sexta-feira, 31 de maio de 2019

Leilão “Seridó Terra do Leite” vai ofertar animais de várias raças em Caicó






Além do tradicional estande com informações sobre as tecnologias desenvolvidas, pesquisas e amostras de sementes produzidas nas estações experimentais, a Emparn vai promover dois leilões. O tradicional leilão “Seridó Terra do Leite” vai ofertar 15 animais entre tourinhos e matrizes das raças Gir, Guzerá, Sindi, Pardo-Suiça, além de mestiças, todos com a qualidade genética da Emparn.

O pagamento será facilitado em 24 parcelas sem juros, com o objetivo de oferecer aos criadores a possibilidade de adquirir animais selecionados das cabeceiras dos rebanhos com alto valor genético e produtividade leiteira e, assim, expandir o trabalho de melhoramento genético desenvolvido pela empresa de pesquisa.

Mutirão emitirá documentos para mulheres rurais em Caicó nesta sexta-feira



Por Robson Pires



A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural e da Agricultura Familiar (Sedraf), em parceria com o Itep-RN, Prefeitura Municipal de Caicó e Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR), realizará nesta sexta-feira (31), mais um mutirão do Programa Estadual de Documentação da Trabalhadora Rural.
A ação acontecerá a partir das 8h, na sede do STTR e faz parte da programação da 46ª Exposição Agropecuária do Seridó (ExpoCaicó). Os técnicos emitirão documentos para mulheres trabalhadoras rurais, como RG e CPF.
O programa tem o objetivo de assegurar o acesso das mulheres trabalhadoras rurais à documentação básica, com o objetivo de fortalecer sua cidadania e autonomia, possibilitar o acesso às políticas públicas e contribuir para igualdade entre homens e mulheres no Rio Grande do Norte.


Para terem acesso à 1ª via do RG, as mulheres devem levar até o local a certidão de nascimento original, CPF caso já possua e comprovante de residência atualizado. Se for 2ª via, os documentos exigidos são certidão de nascimento original, título de eleitor, CPF caso já possua, comprovante de residência atualizado e folha resumo do cadastro único. Para emissão de CPF, as beneficiárias devem levar o registro de nascimento original, RG e comprovante de residência atualizado.

Carne

Decresce a receita cambial da carne de frango frente à da carne bovina

Mercado de ovos começa a dar sinais de reativação mostrando certo ajustamento e com os produtores buscando melhores condições de comercialização
     
A segunda quinzena de maio vai chegando ao fim e, diferente de outros meses, o mercado de ovos começa a dar sinais de reativação mostrando certo ajustamento e com os produtores buscando melhores condições de comercialização. 
Mesmo assim, faltando apenas três dias para o encerramento do mês, mesmo que novos reajustes aconteçam, o preço médio da segunda quinzena de maio será o Acontecimento raro na história das exportações, em 2018, por quatro meses seguidos (entre agosto e novembro), a receita cambial obtida pela carne de frango in natura foi inferior à da carne bovina in natura. 

Naquele quadrimestre, o pior momento do frango foi registrado em setembro, mês em que a receita obtida ficou quase 15% abaixo da alcançada pela carne bovina – resultado inteiramente oposto ao de seis meses antes, quando a receita do frango superou em 30% a da carne bovina.
Independentemente de quais tenham sido as causas desse decréscimo o fato é que, após esse quadrimestre, a carne de frango voltou a recuperar-se. Em abril passado, por exemplo, sua receita de US$499,2 milhões foi 20% superior aos US$415,7 milhões da carne bovina – o melhor resultado desde junho do ano passado.

Mesmo assim, permanece com um desempenho aquém do registrado em abril de 2018 e, principalmente, do alcançado dois anos antes, em maio de 2017 (adicional de quase 40% sobre a carne bovina). Quer dizer: comparativamente à da carne bovina, a receita cambial do frango vem decrescendo no decorrer do tempo.
Essa, porém, não é uma ocorrência nova. Repete-se – embora de forma mais amena que a atual – em anos anteriores. E isso é comprovado no gráfico abaixo, em que foram tomados, também, os dados relativos aos 24 meses decorridos entre maio de 2012 e maio de 2014. Ou seja: cinco anos separam as duas projeções. Mas as linhas de tendência decrescem quase paralelamente. menor valor recebido no mesmo período do último quadriênio. 

Por ora, o preço médio recebido equivale a redução de 3,4% sobre a primeira quinzena, um pouco acima da redução verificada dois anos atrás, quando o índice negativo alcançou 2,3%. E bem diferente do ano passado quando houve melhora de 7%.
O período analisado indica, também, que os preços médios alcançados no último biênio estão muito abaixo dos recebidos no biênio imediatamente anterior. 


Conab debate logística de abastecimento em fórum de cidades da América Latina

Uma das preocupações da Companhia é apoiar estudos para evitar o desperdício de alimentos
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) amplia o debate sobre logística e alimentação em grandes cidades, durante as discussões do Primeiro Fórum Regional das Cidades Latino-Americanas Signatárias do Pacto de Milão sobre Política de Alimentação Urbana (MUFPP-LA), que começou  esta semana e segue até hoje (31), no Museu de Arte do Rio de Janeiro.

Nesta quinta-feira (30), o presidente da Companhia, Newton Araújo Silva Júnior, participou do painel Dados e Monitoramento que contará também com a presença de representantes do Ministério da Saúde  e da Universidade de São Paulo (USP). Entre os temas debatidos na mesa-redonda, estão a dinâmica dos sistemas alimentares urbanos através de avaliações de dados e políticas. O presidente fará uma exposição sobre a experiência da Conab na área de inteligência agropecuária, ocasião em que todos os especialistas poderão compartilhar das técnicas de mapeamento, monitoramento de sistemas alimentares, ferramentas e métodos para a coleta de dados do sistema alimentar.
Ele também mostrará a execução das políticas públicas federais realizadas pela Companhia por meio dos seus programas de abastecimento em todo o país, para garantir apoio ao pequeno agricultor e dar suporte aos empresários do agronegócio. Outro destaque será o trabalho na coordenação do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado de Hortigranjeiros (Prohort), em parceria com as principais centrais de abastecimento brasileiras.

“Uma das preocupações da Companhia é apoiar estudos para evitar o desperdício de alimentos e melhorar a rede de distribuição nos grandes centros urbanos”, explica Newton Júnior. “Este encontro então ratifica nosso compromisso com o Pacto de Milão, que tem a responsabilidade de implementar uma aliança regional de sistemas alimentares urbanos sustentáveis, ação que é alinhada justamente neste Fórum Regional”, enfatiza.
O objetivo do MUFPP-LA é contribuir para o desenvolvimento territorial sustentável das zonas rurais e urbanas, com foco em soluções que ajudem a reduzir as desigualdades sociais das comunidades na América Latina. A expectativa é que este encontro permita a criação de um espaço de intercâmbio e transferência de conhecimentos e de experiências entre as cidades.  

Cresce o mercado de plantas não convencionais no Brasil

As hortaliças conhecidas pela sigla PANCs – Plantas Não Convencionais – atraem agricultores que querem diversificar produção de alimentos orgânicos e mais nutritivos. Muitas dessas plantas crescem espontaneamente em qualquer lugar, como aquele matinho ou trepadeira no quintal de casa ou terrenos baldios. São ora-pro-nóbis, quiabo de metro, capuchinha, vinagreira e yacon. Os nomes são familiares em algumas regiões e totalmente desconhecidos em outras.
Muita gente não sabe, mas essas plantas, apesar de terem a aparência de ervas daninhas, guardam alto teor de nutrientes e podem ser fonte de renda para produtores, principalmente da agricultura familiar. Os benefícios variam de acordo com a planta e já atraem muitos pesquisadores e chefs de cozinha que têm introduzido as PANCs em receitas gourmets e diferenciadas em restaurantes de grandes centros urbanos.
“As Plantas Alimentícias Não Convencionais são aquelas que não são corriqueiras, não têm cadeia produtiva estabelecida, não estão no supermercado de primeiro de janeiro a 31 de dezembro como as convencionais”, explica Nuno Madeira, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O especialista acrescenta que o resgate do uso desse tipo de planta é importante devido ao grande valor nutricional e para a valorização cultural e histórica do país. A Embrapa estima que o Brasil tenha pelo menos 50 espécies de PANCS, entre nativas, exóticas ou naturalizadas. “As naturalizadas foram trazidas ou pelos escravizados ou pelos colonos europeus e asiáticos e se inseriram no nosso bioma. A gente até acha que a vinagreira é maranhense, mas é africana, que o inhame do Espírito Santo é capixaba, mas ele é asiático”.

