Os produtores rurais devem tomar cuidados com o rebanho em períodos de calor intenso
Garantir a excelência da produção animal, principalmente em períodos com alta temperatura, pode ser uma das preocupações mais recorrentes dos produtores. E adotar iniciativas que possibilitam controlar o ambiente térmico influenciando diretamente o bem-estar animal pode ser o fator decisivo para garantir um bom desempenho zootécnico. De acordo com a nutricionista animal da Quimtia Brasil, Juliana Forgiarini, existem diversas alternativas que contribuem para minimizar de forma significativa, os danos gerados pelo calor exacerbado.
“Antes de qualquer coisa precisamos sempre ofertar à criação, água de qualidade e fresca. Pode-se utilizar como procedimento de manejo que se faça um “flushing” no sistema de abastecimento de água, para forçar a redução da temperatura da água do sistema, considerando que a água que está no reservatório tem temperatura mais baixa do que aquela que está no encanamento, pois o consumo de água diminui à medida em que a temperatura da água aumenta, e sabemos que, se o animal não bebe consequentemente ele não come. Além disso, é fundamental manter o controle da umidade relativa do ar dos criadouros, sendo ideal que fique entre 50 a 65% sempre aliada a temperatura ambiental ideal para cada espécie e estimular o consumo de alimento, principalmente nas horas mais frescas do dia”, comenta a especialista.
Segundo Juliana, além da desidratação, diversos outros danos podem ser percebidos em decorrência do calor extremo. Para a especialista, no caso das aves, a consequência mais grave gerada pelo aumento da temperatura ambiental e consequente aumento da frequência respiratória é a alteração do equilíbrio ácido-base que é denominada de alcalose respiratória.
“Nas galinhas poedeiras, por exemplo, essa alcalose respiratória desencadeia um desequilíbrio eletrolítico e redução da ingestão de alimentos, o que pode afetar a produção de ovos deixando-os pequenos e com casca fina”, exemplifica.
De acordo com ela, em se tratando de suínos, quando a temperatura se encontra acima da zona de conforto térmico, a principal consequência é a redução do desempenho zootécnico, pela menor ingestão diária de nutrientes e piora na conversão alimentar. “Isso pois, parte dos nutrientes ingeridos é desviado para a manutenção da homeotermia”, esclarece.
Juliana afirma que no caso do gado leiteiro não é diferente sob condições de estresse térmico, ocorrem alterações metabólicas que levam à redução da disponibilidade de nutrientes para fins produtivos, no mesmo momento em que uma parte da energia é consumida para a ativação dos mecanismos corporais de dissipação de calor, enquanto reduz a energia disponível para produção de leite, além de influenciar negativamente na reprodução dos animais. “O mesmo mecanismo ocorre nos animais destinados ao abate, o resultado do estresse é a piora na eficiência alimentar e no ganho de peso, o que acarreta aumento dos custos de produção”, finaliza.
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