Pecuária
Produção de ovos cresce mas cai a de carnes e leite
Produção nacional resulta num consumo de apenas 35 ovos “per capita” por ano, muito abaixo dos índices recomendados
A produção de
ovos cresceu 66 por cento e a agrícola 10,3, enquanto a de carnes e
leite caiu em 3,00 e 16 por cento no ano passado, face a 2016, anuncia
um relatório de balanço produzido pelo Instituto de Desenvolvimento
Agrário (IDA). O documento considera que estes números demonstram que,
apesar do crescimento nalguns segmentos, a produção está longe de
satisfazer a procura interna.
Por exemplo, naquele período,
produziram-se 961,650 milhões de ovos (contra os 580 milhões do ano
anterior), 445.186.992 dos quais em Luanda. As províncias que menos
produziram foram Cunene e o Cuando Cubango.
Esse número repartido, por 27 milhões de habitantes (na perspectiva do consumo directo) dá a cada angolano cerca 35 ovos por ano ou cerca de três por mês. Segundo o jornal “Correio Braziliense”, a média mundial é de 230 ovos por ano e países como o México, China e Dinamarca atingem as 300 unidades.Em termos nutricionais não há limites no consumo: “se uma pessoa comer 12 ovos por dia, o único risco que ela tem é de ganhar uma medalha olímpica. O consumo de ovo diariamente não faz mal algum”, disse o vice-presidente de Mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e presidente do Instituto de Ovos do Brasil, Ricardo Santin.
Esse número repartido, por 27 milhões de habitantes (na perspectiva do consumo directo) dá a cada angolano cerca 35 ovos por ano ou cerca de três por mês. Segundo o jornal “Correio Braziliense”, a média mundial é de 230 ovos por ano e países como o México, China e Dinamarca atingem as 300 unidades.Em termos nutricionais não há limites no consumo: “se uma pessoa comer 12 ovos por dia, o único risco que ela tem é de ganhar uma medalha olímpica. O consumo de ovo diariamente não faz mal algum”, disse o vice-presidente de Mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e presidente do Instituto de Ovos do Brasil, Ricardo Santin.
O documento do IDA, a que o Jornal de
Angola teve acesso, revela que fazendeiros e as famílias camponesas
registaram a maior taxa de produção de tubérculos e raízes, com
10.805.419 toneladas, 2.507. 637 de toneladas de cereais, 567.372
toneladas de leguminosas e oleaginosas, 5.152.940 toneladas de frutas e
1.914.072 toneladas de hortícolas.
O tubérculo mais cultivado em Angola
durante aquele período é a mandioca com 8.249.276 toneladas e a
província do Uíge foi a que mais produziu, com 1.941.524 toneladas. A
produção de batata-doce cresceu 7,8 por cento, mas, a de batata-rena
baixou 31,2, ao produzirem-se 461.186 toneladas que proporcionam um
consumo “per capita” de 17 quilos por ano ou quilo e meio por mês. A
maior cifra do mundo é a da Europa, onde se atinge um consumo de 138
quilos por ano por pessoa.
Mais carne bovina
O relatório assinala o reinício da
produção de trigo com 8.505 toneladas, 4.803 das quais no Huambo e
3.602 na Huíla. Ao passo que a produção de arroz, de 9.426 toneladas,
destacou o Moxico se obtiveram 3.890 toneladas de feijão, o Bié com
3.069, com as províncias de Malanje e Uíge a integrarem esse restrito
grupo.
Produziram-se 2.507.637 toneladas de
milho, o principal alimento das populações do Centro e Sul do país e
tido como base para a ração animal, como também se cultivaram 313.549
toneladas (11 por cento abaixo do ano anterior), proporcionando uma
média “per capita” de 900 gramas por pessoa por mês. O país observou um
défice na produção de carne de aves, a julgar pelo registo de 27.369
toneladas - menos 210 que em 2016 - o que dá num quilo de frango por
consumidor num ano.