RETOMADA AS OBRAS DA ESTRADA DA CASTANHA


Resultado de imagem para IMAGEM DA ESTRADA CASTANHA RN 016

Conhecida como Estrada da Castanha, a RN 011 – no trecho que liga a BR 110 até à RN 016 –, é uma dessas vias que, a partir do investimento de R$ 22 milhões, será revitalizada em 31km, facilitando o acesso às regiões de Areia Branca, Serra do Mel e Carnaubais. A construção já está 83% concluída e, a contar deste reinício, tem previsão de entrega para setembro de 2019.
Com este mesmo prazo para finalização da obra está a RN 016 que, ligando a BR 304 a Carnaubais, soma 57 km de reestruturação e vai impactar diretamente os produtores da região, com a expectativa de gerar um incremento acima de 15% na área produtiva de Carnaubais, Serra do Mel e Mossoró, e de triplicar, por exemplo, a demanda de exportação de melão. Nesta revitalização estão sendo aplicados R$ 35 milhões.

Soja tolerante a veranicos é lançada na Bahia

Juliana Miura - Soja BRS 8980 IPRO lançada para o Matopiba
Soja BRS 8980 IPRO lançada para o Matopiba
A Embrapa Cerrados lançou nessa terça-feira, 28 de maio, a cultivar de soja BRS 8980 IPRO que apresenta tolerância às variações climáticas e com potencial para atingir altas produtividades mesmo em regiões com ocorrência de veranicos frequentes. Esses curtos períodos de estiagem durante a época de chuvas prejudicam o desenvolvimento da soja, causando prejuízos aos agricultores.
Recomendada para a região do Matopiba, a nova cultivar, desenvolvida em parceria com a Fundação Bahia, foi apresentada a produtores, consultores e técnicos agrícolas durante o Workshop de Divulgação dos Resultados de Pesquisas da Safra de Soja 2018/2019, na feira Bahia Farm Show, que acontece em Luís Eduardo Magalhães (BA).
“O Brasil tem o caso de sucesso mais celebrado no mundo”, afirma Sebastião Pedro Neto, secretário da Inovação e Negócios da Embrapa, referindo-se à agricultura desenvolvida no Cerrado. Em clima de comemoração pela nova soja disponível para o oeste baiano, a presidente da Fundação Bahia Zirlene Dias Pinheiro lembra do início do cultivo do grão na região: “No começo, os produtores conseguiam colher 20 sacos por hectare e cinco eram destinados ao pagamento dos custos de produção. Hoje, graças à pesquisa, conseguimos mais de 80 sacos por hectare”.
A cultivar da Embrapa tem como objetivo justamente garantir o ganho de produtividade dos agricultores. Segundo André Ferreira, pesquisador da Embrapa Cerrados responsável pela nova cultivar, a BRS 8980 IPRO é bem adaptada às necessidades do oeste da Bahia e das outras áreas do Matopiba, onde foram feitos testes durante cinco anos, com intenso déficit hídrico, o que atestou sua tolerância à escassez de chuva, que é frequente na região. A cultivar tem um sistema radicular bem desenvolvido, formando raízes profundas e volumosas, permitindo à planta alcançar a água que está disponível em camadas mais profundas do solo e não sofrer muito com o estresse hídrico que afeta significativamente as outras variedades cultivadas na região.
O pesquisador enfatizou ainda a resistência da cultivar aos nematoides de galhas, que são naturais nos solos brasileiros, e aos nematoides de cisto. “A cultivar da Embrapa cresce bem, se desenvolve bem e se mantém estável, garantindo um alto rendimento para o produtor”, afirma.
Ferreira aproveitou o auditório composto por público com representantes do setor produtivo para antecipar o anúncio de outra cultivar que deve ser lançada em 2020 e que terá resistência à ferrugem asiática, uma das principais doenças que afetam a soja.
Durante o evento, Cláudio Karia, chefe-geral da Embrapa Cerrados, conta que o Brasil, quando optou por deixar de importar alimentos e se tornar um grande produtor, decidiu que faria essa mudança utilizando muita tecnologia. “A Embrapa se mantém com foco nos produtores e precisamos fortalecer nossas parcerias para facilitar essa aproximação com o setor”, comenta.
O secretário de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia Lucas Costa se mostrou otimista em relação ao papel da Embrapa no estado: “A importância da pesquisa é inegável nessa região. Eu fico confiante quando sei que a Embrapa está participando dos lançamentos. A agropecuária é o setor que sustenta o nosso país e por isso os pesquisadores e os extensionistas são os que têm os papeis mais importantes nesse cenário. Falamos em mudanças climáticas e já estamos nos preparando para enfrentá-las com a soja lançada hoje, que produz mesmo com os veranicos. É isso o que temos que fazer”, conclui.

Workshop de resultados da soja

Além do lançamento da cultivar, foram discutidas questões que influenciam o desempenho da agricultura na Bahia. Sérgio Abud, supervisor de Transferência de Tecnologias da Embrapa Cerrados, apresentou estratégias que podem ajudar a reduzir os prejuízos com as lavouras.
A partir de dados históricos, Abud mostrou que a produção de soja tem grande oscilação em anos de El Niño e La Niña, quando alcança baixas produtividade e ótimos rendimentos, respectivamente.
“Apesar de a capacidade técnica da Bahia ser muito elevada, a produtividade continua sendo obtida a partir da combinação de uma série de fatores, entre eles, disponibilidade de água, luz, genética e arranjo de plantas”, explica o biólogo da Embrapa. No caso da água, são necessários em média 5,5 milímetros de água por dia para garantir uma boa produtividade, o que não acontece com frequência nessa região.
Abud destaca o espaço que a nova cultivar da Embrapa pode ocupar no sistema produtivo: “Mesmo que a propriedade esteja em uma região com boa disponibilidade de água, com certeza todo produtor tem uma área onde não chove satisfatoriamente e ali ele perde produtividade. Nessas áreas, a cultivar da Embrapa pode fazer a diferença”.
Os participantes do workshop tomaram conhecimento dos componentes que afetam o rendimento das lavouras, além da genética da planta adaptada à região produtiva. A construção e a manutenção de um bom perfil do solo deve ser foco de atenção dos produtores, a fim de permitir uma boa penetração das raízes das plantas e melhor absorção de água e nutrientes. Outros dois fatores determinantes para altas produtividades são: um arranjo adequado das plantas e a manutenção das folhas saudáveis até o fim do ciclo.
Outro alerta foi feito em relação às pragas e doenças que atacam a cultura, que têm apresentado cada vez menor sensibilidade aos agrodenfensivos utilizados e ao manejo adotado pelo produtor. A perda por um manejo inadequado chega a 60 sacos por hectare na região, enquanto a perda por questões climáticas pode alcançar 90 saco. “A perda por manejo merece grande atenção do produtor, mas pode ser facilmente resolvida se adotados alguns cuidados. Já para a perda causada por imprevistos climáticos, precisamos ter uma genética muito bem adequada para cada região produtiva”.
A Embrapa também esteve presente na Sessão Itinerante da Assembleia Legislativa da Bahia, organizada durante a feira para discutir políticas públicas com ênfase na agricultura familiar. Deputados, senadores e secretários de agricultura e de meio ambiente priorizaram as obras estruturantes necessárias para apoiar o fortalecimento das atividades agrícolas. Da Embrapa, solicitaram apoio para construção de projetos de transferência de tecnologia e de pesquisas participativas para melhorar as condições de produção desse setor.
O deputado Eduardo Sales lembrou da rápida resposta que recebeu da Embrapa quando começaram os ataques da lagarta Helicoverpa armigera e do resgate do manejo integrado de pragas, que possibilitou a redução do número de aplicações de defensivos nas lavouras, devolvendo o equilíbrio agroecológico ao sistema produtivo. “Viemos coletar as mariposas e identificamos a espécie Helicoverpa armigera. A partir da demanda que surgiu do município de Luís Eduardo Magalhães, a Embrapa organizou uma caravana frente às ameaças fitossanitárias que atendeu todo o Brasil de 2013 a 2015”, conta Sérgio Abud, coordenador da caravana.

