores e aquicultores credenciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). No caso de beneficiários da reforma agrária, a DAP pode ser solicitada também em uma unidade do Incra. O prazo estimado de espera para obter a declaração é de até 20 dias úteis.

 

Uma lista das plantas que podem enriquecer o solo

 

As plantas melhoradoras do solo são aquelas que trazem benefícios às propriedades físicas, químicas e biológicas. Entre as espécies vegetais, as mais indicadas são as leguminosas (feijão-de-porco, o guandu, a cotralaria, o caupi, o kudzu tropical, a mucuna preta e o amendoim forrageiro), que conseguem capturar o nitrogênio do ar e incorporá-lo ao solo. Por possuírem raízes bem ramificadas e profundas, essas plantas também estabilizam a estrutura do solo e reciclam nutrientes.

O feijão-de-porco é uma leguminosa rústica, resistente a altas temperaturas e à seca. O guandu é uma leguminosa arbustiva com até três anos de vida. Já a crotalária pode ser plantada em solos argilosos e arenosos e pode ser usado intercalado com fruteiras. O caupi é uma leguminosa herbácea, vigorosa e anual. Ele pode ser plantado sozinho ou consorciado com outra cultura. O kudzu tropical se adapta ao clima tropical e subtropical, mas também se desenvolve em regiões temperadas. A mucuna-preta tem ciclo anual e é resistente a temperaturas elevadas. O amendoim forrageiro é perene, de crescimento rasteiro e ajuda no controle erosões.

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

 

Desvendando os segredos de um novo açúcar que poderá ser usado na diabetes e no combate aos efeitos da seca

 

É o açúcar trealose, classificado como dissacarídeo porque a sua estrutura constitui-se de duas glicoses. Trata-se de um produto muito apreciado pelas indústrias por ser amplamente encontrado na natureza. Está em cogumelos, camarões, insetos, bactérias e plantas. Além de não apresentar toxicidade.

“Em plantas, o trealose é produzido nas células, em pequena quantidade, com a função de proteção contra o dessecamento e o estresse por déficit hídrico. Vários artigos científicos vêm mostrando que uma pulverização foliar de trealose, ou seja, uma aplicação exógena desse produto pode induzir a tolerância ao déficit hídrico, aumentando parâmetros fisiológicos, biomassa e, consequentemente, a produção de grãos”, explica Souza.

Paulo César Magalhães acrescenta que a busca de soluções para aliviar o déficit hídrico é uma das prioridades da pesquisa agropecuária brasileira, visto que ele leva à diminuição da produtividade em diversas culturas. “No caso do milho, a preocupação é ainda maior na segunda safra, quando o estresse causado pela falta de água é iminente”, enfatiza.

O conhecimento da química orgânica permite realizar modificações na estrutura do trealose e produzir derivados dessa substância, como foi o caso da pesquisa desenvolvida em parceria entre a Embrapa e a Universidade Federal de Alfenas. “Como o trealose é uma substância natural e, a partir dela, chegamos aos derivados, esses compostos podem ser chamados de semissintéticos”, diz Souza.

Segundo ele, além dos resultados para a área agrícola, há também estudos sobre substâncias semissintéticas derivadas de trealose voltadas à saúde humana, como agentes anti-inflamatórios, por exemplo. “Apesar dos avanços, ainda dependemos de mais contribuição científica sobre esse assunto, especialmente no que se refere à pulverização de novos derivados na agricultura para potencializar o efeito mitigador do trealose em plantas”, pontua.

 

Transformações digitais agilizam política fundiária no país

Uso de tecnologia no campo

Novo plano diretor de tecnologia do Incra define diretrizes e metas em transformação digital de serviços para o campo. - Foto: br.freepik.com (aleksandarlittlewolf)

Melhorar a qualidade do gasto público e o serviço prestado à sociedade, agilizando, assim, a política fundiária brasileira. Esse é o principal ganho com os investimentos e transformações digitais a serem realizados pelo Incra até 2024.

As ações previstas constam no Plano Diretor de Tecnologia da Informação e Comunicação (PDTIC) 2021-2024. As diretrizes e as metas do documento terão reflexo na ação prioritária do governo federal voltada ao campo: a titulação de famílias em assentamentos da reforma agrária e áreas públicas rurais da União e do Incra.

Tornar digitais serviços atualmente prestados de forma presencial e consolidar canais de comunicação com o instituto fazem parte dos eixos do plano. Há previsão, por exemplo, de implantar assistente virtual e ferramenta de avaliação dos atendimentos aos cidadãos.

Também serão preparados mecanismos eletrônicos que dispensam os usuários de entregar vários documentos para resolver demandas junto ao Incra. A conferência automática de dados diminuirá o tempo de resposta a quem precisa recorrer à autarquia.

