Uma praga ameaça os plantios de carnaúba e pode provocar danos na flora da caatinga
Os agricultores cearenses estão “deveras” preocupados com o impacto devastador da unha-do-diabo (Cryptostegia madagascariensis) sobre a carnaúba. “Vamos trabalhar a médio e longo prazo para buscar uma solução”, disse Artur Bruno, titular da Secretaria do Meio Ambiente (Sema). Para o agrônomo, Raimundo Ribeiro Sales, presidente da Câmara Municipal de Miraíma, na Mesorregião do Noroeste cearense , é preciso uma ação urgente. “É a única atividade sustentável do meu município, se chove produz se não chove produz também, além de remunerar bem os agricultores. A urgência é cuidar da carnaúba, pois a madagascar está acabando não apenas os carnaubais, mas está atacando todas as espécies nativas”, afirmou.
O representante da Irauçuba, vereador Francisco Xavier Azevedo, alertou para o risco econômico, além do ambiental. “Em Irauçuba não é diferente, até o pasto está sendo afetado, nem a malícia pega. O meu município já realizou audiência pública para explicar a problemática”, afirmou. A unha-do-diabo é uma trepadeira exótica e invasora, importada cerca de 40 anos de Madagascar, como planta ornamental, cresce em volta do tronco da carnaúba, sufocando-a e impedindo a absorção de luz solar, matando a palmeira. O mesmo acontece com outras plantas nativas do ecossistema único da Caatinga.
O representante da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará (Fetraece) declarou que a instituição está acompanhando o debate e que a pesquisa pode ser um caminho. “Estamos preocupados! Havemos de encontrar mecanismos biológicos para o controle dessa invasora”, disse. Também lembrou que a indústria, por ser um setor que pode contribuir muito para a erradicação da praga, deve ser chamada. Atualmente, a cera de carnaúba é o sexto maior produto da pauta de produção e exportação do Ceará.
Nenhum comentário:
Postar um comentário