A abertura do evento

A solenidade de abertura da Bahia Farm Show teve a participação de autoridades da região e do estado. Celestino Zanela, presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), instituição organizadora do evento, adiantou que está sendo feito um estudo do potencial hídrico da região, que vai subsidiar o incremento das atividades agrícolas da região. “O estudo ainda não está finalizado, mas todos vão se surpreender com a nossa capacidade hídrica”, garante. O secretário de Agricultura do estado, Lucas Costa, salientou que esse estudo é um indicativo de que a agricultura da Bahia está crescendo com sustentabilidade.
Já o presidente da Embrapa Sebastião Barbosa ressaltou que vários estudos relevantes foram realizados na região graças à parceria com instituições do estado – Fundação Bahia, Aiba e Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) –, além de órgãos de governo, setor privado e principalmente os agricultores, a quem chamou de os “desbravadores da idade moderna”, pois deixaram seus lares, às vezes, muito distantes, para migrar e estabelecer uma nova realidade na região.
“Temos aqui uma agricultura muito pujante, do mais alto nível, que compete com as maiores nações agrícolas do mundo com altíssima produtividade. Isso se dá principalmente pelas mãos desses agricultores que vieram e transformaram essa região da Bahia em uma das mais modernas e produtivas do Brasil”, enfatiza o presidente. Ele fala ainda do potencial da agricultura irrigada da região: “O futuro da agricultura do Brasil está aqui, nessa região”.
O prefeito de Luís Eduardo Magalhães Oziel Oliveira destacou que a região é referência nacional na produção de grãos e hoje responde por 6% da produção nacional. Ele destaca que esse resultado é fruto de pesquisa e educação, fundamentais para que esse cenário fosse possível. “Esperamos ainda aumentar a produção de algodão no estado e fortalecer o centro industrial do Cerrado, que será a locomotiva da região”, conclui.
Embrapa Cerrados

quinta-feira, 30 de maio de 2019

ExpoCaicó traz programação diversificada e movimenta Seridó neste fim de semana



Por Robson Pires



Caicó será ponto de encontro de criadores, pecuaristas, produtores e agricultores durante todo este final de semana. Começa nesta quinta-feira (30) e segue até domingo (2) a 46ª Exposição Agropecuária do Seridó – ExpoCaicó, que vai reunir cerca de dois mil animais, entre bovinos, equinos, caprinos e ovinos, de criadores de todo o Rio Grande do Norte e estados vizinhos. A programação deste ano é ainda mais diversificada e inclui julgamentos, leilões, oficinas e cursos.
A ExpoCaicó integra o Circuito Estadual de Exposições Agropecuárias, realizado pelo Governo do Estado por meio da Secretaria Estadual de Agricultura (Sape) e Governo Cidadão, com recursos do acordo de empréstimo com o Banco Mundial. Um dos destaques desta edição é a presença da carreta-escola do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) irá promover o curso de cortes especiais de suínos durante o fim de semana.
Para o secretário de Gestão de Projetos e Metas, Fernando Mineiro, a ExpoCaicó é um excelente momento de intercâmbio entre os produtores. “Feiras como essa movimentam a economia do interior e valorizam a produção local, além de divulgarem as potencialidades existentes entre os nossos criadores. É um momento importante de valorização da agropecuária potiguar”, pontua.
Instituições financeiras como a Agência de Fomento do Estado – AGN, Banco do Brasil e Banco do Nordeste marcarão presença no evento, disponibilizando recursos para financiamento de animais, ração e máquinas agrícolas. A Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf) vai realizar um mutirão do Programa Estadual de Documentação da Trabalhadora Rural na sexta (31), com a regularização de 150 documentos, a partir das 8h na sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Caicó.
A Emater fará o lançamento do Programa de Produção e Conservação de Forragem, que integra a estratégia de convivência com o semiárido desenvolvida pelo Governo do Estado dentro da instituição. A Emparn também estará presente no evento com estande institucional e apoiando a realização da oficina de Aves Poedeiras. O Idiarn, por sua vez, atuará na recepção dos animais e dará continuidade à campanha de vacinação contra a febre aftosa.
A ExpoCaicó conta ainda com o apoio da Prefeitura Municipal de Caicó e da Associação Seridoense de Criadores – Asserc. A programação contempla julgamentos de bovinos nas raças Pardo-Suíço, Gir e Girolanda, de caprinos e ovinos, e torneios leiteiros de bovinos e caprinos (sem definição de raça). No total serão distribuídos R$ 25 mil em prêmios. A feira de artesanato Mostra Caicó levará aos visitantes a riqueza do artesanato do Seridó e comunidades vizinhas.
Emparn
 Além do tradicional estande com informações sobre as tecnologias desenvolvidas, pesquisas e amostras de sementes produzidas nas estações experimentais, a Emparn vai promover dois leilões. O tradicional leilão “Seridó Terra do Leite” vai ofertar 15 animais entre tourinhos e matrizes das raças Gir, Guzerá, Sindi, Pardo-Suiça, além de mestiças, todos com a qualidade genética da Emparn.
O pagamento será facilitado em 24 parcelas sem juros, com o objetivo de oferecer aos criadores a possibilidade de adquirir animais selecionados das cabeceiras dos rebanhos com alto valor genético e produtividade leiteira e, assim, expandir o trabalho de melhoramento genético desenvolvido pela empresa de pesquisa.
“No leilão será incluída uma premiação de dez doses de sêmen do touro Hadron, para quem comprar duas matrizes Gir, e dez doses do touro Dólar, para quem comprar duas matrizes Guzerá”, disse o diretor-presidente da Emparn, Rodrigo Maranhão. O leilão vai acontecer no sábado (01), no espaço de leilões do parque de exposição, a partir das 20 horas.
Com a proposta de promover a inclusão do pequeno produtor, a Emparn vai realizar mais uma edição do Leilão da Urna. A ação acontecerá também no sábado, das 09h às 17h, na baia da Emparn. Serão disponibilizados para aquisição, a partir de um lance mínimo, dois caprinos, uma da raça anglo rubiano e uma sandi. O resultado será divulgado às 19h.
No estande os visitantes poderão conhecer mais sobre o Projeto Ave Caipira, com a exposição das diversas etapas de criação da ave, além de poder comprar pintos, mudas de coqueiro e de banana. Também serão distribuídas palmas forrageiras para os produtores da região. Além dos animais dos leilões, a Emparn levará fêmeas ovinos Morada Novo e caprinos machos, para expor a qualidade genética do seu criatório.
Programação Oficial
30/05 – Quinta-feira
13h – Encerramento da Entrada dos Animais
14h30 – Admissão (Mensuração) de Animais
22h – Fechamento de Portões
31/05 – Sexta-feira
07h – Abertura dos Portões
07h30 – Início das Oficinas de Cortes Especiais
08h – Início das Pistas de Ovinos e Caprinos
16h – Encerramento das Oficinas primeiro dia
17h – Pausa das Pistas
19h – Abertura Oficial
20h – Show Atração Regional
22h – Fechamento dos Portões
01/06 – Sábado
07h – Abertura dos Portões
08h – Retomada das Pistas de Ovinos e Caprinos
8h30 – Retomada das Oficinas
09h – Início das Pistas Bovinos “Pardo Suíço e Zebuinos”
14h – Encerramento das Pistas de Bovinos
17h – Pausa das Oficinas
19h – Resultado Leilão da Urna
20h – Leilão Seridó Terra do Leite
21h – Show Atração Regional
00h – Fechamento dos Portões
02/06 Domingo
07h – Abertura dos Portões
07h30 – Concentração da Cavalgada “Ilha de Santana”
11h – Chegada da Cavalgada
12h – Encerramento oficial, liberação dos animais