A execução do plano promoverá a automatização de procedimentos e processos, a integração de sistemas, a comunicação entre diferentes bases de dados governamentais, o desenvolvimento de novas soluções e melhorias na infraestrutura tecnológica.

Tudo isso é essencial para assegurar a efetividade das ações do Incra, em especial, a emissão de títulos com o objetivo de dar mais celeridade à política fundiária.

O plano

O PDTIC foi aprovado no dia 13 de agosto, pelo Comitê de Governança Digital do instituto. As medidas entraram em vigor na quarta-feira (18), com a publicação da Resolução nº 880 no Diário Oficial na União.

O conteúdo está de acordo com a estratégia de Governança Digital do Poder Executivo Federal. Existem, entre outras, recomendações sobre aquisições de equipamentos e contratações de serviços diversos.

O documento foi elaborado por representantes da presidência e diretorias do Incra, auxiliados por levantamentos das demais unidades no país por meio de formulário eletrônico.

As etapas de desenvolvimento de cada projeto serão acompanhadas a fim de promover os ajustes necessários. O objetivo é sempre otimizar os recursos disponíveis, evitar desperdícios e qualificar os serviços tecnológicos implantados.

Consulte o Plano Diretor de Tecnologia da Informação e Comunicação do Incra de 2021 a 2024.

 

CI
 
PROTEÇÃO FITOSSANITÁRIA

Brasil é o maior produtor de frutas cítricas

País produz todos os anos cerca de 20 milhões de toneladas de laranja, limão e tangerina
Por: -Aline Merladete

Os números são grandiosos. O Brasil produz todos os anos cerca de 20 milhões de toneladas de laranja, limão e tangerina. Com isso, somos o maior produtor de frutas cítricas do mundo, representando cerca de 25% de total global. "Entretanto, essas culturas se desenvolvem em constante risco sanitário, tendo em vista a infestação de insetos e de ácaros, a incidência de fungos e também plantas daninhas. Alguns destes problemas podem causar até 85% de perda nos pomares", informa presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), Julio Garcia.

"Seis em cada dez copos do suco de laranja consumidos no planeta são da fruta brasileira. Nosso país é o maior exportador global de laranja", destaca Garcia, complementando que o Brasil é uma potência no cultivo de outras plantas do gênero citrus, como os variados tipos de limão e de tangerina – também conhecida como mexerica e bergamota.

"A área de cultivo dos citros também é grande. São 592,8 mil hectares de laranja, 56,7 mil de limão e 52,9 mil de tangerina. No total, isso equivale a 702 mil Maracanãs espalhados pelos estados brasileiros. A produção gera R$ 12,1 bilhões aos agricultores. Mas com a incidência de pragas e doenças, como a mancha preta, pode haver prejuízo superior a R$ 10 bilhões por ano. O risco é constante e precisa ser controlado", comenta o presidente do Sindiveg, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Um importante problema fitossanitário é o psílideo (Diaphorina citri). “Esse inseto é vetor de importantes bactérias do grupo Candidatus Liberibacter, causadoras do greening, doença sem cura e que pode ser 'transmitida' de uma árvore para outra", explica Julio Garcia. "Os ácaros da falsa ferrugem e da leprose também assustam produtores do país, com prejuízos de 20% a 100% das plantações se não houver o tratamento adequado."

Com importância econômica também na Austrália e na África do Sul, a mancha preta é causada pelo fungo Phyllosticta citricarpa e pode impactar a maturação e causar queda prematura dos frutos. Outro fungo perigoso é o Colletotrichum acutatum, que ocasiona a podridão floral. Essa doença produz lesões e mantém os cálices das flores retidos nos ramos das árvores por até 18 meses. “Estima-se que seis frutos sejam perdidos a cada 100 cálices retidos”, relata o dirigente.

A solução para essas ameaças altamente impactantes para a produção das frutas cítricas e a própria sociedade é proteger os pomares. "A indústria, por meio da ciência e da tecnologia, está empenhada em auxiliar os agricultores a vencer mais esses desafios. Temos recursos modernos para controlar pragas, doenças e daninhas, que se espalham facilmente devido ao clima tropical e, rapidamente, podem criar resistência", salienta a diretora executiva do Sindiveg, Eliane Kay.

Eliane aponta que defensivos, usados de forma correta e segura, protegem os citros sem causar prejuízo à qualidade dos cultivos e à segurança das frutas oferecidas à população. "Antes de serem comercializadas, as soluções são testadas e submetidas a um longo e rigoroso processo de avaliação, que leva em média 5 anos até a liberação para uso. Essa é a garantia de que esses insumos são benéficos para agricultores, comerciantes e consumidores", finaliza.

