Funrural
Nova lei 13.606/2018 diminui ainda mais as chances de se reduzirem as dívidas do agronegócio
ABRAFRIGO criticou o Deputado Nilson Leitão pelo seu posicionamento pela derrubada de um dos vetos.
“Oferecendo
propostas de parcelamento para uma dívida considerada nula em face da
Resolução 15 do Senado, o Projeto de Lei da Câmara 165/2017 sancionado
pelo Presidente da República e transformado com vetos na Lei
13.606/2018, com vigência a partir de 01 de janeiro deste ano, está
reduzindo as chances de se modular para o futuro os efeitos da decisão
de março/2017 do STF na qual o Supremo reconheceu constitucional a
contribuição para o Funrural, o que criou um enorme passivo para o
setor.
A ABRAFRIGO interpôs Embargos de
Declaração ao acórdão exarado pelo Supremo Tribunal Federal na questão
do Funrural e nós sempre entendemos e defendemos que não se deveria
antes da análise destes embargos haver uma MP ou PL que tratasse das
dívidas passadas como esta Lei. A ABRAFRIGO sempre defendeu que uma MP
ou projeto de lei sobre o Funrural deveria regular e abordar apenas as
questões futuras”. Neste sentido, a entidade considerou como “muito
positiva” a redução da alíquota do Funrural de 2% para 1,2% “porque
isso realmente beneficia o produtor rural”.
A avaliação da recente sanção presidencial
da Lei do Funrural é da Associação Brasileira de Frigoríficos
(ABRAFRIGO) para quem o Projeto de Lei da Câmara 165/2017, atrapalhou
toda a luta pela modulação das dívidas no STF. “Infelizmente, no mesmo
dia em que caducou a MP 793, o Deputado Nilson Leitão, mesmo contra
todas as evidências e reclamações de grande parte da cadeia produtiva,
trabalhou na edição do Projeto de Lei da Câmara 165/2017, o qual
tramitou celeremente, como nunca se viu antes, sendo aprovado pela
Câmara e Senado Federal em tempo recorde”, criticou a entidade.
Segundo a ABRAFRIGO, a discussão apressada
no Congresso agravou ainda mais o problema do setor porque no projeto
foi introduzido o artigo 25 da agora Lei 13.606 e ele diz que a União
poderá bloquear bens sem ordem judicial, em face de supostas dívidas
fiscais e previdenciária de todos os produtores rurais e empresas. “Mais
uma consequência perversa e maldosa para os contribuintes. Como
decretar a indisponibilidade de bens dos contribuintes sem ordem
judicial? Um absurdo contido na lei e não observado devidamente quando
da discussão no Congresso Nacional”, explicou a entidade em nota.
A ABRAFRIGO também criticou o Deputado
Nilson Leitão pelo seu posicionamento pela derrubada de um dos vetos do
Presidente Michel Temer que excluiu da Lei a possibilidade das dívidas
passadas serem compensadas com créditos e prejuízos fiscais, o que
beneficiaria somente os grandes frigoríficos como a JBS. “Estão
esquecendo por completo que a quase totalidade dos frigoríficos
brasileiros não têm os créditos e prejuízos fiscais que aqueles possuem,
criando uma enorme desigualdade entre empresas do mesmo segmento. O
veto de certa forma restaura o devido equilíbrio concorrencial entre os
frigoríficos, sem que obviamente o tesouro nacional seja prejudicado por
esta indevida e indesejável compensação”, concluiu a entidade.
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