A vida no campo e seus desafios


Em um mundo totalmente globalizado e conectado, o que observamos no Brasil são fazendas e propriedades agrícolas que antes eram habitadas por famílias inteiras, agora totalmente vazias e com apenas um colaborador ou até mesmo sem morador, com o proprietário monitorando e visitando durante a semana.

Acredito que uma série de fatores envolve essa migração das famílias do campo para cidade, entretanto, qual é vantagem e o que explica de muitos ainda estarem lutando e continuarem a acreditar mesmo com a insegurança da escolha e suas dificuldades e problemas diários, ainda viverem no campo e em sua propriedade rural, trabalhando e produzindo. Essa é a melhor escolha e a que traz maior satisfação pessoal?

Abaixo, listamos alguns dos desafios e vivências que o produtor enfrenta diariamente, alguns trazendo as incertezas e outros já motivando o mesmo.
1) Você faz algo diferente a cada dia e vive um desafio diário com sua produção;
2) Você aprende e vive o mundo de uma forma diferente, pois trabalhar e viver em uma propriedade rural, é um modo e estilo de vida em que você está conectado 24 horas com seu trabalho e com sua terra;
3) Seu horário será regrado e de acordo com todas as demandas da propriedade, podendo trabalhar pela madrugada, mas terá sensações impagáveis, que é ver sua produção tomar forma, e ver o sorriso no rosto das pessoas ao ter o seu produto com a devida qualidade na mesa;4) Ser produtor/trabalhador rural é um trabalho muito mais variado do que se imagina. Todo dia é diferente e você é obrigado muitas vezes a ser mecânico, carpinteiro, motorista de trator e máquinas, Auxiliar de serviços gerais e realizar atividades diversas. Em certo momento você pode estar varrendo o chão ou fechando a venda da sua produção.
5) Viver na emoção e adrenalina do mundo de incertezas, com fatores que na maioria das vezes não depende de você. Fatores climáticos, mercado, demanda da produção, interferência do governo, insegurança das propriedades e diversos riscos que rodeiam o dia a dia do produtor e trabalhador rural.

Assim sendo, como foi escrito no artigo “1978/2018: Características de um Produtor Rural”
ser produtor/trabalhador rural é escolher uma profissão que fornece uma educação para vida que nenhuma outra profissão ensina tanto, aprendendo sobre nascimento, crescimento e maturidade de uma variedade de maneiras distintas e com particularidades que só o campo traz.


Ministro anuncia R$ 19 milhões para a conclusão de Oiticica



A governadora Fátima Bezerra conseguiu a garantia da liberação de R$ 19 milhões para a conclusão da barragem de Oiticica, em Jucurutu. A ação é vital para a manutenção do cronograma da obra - a principal no campo da segurança hídrica no Rio Grande do Norte. A confirmação veio do general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, na reunião realizada nesta quarta-feira (29), em Brasília.

“Tratamos da infraestrutura hídrica do Rio Grande do Norte e saímos com a garantia de liberação dos recursos na próxima semana. A barragem de Oiticica é um importante reservatório do estado que trará segurança hídrica para a região do Seridó”. Com o ministro do Desenvolvimento, Gustavo Canuto, a governadora solicitou R$ 30 milhões para a Barragem Passagem de Traíras. “O ministro foi bastante sensível, e aguardamos que em breve ele possa assegurar estes recursos para a recuperação desta também importante barragem para o povo do Seridó”, enfatizou a governadora.

A barragem será o terceiro maior reservatório hídrico do estado, com capacidade para armazenar 560 milhões de m³ de água. A obra alcançou 74% do trabalho realizado, com previsão de custo chegando a R$ 550 milhões. Quando concluída o reservatório beneficiará diretamente mais 40 municípios potiguares, melhorando a vida de cerca de 800 mil pessoas com a oferta de água para o Seridó e Vale do Açu, além das regiões Central e Oeste. Oiticica é um dos polos do Projeto Seridó, que visa dar segurança hídrica à região interligando os sistemas adutores.

A obra tem mais de R$ 63 milhões em emendas parlamentares que estão empenhadas ainda em 2017 e 2018, mas estes recursos ainda não foram liberados. Ainda há mais R$ 50 milhões destinados pelos parlamentares potiguares dentro do orçamento de 2019 que não foram empenhados pelo Governo Federal.
Foto: Derick Nunes

Assecom-RN

Senar e Mapa debatem proposta para levar assistência técnica a médios produtores

Assistência Técnica Rural



O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) se reuniu na segunda-feira (27) com o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Fernando Schwanke, para tratar do Projeto Ater Médio Produtor Rural.
É uma proposta para alavancar o médio produtor rural brasileiro com Assistência Técnica e Gerencial e foco no aumento do Valor Bruto de Produção (VBP) e da produtividade.
A iniciativa pretende atender inicialmente 1800 mil bovinocultores de corte de 12 microrregiões do País em um período de três anos. As microrregiões foram definidas em um levantamento da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) sobre o perfil econômico desse produtor.
“Será mais um projeto para aperfeiçoar a assistência técnica no País e um diferencial para aumentar a renda do pecuarista brasileiro, que de acordo com o estudo da Esalq, é uma cadeia que enfrenta dificuldade na geração de renda com liquidez,” explicou o diretor da Assistência Técnica e Gerencial do Senar, Matheus Ferreira.
“Vamos começar por ela, mas o objetivo do Ministério com o projeto é mais abrangente e será expandido para as demais cadeias produtivas”, ressaltou.
São Félix do Xingu (PA), Imperatriz (MA), Porto Seguro (BA), Campo dos Goytacazes (RJ), Rondonópolis (MT), Iporá (GO), Araguaína (TO), Governador Valadares (MG), Colatina (ES), Campos de Lages (SC), Campanha Ocidental (RS) e Alto Taquari (MS) são as microrregiões que terão propriedades atendidas pelo Ater Médio Produtor.
A reunião com o secretário Fernando Schwanke definiu os últimos detalhes e a intenção das instituições é aprovar o projeto já nas próximas semanas para começar com a mobilização dos produtores em julho.

