Conheça mais uma região produtora no Nordeste: a chamada Sealba
O conhecimento mais aprofundado das características específicas de solo e clima nos Tabuleiros Costeiros, tornou possível lançar um olhar mais criterioso, inovador e arrojado sobre as potencialidades produtivas e de diversificação dos Tabuleiros Costeiros. Isso fez com que estudos de inteligência territorial paralelos, conduzidos por meio de um projeto especial da Embrapa Tabuleiros Costeiros, identificassem uma nova fronteira agrícola no Nordeste, que engloba municípios de Sergipe, Alagoas e Bahia.
Denominada Sealba – um acrônimo formado pelas siglas dos estados componentes, de forma semelhante à região do Matopiba, que é formada pelo Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, a região agora conhecida como Sealba, apresenta seu principal período chuvoso no outono-inverno, enquanto as demais regiões produtoras de grãos do Brasil têm seu período chuvoso na primavera-verão.
Isso resulta em benefícios fundamentais, como colheita em época diferenciada do restante do Brasil (possibilidade de obtenção de melhores preços); possibilidade de aquisição de sementes de melhor qualidade fisiológica (sementes colhidas na região Centro-Sul e Matopiba em março e abril, quando o plantio no Sealba é de abril a junho); oportunidade de terceirização de máquinas agrícolas provenientes dessas outras regiões; desenvolvimento da soja em temperaturas mais favoráveis (como o cultivo é realizado no outono/inverno, as temperaturas, principalmente as noturnas, são mais favoráveis às necessidades da planta); oportunidade de o Sealba se tornar uma região produtora de sementes de soja de alta qualidade para o abastecimento das demais regiões; maior teor de proteína nos grãos de soja (estudos iniciais apontam teores de proteína chegando a 43% nos grãos da soja produzida no agreste sergipano – isso resulta em uma maior qualidade do farelo produzido a partir da soja da região).
Os resultados de pesquisas no Sealba nos últimos anos com cultivares de soja, milho, sistemas integrados com a gramínea braquiária e outras culturas têm despertado grande interesse entre os produtores pela diversificação. Só em Alagoas, áreas integradas com plantios de soja em alternativa ao monocultivo da cana, saltaram de 300 hectares em 2014 para quase 6 mil em 2019.
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