segunda-feira, 9 de agosto de 2021

 

Pecuária brasileira sofrem impacto com a seca mas há formas de reduzir os prejuízos

 

O período de seca, que muitos estados travessam, tem impacto direto na pecuária, afetando a produção de carne e leite. O déficit hídrico tem reflexos na diminuição da qualidade e quantidade de pastagem, redução das condições de bem-estar dos animais, dificuldade na manutenção das condições sanitárias de manejos, etc. Para o pesquisador Julio Palhares, especialista em recursos hídricos da Embrapa Pecuária Sudeste, algumas medidas podem contribuir para minimizar os impactos das produções animais no consumo de água.

Para ele, o pecuarista deve agir para ser mais eficiente no uso da água. “O Brasil, em comparação com outros países e com os principais produtores de commodities agropecuárias, tem uma condição de conforto hídrico, mas que não é infinita e a manutenção depende das ações de hoje para garantir as produções de amanhã”, destacou.

O manejo hídrico dos sistemas de produção animal é o primeiro passo para promover a eficiência do uso da água.  Esse manejo é o uso cotidiano de práticas e tecnologias que conservem a água em quantidade e com qualidade. Algumas medidas têm custo zero, pois envolvem apenas mudanças comportamentais, como, por exemplo, fazer a raspagem do piso da sala de ordenha. Outras, o investimento é baixo: substituição de mangueira de fluxo contínuo por modelo de fluxo controlado, manutenção do piso e programa de detecção de vazamentos. O pecuarista deve fazer o manejo nutricional de forma precisa para os animais. A instalação de hidrômetros na propriedade para medir o consumo de água e de cisternas para captação da água da chuva são práticas que auxiliam para se conhecer os fluxos hídricos do sistema de produção e ter uma fonte alternativa de água.

Segundo Palhares, o futuro será hidricamente mais desafiador para produção animal brasileira. “O quão grande será esse desafio, depende de nossas atitudes agora. Se internalizarmos o manejo hídrico em nossos sistemas de produção e promovermos a eficiência hídrica de nossos produtos, superaremos o desafio de forma tranquila”, conclui.

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