Cultivo de pimentão pode ter custos reduzidos se o produtor usar a prática de Produção integrada

Pimentões vermelho e amareloO pimentão está entre as quatro hortaliças mais sensíveis a pragas e doenças, com o agravante de existirem poucos produtos químicos registrados especificamente para a cultura. As consequências dessas duas questões se refletiram nos relatórios do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos da Anvisa, divulgados a partir de 2010. Os resultados apresentaram amostras de pimentão com altos índices de contaminação em virtude do uso de produtos químicos não registrados para a cultura e com limites de resíduos acima dos permitidos pela legislação.
Esses resultados impulsionaram a demanda do ministério para que fosse elaborada a PIP, no início de 2013, com a assinatura do Termo de Execução Descentralizado (TED) entre o ministério e a Embrapa Hortaliças. Com a missão de estabelecer as boas práticas para essa cultura – que em 2017 ocupava uma área de 11.188 hectares em todo o Brasil e com produção de 555 mil toneladas -, pesquisadores da Embrapa Hortaliças (DF), com o apoio de técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) e de agricultores, identificaram os principais problemas enfrentados pelos produtores do Núcleo Rural de Taquara – maior produtor de pimentão do Distrito Federal.
Os dados coletados em visitas e reuniões subsidiaram a elaboração de um conjunto de boas práticas agrícolas para a PIP, que estão contempladas em 12 publicações e relacionadas no documento “Normas Técnicas e Documentos de Acompanhamento da Produção Integrada do Pimentão”, editado pela Embrapa Hortaliças. As diretrizes sobre o processo de adoção da produção integrada do pimentão também constam na publicação.
O monitoramento de pragas e doenças durante o manejo da cultura do pimentão é capaz de reduzir em torno de 30% a aplicação de produtos químicos na lavoura. A constatação é do entomologista Jorge Anderson Guimarães, responsável pelas pesquisas relacionadas à produção integrada na Embrapa Hortaliças (DF). A prática é um dos procedimentos recomendados pela produção integrada do pimentão (PIP), e proporcionou a economia ao ser associada a outras medidas como o controle biológico de pragas.
“Além de diminuir os custos com o uso dos insumos, essas práticas atendem a outra preocupação desse sistema de cultivo: assegurar a saúde do produtor”, explica o pesquisador, acrescentando que o agricultor geralmente opta pela aplicação pré-definida de produtos químicos, conhecida como “calendários de aplicação”. De acordo com Guimarães, essa prática, que não se resume ao pimentão, tem como consequência o uso desnecessário de produtos químicos, algumas vezes não registrados para a cultura.
“Basicamente, esses dois procedimentos que vieram à tona nos relatórios do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) podem ser corrigidos com a adoção da produção integrada, uma vez que ela disciplina o uso de produtos químicos, restringindo a utilização àqueles recomendados e registrados”, explica o pesquisador.
Frutos padronizados, sadios e com garantia de procedência e certificação. O passo a passo para que o pimentão de alta qualidade seja regra e não exceção no mercado brasileiro está contemplado na Instrução Normativa nº 40 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) – Norma Técnica Específica (NTE), que regulamenta a Produção Integrada do Pimentão (PIP), publicada no segundo semestre do ano passado.
No último relatório do PARA, referente ao período 2013/2015, foram analisadas em todo território nacional 243 amostras de pimentão, sendo que 214 delas apresentavam resíduos de agrotóxicos não autorizados para a cultura. Dessas, 21 foram consideradas insatisfatórias exclusivamente por conter resíduos não autorizados, mesmo em concentrações inferiores a 0,001 mg/kg.
A gerente de Monitoramento e Avaliação do Risco da Gerência-Geral de Toxicologia da Anvisa, Adriana Pottier, reforça que alimentos resultantes de cadeias produtivas mais organizadas têm apresentado melhores resultados nos relatórios do PARA.
Adriana lembra que quando foram realizados os primeiros relatórios existiam poucos agrotóxicos registrados para a cultura, ressaltando que os índices são relacionados a parâmetros agronômicos. Ela reforça que a Anvisa recomenda ao consumidor escolher alimentos da estação e que apresentem informações de origem. Outra orientação é redobrar os cuidados com a higienização dos produtos em casa.

Técnica utiliza gás ozônio para aumentar a qualidade e a segurança do milho

Alcides Okubo - Técnica combate fungos sem alterar propriedades sensoriais do grão
Técnica combate fungos sem alterar propriedades sensoriais do grão
Pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) validaram uma tecnologia pós-colheita que reduz fungos e micotoxinas em grãos de milho com a aplicação do gás ozônio. A técnica não afeta a qualidade química, tecnológica e sensorial dos alimentos, com a vantagem de ser de implantação imediata pelo setor produtivo em linha industrial. A tecnologia limpa e sustentável também não agride o meio ambiente, e pode ser utilizada em silos de armazenamento de cereais e de outros tipos de alimentos, inclusive orgânicos. O resultado é a redução da carga microbiana e o aumento da vida útil dos alimentos. Derivada de mais de 20 anos de pesquisa, a tecnologia é simples e fácil de ser aplicada, podendo ser utilizada na descontaminação de vários tipos de grãos e castanhas.
O ozônio é reconhecido como substância segura para aplicação como sanitizante em alimentos pela Food and Drug Administration (FDA), órgão de vigilância sanitária dos Estados Unidos. Nos últimos anos, houve um crescente interesse na aplicação desse elemento no processamento de alimentos, devido à sua eficácia em baixas concentrações, pouco tempo de contato e sua decomposição em subprodutos não tóxicos.
“Quando utilizado em alimentos, altera pouco as características químicas e sensoriais (...) é uma alternativa vantajosa para a indústria de alimentos."

Entra o ozônio, sai o cloro

Sua utilização na sanitização dos alimentos representa uma alternativa ao tradicional tratamento à base de cloro. “O ozônio possui alto poder de oxidação, pode ser aplicado na forma gasosa ou em solução aquosa e é de fácil obtenção pelo baixo custo de produção. Quando utilizado em alimentos, altera pouco as características químicas e sensoriais, por isso é uma alternativa vantajosa para a indústria de alimentos”, detalha o pesquisador da Embrapa Otniel Freitas, líder do projeto que avaliou o uso de ozônio na descontaminação de grãos.
O uso de tratamentos físicos, químicos ou biológicos na tentativa de remoção ou destruição das micotoxinas em grãos tem resultado, na maioria dos casos, na inviabilização do alimento para consumo. Ao contrário desses métodos, a tecnologia desenvolvida na Embrapa consiste no tratamento para descontaminação de fungos e de micotoxinas em grãos de milho utilizando ozônio gasoso. A aplicação de ozônio realiza a descontaminação microbiológica e a degradação de resíduos e contaminantes, pois arrebenta instantaneamente as paredes celulares dos microrganismos. “Quimicamente, o ozônio quebra as duplas ligações da molécula de oxigênio e neutraliza os efeitos tóxicos decorrentes dessa reação, desagregando e provocando uma mudança estrutural na molécula do agente nocivo”, explica Freitas.

Risco à saúde e barreira comercial

Devido ao potencial risco à saúde humana pela sua toxicidade, os níveis de aflatoxinas e de outras micotoxinas passaram a ser monitorados por um número crescente de países, que passaram a regulamentar seus limites máximos permitidos em diversos produtos de alimentos e rações. Especialmente no Brasil, a presença de micotoxinas é uma complicação recorrente nos complexos agroindustriais de armazenamento de grãos, representando um grave problema de qualidade e segurança dos alimentos. Sua ocorrência é controlada por legislação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo o Sistema de Alerta Rápido para Alimentação Humana e Animal (RASFF) da União Europeia, as micotoxinas integram a categoria de perigo com o maior número de notificações em alimentos. Os produtos agrícolas brasileiros vêm enfrentando barreiras técnicas no exterior por apresentarem micotoxinas acima dos limites máximos estabelecidos.

