Pesquisadores estudam uma nova semente de mandioca que pode dar mais renda ao produtor
EMBRAPAO desenvolvimento de uma mandioca cerosa, já se encontra em andamento na Embrapa, e pode colocar o Brasil na vanguarda da corrida mundial para desenvolver uma mandioca waxy que possa ser produzida em larga escala. Até agora, nenhum país conseguiu desenvolver essa raiz. É uma nova variedade de mandioca que pode transformar o pais em produtor de um valioso insumo industrial e agregar muito valor à produção dessa raiz nativa. Trata-se do amido ceroso, ou waxy, muito procurado pela indústria alimentícia, pois é matéria-prima para composição de pratos congelados e outros produtos.
O desafio é fazer a própria planta gerar amido diferenciado. Um avanço importante foi obtido pelo Centro Internacional para Agricultura Tropical (Ciat), sediado na Colômbia, que identificou o gene da mandioca responsável pelo amido ceroso. A Embrapa foi a única instituição brasileira que recebeu esse material e agora procura incorporar a produção do amido waxy a uma variedade nacional. Assim, pretende-se aliar a performance do material brasileiro, já adaptado às condições nacionais, à produção natural do amido waxy. Os custos de produção serão os mesmos da mandioca convencional e, com isso, a produção do amido waxy deve aumentar a renda dos produtores.
O amido waxy é diferente do amido nativo ou comum, também conhecido por goma ou fécula, e é considerado o produto da mandioca com maior valor agregado por ser utilizado em diversos tipos de indústria. “Amido diferenciado não significa que é melhor que outros. São produtos diferentes que têm aplicações distintas. Um é mais viscoso, o outro congela melhor, por exemplo, ou seja, aquele que se usa na indústria de papel não é usado na indústria de iogurte”, exemplifica Francisco Laranjeira, chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA).
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