Produção regional

O Estado de São Paulo é o maior produtor de citros do país, com 78% da colheita de laranja, 74% de limão e 34% de tangerina. Em segundo lugar aparece Minas Gerais, com 6% da produção de laranja, o mesmo percentual para o limão e 21% para a mexerica. Entre os cinco maiores produtores brasileiros de laranja, ainda estão Paraná (com 4,1% do total), Bahia (3,5%) e Sergipe (2,1%), segundo o IBGE.

Na produção de limão, o Pará supera Minas, com 7%. No levantamento, a Bahia aparece com 5% e o Rio de Janeiro com 1,4%. O território fluminense também repete a quinta colocação na produção das bergamotas, com 4% do total colhido no país, atrás de Paraná (14,6%), Rio Grande do Sul (15,1%), Minas e São Paulo. Toda as 27 unidades da federação (26 estados e o Distrito Federal) produzem laranja, 26 cultivam limão e 22 têm tangerinas.

dados Sindiveg.

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

 

Banco do Brasil reforça apoio aos produtores rurais com R$ 10,5 bilhões

A ministra Tereza Cristina participou do anúncio no Palácio do Planalto. Recurso é disponibilizado para atender demanda do setor e recuperar lavouras prejudicadas pelas geadas
Foto: Guilherme Martimon/Mapa
Foto: Guilherme Martimon/Mapa
Foto: Guilherme Martimon/Mapa

Nesta terça-feira (24), o Banco do Brasil anunciou reforço às ações de apoio ao agronegócio com R$ 10,5 bilhões de recursos adicionais para financiamentos rurais. O anúncio foi realizado nesta tarde em evento no Palácio do Planalto, na presença do presidente da República Jair Bolsonaro e da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina.

Para apoiar a ampliação da tecnologia, da sustentabilidade e da infraestrutura no campo, o Banco do Brasil lançou o Programa BB Investimentos Agro, com volume total de R$ 8,5 bilhões. Pelo Programa, R$ 5,5 bilhões serão destinados para financiamentos de energia renovável, irrigação, produção integrada, recuperação de pastagem, máquinas e equipamentos. Para a armazenagem, foram disponibilizados R$ 2 bilhões com o objetivo de financiar a modernização e aquisição de silos e armazéns e mais R$ 1 bilhão para atender pequenos e médios produtores com o BB Consórcio Armazenagem.

Além dos recursos para investimentos, o Banco do Brasil reforça a parceria com os produtores em todos os momentos, disponibilizando R$ 2 bilhões para amenizar os efeitos das geadas. O volume financiará a recuperação de cafezais danificados e a renovação de lavouras afetadas.

A ministra Tereza Cristina destacou a importância da parceria entre Mapa e o banco no apoio aos produtores rurais afetados pela geada no Sul e Sudeste, entre eles cafeicultores de Minas Gerais e produtores de cana em São Paulo.

Além dos recursos do Banco do Brasil, o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) reservou R$ 1,3 bilhão para apoiar os produtores atingidos pela geada, medida aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). “A importância dessa parceria é que rapidamente as respostas cheguem ao campo”, afirmou a ministra.

Segundo Tereza Cristina, os recursos destinados a investimento poderão fazer a diferença na atual safra. “Os produtores estão tão animados em produzir para a segurança alimentar interna e externa, que os agricultores estão prometendo uma safra maior do que nós pensávamos. Por isso, a importância dessa parceria e dos recursos anunciados hoje pelo Banco do Brasil, que poderão fazer com que a nossa safra realmente seja mais forte, maior em volume, gerando renda, riqueza e empregos no país".

O presidente do BB, Fausto Ribeiro, destacou que dos R$ 135 bilhões anunciados pelo Banco no maior Plano Safra da história, já foram liberados R$ 23 bilhões entre julho e agosto, o que demonstra uma forte demanda do setor pelos recursos. O desembolso recorde representa incremento de 61% em relação ao mesmo período da safra anterior, alcançando mais de 4.400 municípios com crédito rural. "Mais uma vez, reforçamos nosso apoio ao produtor rural brasileiro, tanto para buscarmos a melhor safra de todos os tempos quanto para auxiliar aqueles afetados pelas geadas", completou.    

Programa BB Investimentos Agro - R$ 8,5 bilhões

R$ 5,5 bilhões: Recuperação de Pastagem, Energia Renovável, Irrigação, Produção Integrada, Máquinas e Equipamentos - prazo até 10 anos

R$ 2 bilhões: BB Armazenagem – prazo até 10 anos

R$ 1 bilhão: BB Consórcio Armazenagem - prazo até 240 meses.

Geadas - Apoio aos Produtores - R$ 2 bilhões

R$ 1 bilhão: Recuperação de cafezais - prazo até 5 anos 

R$ 1 bilhão: Renovação de Lavouras - prazo até 2,5 anos