A aplicação de ozônio em alimentos

Na pesquisa liderada pelos pesquisadores da Embrapa foram avaliados os efeitos de diferentes condições de ozonização gasosa e aquosa na redução de fungos e micotoxinas em milho. A ozonização gasosa apresentou reduções de até 57% nos níveis de aflatoxinas (B1, B2, G1 e G2) e redução na contagem de fungos totais. A tecnologia é simples, fácil de ser aplicada, derivada de muito conhecimento agregado nas últimas décadas e pesquisa de ponta, podendo ser utilizada na descontaminação de vários grãos como milho e arroz, ou mesmo de algumas sementes oleaginosas como a castanha-do-brasil.
Para os grãos de milho, os resultados obtidos demonstraram que a ozonização gasosa é uma tecnologia eficaz para reduzir a contaminação por micotoxinas. “Os tratamentos de ozonização mais drásticos, ou seja, aqueles com maior concentração de ozônio, maior tempo de exposição e menor massa de grãos, apresentaram melhores resultados na redução de contaminação por aflatoxinas totais, alcançando valores próximos a 45%”, revela Yuri Porto, que desenvolveu a pesquisa para seu mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) sob orientação dos pesquisador da Embrapa José Ascheri e Otniel  Freitas. Contudo, Freitas frisa a necessidade de adotar corretamente os procedimentos de segurança para aplicação adequada do ozônio a fim de evitar danos aos operadores/analistas e também ao meio ambiente. “Há de se manter uma estrutura física segura capaz de monitorar e controlar a emissão de gases para evitar superexposição ao gás ozônio. Os empregados devem utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs) como: máscaras, jalecos, botas e luvas apropriadas”, recomenda o pesquisador.

Diagnóstico da contaminação do milho por micotoxinas

Após tratamento por ozonização em milho, para avaliação dos efeitos sobre as concentrações de micotoxinas, as amostras foram analisadas a partir de um método multianalítico desenvolvido pela equipe do Laboratório de Resíduos e Contaminantes da Embrapa Agroindústria de Alimentos. Essa abordagem de análise múltipla determina simultanemente treze micotoxinas em milho como aflatoxinas, fumonisinas, ocratoxinas e outras micotoxinas de Fusarium por cromatografia líquida de ultraeficiência acoplada à espectrometria de massas sequencial (CLUE-EM/EM). Essas toxinas são contaminantes de alimentos que causam danos à saúde dos consumidores e ainda são os principais entraves (barreiras técnicas) para os produtos agrícolas brasileiros no exterior.
“O desenvolvimento e o aperfeiçoamento de métodos analíticos para a determinação de micotoxinas em alimentos devem ser constantes, a fim de adequá-los às exigências das análises de rotina, e principalmente para atender aos restritivos limites máximos tolerados (LMT) nas regulamentações para controle dessas toxinas”, afirma Izabela Castro, pesquisadora da Embrapa líder da equipe do Laboratório de Resíduos e Contaminantes, formado pelas analistas Marianna dos Anjos e Alessandra Teixeira.
O método desenvolvido pela Embrapa se mostrou mais preciso, mais seguro e avalia uma gama de micotoxinas de uma única vez, ao contrário da opção disponível no mercado. Pode ser utilizado para avaliar o nível de descontaminação de milho após a ozonização. A aplicação de ozônio com equipamentos chamados ozonizadores popularizou seu uso no campo da ciência e tecnologia de alimentos. Atualmente, as principais aplicações são como sanitizante no processamento de frutas e vegetais frescos, peixes, queijos, sucos e cereais.

Contaminação em milho

Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias do Milho, esse cereal é considerado uma das principais culturas do País. Em 2017, foram produzidas cerca de 87 milhões de toneladas de grãos, terceiro lugar no ranking mundial. Segundo o pesquisador Jamilton Pereira dos Santos, da Embrapa Milho e Sorgo (MG), o milho é uma das culturas mais amplamente difundidas e cultivadas no Brasil, pois se adapta a diferentes ecossistemas. Em todo o território nacional, cerca de 12 milhões de hectares respondem por aproximadamente 98% da produção nacional, em áreas concentrada nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
As estratégias de mitigação das micotoxinas em milho e outros grãos são baseadas na prevenção no campo, com uso de boas práticas agrícolas e cultivo de variedades resistentes. Na pós-colheita, dependendo das condições de armazenamento e das variações de umidade e temperatura, há uma proliferação de fungos e das micotoxinas resultantes de seu metabolismo nos grãos.
Há uma relação estrita entre fungos e grãos. Assim, os fungos possuem uma ação ecológica nos grãos, pois favorecem sua germinação. “Mesmo que o grão apresente micotoxinas, é preciso mantê-las em níveis aceitáveis para a saúde humana”, pondera a pesquisadora Izabela Castro. Para ela, são necessários investimentos para a descontaminação dos grãos armazenados não só em alimentos, mas também em ração para animais, já que o milho é um dos principais componentes da alimentação de rebanhos. Isso porque as micotoxinas são altamente resistentes, estáveis e, em altos níveis, podem provocar câncer e outras doenças em animais e humanos.
Embrapa Agroindústria de Alimentos

quarta-feira, 29 de maio de 2019

46ª Exposição Agropecuária do Serido em Caicó





30maio/2019

Últimos ajustes para a Exposição em Caicó






Últimos ajustes para a 46ª Exposição Agropecuária do Seridó que será realizada de 30 de maio a 02 de junho,  no Parque de Exposições Monsenhor Walfredo Gurgel, em Caicó.
Serão mais de 1.500 bovinos, caprinos, ovinos e equinos em exposição e uma programação diversificada, que tem como destaque o Leilão Seridó Terra do Leite e o 1º Seridó Quarter Horse que em 2020 realizará leilão de equinos.

NOTA DO BLOG: A maior Exposição Agropecuária do Serido e uma das maiores do estado do RN. 

Semana dos Orgânicos destaca o crescimento do setor no Brasil

semana dos orgânicosEsta semana é dedicada aos produtos orgânicos e aos produtores brasileiros de alimentos orgânicos. O evento tem apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, quer defende um aumento das vendas de orgânicos no Brasil e no mercado Mundial. A ministra Tereza Cristina lançou uma campanha especial para promover essa produção. Intitulada “Produto Orgânicos – Melhor para Vida”, a campanha foi lançada na sede do Ministério com um lanche especial e uma feira de produtos orgânicos. Um dos objetivos centrais da mobilização é informar ao consumidor como reconhecer os alimentos orgânicos nos locais de comercialização e ampliar a relação de confiança com os produtores rurais.
Em seu discurso, a ministra Tereza Cristina destacou o crescimento da agricultura orgânica no Brasil e o aumento do número de agricultores registrados no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos mantido pelo Ministério da Agricultura. Atualmente, cerca de 20 mil produtores estão cadastrados no Ministério.
“É com enorme prazer que destaco esta semana de orgânicos no nosso ministério, uma iniciativa de que se repete há 15 anos. E cujo sucesso pode ser comprovado: a cada ano cresce, na faixa de 10 a 15 por cento, o número de produtores rurais registrados no Mapa que trabalham com alimentos orgânicos, provando que há espaço para todos no mercado. O setor já alcança faturamento anual bilionário, na casa dos R$ 4 bilhões”, declarou.
A ministra defendeu a qualidade dos alimentos produzidos no Brasil e ressaltou que o país pode aumentar suas vendas de orgânicos para o mercado mundial. Em visita recente à Ásia, a ministra identificou a possibilidade ampliar o comércio de orgânicos, principalmente frutas, para o Japão.
No evento, foi anunciado um acordo entre Brasil e Chile que permitirá a compra e venda de produtos orgânicos entre os dois países. Segundo a ministra Tereza Cristina, haverá uma adaptação entre a legislação dos dois países. “É muito importante essa troca inclusive para o crescimento desse setor nas exportações brasileiras”, destacou.
Durante as festividades, foram apresentadas algumas demandas dos produtores de orgânicos, como o desenvolvimento de máquinas agrícolas apropriadas para pequenas e médias propriedades, maior acesso a programas de créditos e financiamento, fortalecimento das comissões de produção orgânica. Os produtores também pedem maior volume de pesquisas científicas direcionadas para o setor e mais facilidade de acesso aos bioinsumos, como sementes orgânicas, biofertilizantes orgânicos e defensivos biológicos.
produtos orgânicos

