Abate de bovinos atinge menor patamar desde 2009
Produção de frango, suínos e ovos, por outro lado, bateu recorde no início deste ano em meio à maior demanda por proteínas mais baratas
A procura dos brasileiros por fontes de proteínas animais mais baratas, como frangos e ovos, somadas à forte demanda chinesa por carne suína, levaram o Brasil a bater recorde no abate desses dois animais no primeiro trimestre deste ano enquanto a produção de carcaças bovinas atingiu o menor patamar em mais de uma década.
Segundo dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (08/6), foram abatidos 6,56 milhões de cabeças de gado nos três primeiros meses do ano, queda de 10,6% na comparação com o mesmo período de 2020 e o menor volume desde 2009. Só em janeiro, essa retração foi 14%, com 2,12 milhões de cabeças.
Já o abate de frangos atingiu 1,57 bilhão de cabeças no primeiro trimestre, renovando o recorde da série histórica do IBGE iniciada em 1997. O número representa um crescimento de 3,3% na comparação com 2020 e de 0,7% ante o trimestre imediatamente anterior. O instituto também apontou aumento de 0,3% na produção de ovos neste início de ano, atingindo 978 milhões de dúzias - volume recorde para um primeiro trimestre, com pico de 340,09 milhões de dúzias em março.
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“A produção de mais de 340 milhões de dúzias foi a maior já registrada para esse mês, levando em consideração a série histórica da Pesquisa, iniciada em 1987. Apesar de uma alta nos custos de produção, a demanda segue aquecida pelo preço acessível da proteína”, aponta o IBGE em nota.
Do lado das exportações, a continuidade da forte demanda chinesa por carne suína no início deste ano levou o Brasil a aumentar em 5,7% o abate desses animais, com 12,62 milhões de cabeças processadas nesse período. Assim como frango e ovos, trata-se do melhor resultado para um primeiro trimestre da série histórica iniciada em 1997, concentrado no mês de março, quando foram abatidos 4,6 milhões de suínos.
“Ao mesmo tempo, os preços do animal vivo e da carne suína no mercado interno sofreram desvalorização ao longo do trimestre, aumentando sua competitividade em relação às demais proteínas. Fato influenciado pela restrição orçamentária dos consumidores e pelas medidas restritivas adotadas para conter a pandemia de Covid-19”, completa o instituto em nota.
No caso da aquisição de leite pela indústria, o resultado também foi um dos melhores resultados da série histórica, com 6,56 bilhões de litros captados no primeiro trimestre. O volume representa aumento de 1,8% ante o ano passado e um recorde para o período. Só em janeiro foram 2,34 bilhões de litros, um recorde para o total captado em um mês, em toda a série histórica da pesquisa.
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