Os maiores abates aconteceram no
Cuanza-Sul com 3.919 toneladas, 3.714 em Luanda, sendo Cabinda
eLunda-Norte as que menos produziram, com 121 e 102 toneladas,
respectivamente. O documento do IDA declara que o país produziu 21.939
toneladas de carne bovina (mais 718 quilos), o que corresponde a um
crescimento na ordem dos 4,00 por cento.
Desta quantidade, 4.962 toneladas foram produzidas em Luanda, 4.293 na Huíla, 59 na Lunda-Norte e 52 em Cabinda.
A produção de carne caprina e ovina diminuiu em seis por cento ao contabilizarem-se 118.287 toneladas, 15.061 das quais em Luanda, seguida de Malanje, Uíge e Cuanza-Sul com cifras médias das 13 mil toneladas. Em baixo ficaram o Bengo com 1.083 e Lunda-Sul com 894 toneladas.
A produção de carne caprina e ovina diminuiu em seis por cento ao contabilizarem-se 118.287 toneladas, 15.061 das quais em Luanda, seguida de Malanje, Uíge e Cuanza-Sul com cifras médias das 13 mil toneladas. Em baixo ficaram o Bengo com 1.083 e Lunda-Sul com 894 toneladas.
Um copo de leite
O?leite foi produzido nas províncias do
Cuanza-Sul (1,197 hectolitros), Luanda (619 ), Huíla (622), Benguela
(419) e Namibe (226), o que totaliza 3.259 hectolitros, menos 613 em
relação ao ano anterior, um “per capita” de menos de meio litro para
cada angolano por ano, provavelmente um copo.
Cerca de 95 por cento da produção
agro-pecuária de Angola ocorre entre as famílias camponesas que
trabalham de forma rudimentar, à base da enxada e da catana, dependem da
chuva, usam sementes sem germinação testada, carentes de adubo e meios
de combate às pragas.
Realidade semelhante vivem os agricultores
que têm como agravante a falta de dinheiro para contratar técnicos,
dificuldades no acesso ao crédito, falta de meios mecanizados e recurso
permanente as motobombas, bastante onerosas devido ao combustível e a
assistência técnica. Assim, o rendimento por hectare é baixo, sendo de
perto de 800 quilos para o milho entre os camponeses, ao passo que as
empresas atingem as 1,9 toneladas, quando em países como França se
alcançam as 19 toneladas.
Se no Brasil chega-se às 4,750 toneladas
num hectare, em Angola os camponeses colhem 550 quilos de feijão ou
ginguba e os fazendeiros 620. O rendimento da mandioca é de 8.200
toneladas e 18.450 toneladas para o tomate.
Os números, disseram agrónomos consultados pelo Jornal de Angola, sugerem ajustamentos imediatos nas políticas públicas para a agricultura e uns a falarem em reforma agrária.
Os números, disseram agrónomos consultados pelo Jornal de Angola, sugerem ajustamentos imediatos nas políticas públicas para a agricultura e uns a falarem em reforma agrária.
O agrónomo Joaquim Pedro defende a
formação de quadros a vários níveis e especialidades, reparação das
estradas terciárias e as de acesso aos campos. Sugere o recurso a
mecanização para derruba, lavoura, sacha e colheita, bem como corrente
hidroeléctrica nos campos para funcionamento de electrobombas e
infra-estruturas de conservação de produtos, criação de fábricas de
agroquímicos e fertilizantes.
“O ponto de partida seria lavoura de 400
hectares por município por ano, imaginem o que teríamos em cinco anos?”,
indaga Joaquim Pedro, apontando também como condição “sine qua non”
estudos de solos, investigação científica, legislação que obriga a
empresas a terem agrónomos e acesso a créditos bancários.
Em Março, o ministro da Agricultura
declarou, no Bié, que o Governo, fruto dos esforços empreendidos para a
solução dos principais problemas dos camponeses, espera que o aumento da
produção agrícola ajude, a combater a pobreza e consequentemente a
diversificar a economia no país e promover as exportações.
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