Cachaças e aguardentes de cana registradas no país somam mais de 5,5 mil

Produção

Dados são do Anuário 2019 lançado nesta terça-feira pelo Mapa

 Secretário adjunto de Defesa Agropecuária do Mapa, Fernando Mendes durante lançamento do anuáro
Secretário adjunto de Defesa Agropecuária do Mapa, Fernando Mendes durante lançamento do anuáro

Atualmente, existem 3.648 cachaças e 1.862 aguardentes de cana registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, de acordo com o Anuário da Cachaça Brasil 2019, lançado nesta terça-feira (28). São 951 produtores de cachaça e 611 de aguardente. Somados, os dois representam cerca de um quarto do total de produtores de todas as bebidas registradas e produzidas no país, que é de 6.362.
O levantamento contém dados oficiais sobre a bebida, que é produzida em mais de 800 municípios brasileiros. A região Sudeste domina a produção de cachaça, se destacando Belo Horizonte e Salinas (MG). E entre os municípios com maior número de registros estão Ivoti (RS), Areia e Campina Grande (PB).
Já os registros de aguardente se concentram  no Nordeste, especialmente em Fortaleza e Viçosa do Ceará. No Rio Grande do Sul, se destaca a cidade de Lajeado e, no Espírito Santo, Castelo.
O lançamento aconteceu na Confederação da Agricultura e Pecuária Brasileira (CNA), junto com o Ibrac.
Padrões
O anuário classifica as bebidas também de acordo com padrões de produção e de envelhecimento, por categorias. Também faz a distinção entre a cachaça, que é feita a partir do mosto (líquido) fermentado do caldo da cana-de-açúcar, enquanto a aguardente pode ser também um destilado alcoólico simples. Outro diferencial, é que no primeiro caso, a composição alcoólica pode variar entre 38% e 48%, e no segundo, entre 38% e 54%.
A classificação leva em conta aromas e sabores, daí a adoçada, envelhecida, premium, extra premium. O mercado tem crescido, no país, tanto que foi criada a profissão especializada de  cachacièr – provador oficial que desvenda a qualidade do produto, enaltecendo o que há de melhor. O cachacièr está para a cachaça assim como o sommelièr está para o vinho.
Os termos cachaça e cachaça do Brasil são indicações geográficas para o nosso país, portanto a denominação só pode ser utilizada por produtores nacionais, além de citar os acordos internacionais existes sobre o assunto. 
De acordo com a auditora fiscal do Mapa, Andréia Gerk, o papel do ministério é o de normatizar e registrar os estabelecimentos e os produtos. "Também é responsável pela fiscalização deles, através de coleta de amostra para verificar se os produtos estão dentro dos padrões de qualidade e identidade estabelecidos nas normas do ministério”. Ela também esclarece que o registro do produtor e do produto, agora, é automatizado, e está disponível no site do Mapa.
Cenário
O coordenador-geral de Vinhos e Bebidas da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa, Carlos Muller, destacou que essa é a primeira vez que são lançados números sobre produtores e produtos registrados no Ministério. "Essas estatísticas são essenciais para o setor se organizar e a gente promover melhores regulações para este meio", disse.
De acordo com o diretor executivo do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), Carlos Lima, o anuário representa um importante passo para o crescimento e o aprimoramento do segmento no país, uma vez que, a base da construção de políticas públicas é a existência de números oficiais e atualizados. “A cadeia produtiva da cachaça é hoje responsável por empregar mais de 600 mil brasileiros. Tendo em vista a produção distribuída em 26 unidades da federação e a quantidade de produtores registrados, esperamos obter um maior apoio do governo brasileiro para que o desenvolvimento da categoria se dê de maneira sustentável nos próximos anos, contribuindo ainda mais para a geração de emprego e renda no país”, observou.
Para Lima, o anuário pode ser um instrumento para a elaboração de políticas públicas e de regulação para o setor, especialmente para retirar produtores da informalidade.
Angélica Salado, da Euromonitor International, que também participou do lançamento do anuário, diz que, em meio a um cenário econômico ainda volátil, que resulta em instabilidade nas vendas, a cachaça segue sendo o destilado mais importante na cesta de bebidas dos brasileiros, embora outros destilados ganhem força, como o gim, por exemplo. “Embora os investimentos em novos produtos, focando em novas ocasiões de consumo, novos formatos de embalagem, diferentes canais e plataformas de preço tenham sido fundamentais para manter a cachaça competitiva até o momento, os cenários macroeconômico e regulatório ainda representam desafios para que a cachaça atinja o seu potencial de mercado no Brasil, mantendo não apenas o produto como líder da cesta de destilados, mas também fomentando o potencial da cadeia de produção brasileira de bebidas”, afirmou.

Nota do Blog: Apesar do RN ser um pequeno produtor de cana de açúcar, nunca se destacou em fabricação de cachaças. É um empreendimento que gera renda e emprego. A região Oeste do estado, mais precisamente os municípios de Itaú, Apodí produziam uma boa cachaça artesanalmente, reconhecidas nacionalmente.  Não custa nada avisar aos consumidores mais atirados, que a cachaça em excesso, causa cirrose.

Produtores de orgânicos devem seguir recomendações para ter certificação de qualidade

Selo Orgânico

Cadastro e a certificação de qualidade orgânica são exigidos para que agricultores possam vender produtos em supermercados, lojas e restaurantes

 Produção de orgânicos em Brazlândia (DF)


