As mil e uma utilidades para aproveitar a casca do coco verde
A casca do coco verde pode ser utilizada na fabricação de vasos, estofamentos e forramento interno de automóveis, mantas para contenção de encostas, fabricação de palmilhas, divisórias, artesanatos, adubação orgânica, dentre outras. Segundo a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), o beneficiamento da casca do coco verde constitui um projeto de inclusão social, como forma de agregar valor aos resíduos da cultura do coco, além de contribuir para o fomento e incremento de renda da população excluída.
Para o engenheiro da EBDA, Fernando Ramos Florence, o Estado da Bahia é o maior produtor de coco do Brasil com uma área plantada de 83.115 hectares e produção superior a 623 milhões de frutos. Cultura tradicional dos solos arenosos da faixa costeira do estado, gera um resíduo (a casca) que possui um aproveitamento insignificante, pois somente duas empresas de beneficiamento da casca estão instaladas no Estado, no município do Conde.
“Praticamente a casca do coco no Estado da Bahia é considerada lixo. No caso específico do coco verde, a casca é coletada na praia, custa recursos ao poder público, no sentido de coletar, transportar, além de provocar a redução do tempo de vida útil do aterro sanitário e não gerar renda, inclusão social e nem emprego. O aproveitamento desse material poderia gerar tudo isso para o pessoal que vier a trabalhar com o beneficiamento da casca”, destaca Florence.
Ele esclarece que o subtrato (pó) representa uma alternativa para a produção de mudas. “O substrato, por exemplo, pode ser amplamente utilizado na produção de mudas em grande escala, pois tem a capacidade de absorver 8,4 vezes o peso seco dele em água. Já a fibra pode ser usada principalmente na indústria automobilística e na contenção de encostas”.
De acordo com Florence, a fibra do coco foi recentemente exportada pelo Estado do Pará para a indústria calçadista da Espanha para a produção de palmilhas. “Isso porque a fibra de coco tem um efeito térmico e acústico”.
Por sua vez, o pesquisador Jorge Silveira destaca o uso do cocoxim (vaso feito com a casca do coco) como alternativa ecológica para o plantio de plantas ornamentais no lugar no xaxim. Ele lembra que o xaxim está em extinção, pois durante muitos anos foi uma planta muito utilizada para a confecção de vasos e hoje sua venda é proibida pelo Ibama.
“No cocoxim é possível cultivar qualquer tipo de planta, desde que você o coloque na água por 24 horas para a retirada do tanino, substância que pode matar a planta. Feito isso, é possível utilizar o cocoxim para qualquer cultivo de plantas ornamentais. O cocoxim pode durar cerca de dez anos. Além disso, contém ferro, fósforo e potássio, muito bom para o desenvolvimento das plantas”, explica Silveira durante entrevista ao programa de rádio da Embrapa.
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