O agricultor Manoel Santos de Souza, 37 anos, descobriu o mundo dos orgânicos há mais de 16 anos. Natural de Barreiras, interior da Bahia, o produtor decidiu converter a lavoura convencional para agroecológica com o objetivo de aumentar o rendimento e a qualidade de vida da família.
Manoel adquiriu conhecimento sobre os orgânicos quando foi chamado por um agrônomo para trabalhar em uma chácara da região. Enfrentando vários desafios, o agricultor começou aos poucos a mudar sua forma de plantio depois de trabalhar em várias propriedades.
Em 2015, Manoel decidiu ter sua própria chácara e mudou-se para Brazlândia, uma das regiões administrativas de Brasília. Na chácara “Pedacinho do Céu”, Manoel planta em cinco hectares frutas, legumes, hortaliças e até algumas Plantas Não Convencionais, conhecidas como PANCs.
Entre os produtos cultivados estão batata doce, mandioca, abobrinha, couve, jiló, repolho, brócolis, japonês, brócolis, morango, banana, limão, laranja, goiaba, manga, chuchu e rúcula.
O sistema de produção é familiar. Manoel lida diretamente com a terra com auxílio de outros trabalhadores rurais. A esposa e a filha mais velha são responsáveis pela seleção dos melhores produtos, pesagem, empacotamento e colocação do selo orgânico. “Como tudo é feito manualmente, precisamos dessa força tarefa”, comenta Manoel.
“Não é fácil mexer com orgânico, mas é melhor. Não é fácil, porque tem muita mão de obra, muito cuidado. Tem que ser tudo pesadinho, tem que olhar o que é bom, o que é ruim, a gente seleciona mais, porque tem muitos clientes que chegam lá na feira e olham. Os clientes de orgânicos são mais exigentes”, comentou Francione Porto, esposa do produtor.
A produção rende para a família cerca de 35 mil toneladas por ano. Os produtos são vendidos duas vezes na semana diretamente por Manoel em feiras montadas em algumas quadras residenciais da área central de Brasília.
Manoel comenta que a procura tem crescido muito e que ele ainda não consegue produzir tudo o que os clientes pedem. “Atualmente, a demanda é bem maior do que eu produzo, a procura por produtos saudáveis cresceu bastante”.
O agricultor Manoel Santos de Souza, de Brazlândia (DF)
Certificação de qualidade orgânica
Manoel está registrado no Cadastro Nacional de Produtores de Orgânicos, mantido pelo Ministério da Agricultura, e conseguiu a certificação para comercializar seus produtos como orgânicos junto à ECOCERT Brasil e ao Sindicato dos Produtores Orgânicos do Distrito Federal (Sindiorgânicos).
Para não perder o certificado, ele segue à risca as recomendações de produção agroecológica previstas na legislação de orgânicos brasileira. Entre os cuidados que ele toma está o plantio de margaridões ao redor da lavoura, que formam uma barreira de proteção contra insetos, pragas e partículas de insumos químicos trazidos pelo vento das propriedades rurais vizinhas.
“Sempre temos o cuidado de não plantar em uma área grande um produto apenas. A palha é para proteger o solo e ter mais produto orgânico na terra, além das barreiras de “quebra vento” impedindo a contaminação na plantação”, explica.
O Brasil tem cerca de 68,7 mil estabelecimentos que fazem agricultura orgânica, segundo o último Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas o Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos do Ministério da Agricultura tem atualmente cerca de 19 mil produtores e unidades de produção registrados.
Segundo a coordenadora de produção orgânica do Mapa, Virgínia Lira, o número é um indicativo de que há um universo grande de produtores orgânicos a ser alcançado pelo sistema e pelas políticas públicas do setor. “A legislação e o sistema de produção precisam ser desenvolvidos para incluir os produtores que praticam agricultura orgânica, mas ainda desconhecem as normas de certificação”, comentou Virgínia.
Desde 2010, o cadastro e a certificação de qualidade orgânica são exigidos para que os agricultores possam vender seus produtos como orgânicos em estabelecimentos comerciais como supermercados, lojas, restaurantes, entre outros.
O produtor pode obter certificação de qualidade orgânica por meio de um Organismo da Avaliação da Conformidade Orgânica (OAC) credenciado junto ao Ministério.
“O produto tem que estar certificado ou por auditoria, que são empresas certificadoras que aplicam, inspecionam as unidades de produção e verificam se a lei está sendo cumprida, ou os sistemas participativos de garantia, que são grupos de produtores que se organizam para uma autocertificação”, reforça a coordenadora de produção orgânica, Virgínia Lira.
Já os produtores da agricultura familiar podem se cadastrar junto ao Ministério da Agricultura para realizar a venda direta sem certificação. Neste caso, o produtor só pode vender para o consumidor em feiras, na própria propriedade, sem a intermediação de terceiros. Ele também fica habilitado para participar de compras do governo, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) ou o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
Produtos certificados por normas internacionais (como NOP, EU, JAS) não são reconhecidos automaticamente como orgânicos no Brasil e também deve receber certificação de acordo com a norma brasileira.
Produção de orgânicos em Brazlândia (DF)
O que é o sistema orgânico de produção?
A diferença do alimento orgânico para o convencional vai além da ausência de resíduos agrotóxicos. De acordo com a Lei 10.831/2003, o sistema orgânico de produção agropecuária adota técnicas específicas que visam otimizar o uso dos recursos naturais e socioeconômicos disponíveis.
A produção orgânica também respeita a integridade cultural das comunidades rurais e tem por objetivo a sustentabilidade econômica e ecológica.
O modo agroecológico de produção minimiza a dependência de energia não renovável, maximiza os benefícios sociais além de priorizar métodos culturais, biológicos e mecânicos e elimina o uso de organismos geneticamente modificados e radiações ionizantes em qualquer fase do processo, desde o cultivo, transporte, armazenamento até a comercialização.
O sistema de produção orgânico tem por objetivo, de acordo com a legislação, ofertar produtos saudáveis isentos de contaminantes, preservar a diversidade biológica dos ecossistemas naturais, recompor ecossistemas modificados, incrementar a atividade biológica do solo, promover o uso saudável do solo, da água e do ar, manter a reciclagem de resíduos de origem orgânica, utilizar recursos renováveis, sistemas agrícolas organizados localmente e integrar os diferentes segmentos da cadeia produtiva de consumo de produtos, entre outros.

 Organizações do campo e da cidade unidas em defesa dos direitos previdenciários da classe trabalhadora








A Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), entidades sindicais e organizações da sociedade civil assumiram o compromisso de intensificar formas e meios de atuação conjunta que impeçam o desmonte da Previdência Social, em reunião articulada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nesta segunda-feira(27), no auditório das Obras Missionárias, em Brasília/DF. Além da CONTAG, estavam presentes, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Centro Cultural de Brasília Missionário (CCBM), a Comissão Pastoral dos Pescadores do Brasil (CPPB), Comissão Brasileira de Justiça (CBJP), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), Auditoria Cidadã da Dívida, Movimento Sem Terra (MST), Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e a Frente Brasil Popular.
Após a reunião, ficaram firmados os seguintes compromissos: uma agenda conjunta em defesa dos direitos sociais dos trabalhadores e trabalhadoras; criação de um espaço para circulação com informações das agendas das organizações, de forma que todas as ações sejam fortalecidas pelo coletivo; construção de um documento para encaminhar à presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pedindo que se junte ao conjunto de organizações na mobilização da Greve Geral da Classe Trabalhadora do dia 14 de junho; realização de vigílias pelas comunidades da Igreja Católica, em defesa dos direitos e da vida. Para coordenar toda essa agenda de luta foi criada uma Comissão com representantes de algumas entidades e organizações presentes na reunião.

“Essa reforma tira os direitos e condena a maioria dos trabalhadores(as). São quase 11 milhões que estarão na miséria se retirarem esses benefícios. O governo federal esquece que o trabalho é a chave para construir uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária. Por isso as religiões, os homens e mulheres de bem se posicionam contra esse projeto de reforma que institui um sistema de poupança privada”, lembrou o bispo referencial da Pastoral da Saúde, pela CNBB, Dom Roberto Francisco Paz.



Em nome da CONTAG, o secretário de Formação e Organização Sindical da Confederação, Carlos Augusto Silva (Guto), compartilhou o caminho de luta que o Sistema CONTAG tem travado para barrar o texto da reforma da Previdência que prejudica os rurais e tenta inviabilizar a luta sindical. “O Sistema CONTAG tem concentrado forças em defesa da seguridade social e da legítima existência dos Movimentos Sociais. Por isso somos contra a reforma da Previdência (PEC 6/2019 e a Medida Provisória MP 871), pois penaliza os(as) rurais e ainda tenta criminalizar um conjunto de ações realizadas pelos Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras”, pontuou.

O representante da CONTAG ainda afirmou que a Confederação somará força com todas as organizações e manterá sua mobilização em defesa da Previdência, nas Câmaras de Vereadores, nas Assembleias Legislativas, no Congresso Nacional e na Greve Geral de 14 de junho, entre outras ações de massa em defesa dos direitos sociais dos(as) rurais.



Maria Lúcia Fattorelli, coordenadora Nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, afirmou que a reforma proposta pelo governo federal: “... destrói o Sistema de Seguridade Social conquistado na constituição de 88 que garante proteção social em todas as situações de vulnerabilidade da classe trabalhadora (desemprego, doença, velhice, viuvez, orfandade, reclusão, invalidez, maternidade...)”. E ainda pontuou que: “Essa reforma é um grade retrocesso!”.



Realizada pela CONTAG e por várias organizações parceiras, a Marcha das Margaridas 2019 foi lembrada por Iridiana Seiberes, do Movimento de Mulheres Camponesas, como ação estratégica em Defesa da Previdência Social. “Uma das bandeiras principais da Marcha das Margaridas 2019 é a luta em defesa da Previdência Social, principalmente em relação às mulheres rurais. Nos dias 13 e 14 de agosto, estaremos em Brasília para denunciar essa reforma que é extremamente patriarcal e machista, e que vai retirar muitos direitos das mulheres”, denunciou a representante do MMC.



Ainda nessa terça-feira (28), foi entregue o documento construído a partir da reunião, pedindo à presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que se junte ao conjunto de organizações na mobilização da Greve Geral da Classe Trabalhadora do dia 14 de junho, em denúncia a reforma da Previdência, o crescente desemprego e o desmonte da educação pública.