Combinação de microrganismos pode aumentar a produtividade do feijão em até 11%
Pesquisadores da Embrapa comprovaram que o feijoeiro-comum, quando coinoculado com Rhizobium tropici e Azospirillum brasiliense,
pode atingir níveis de produtividade 11% maiores do que com adubação
nitrogenada, com média de produção acima de 3.200 quilos por hectare
(ha).
Segundo o pesquisador Enderson Ferreira, da Embrapa Arroz e Feijão (GO), que coordena a pesquisa com a coinoculação, a nova técnica traz vantagens econômicas aos agricultores e ao meio ambiente pela não utilização de ureia e tem potencial para substituir totalmente a aplicação de nitrogênio (N), quando utilizada com os dois microrganismos.
O pesquisador considera que a atuação conjunta do Rhizobium tropici e do Azospirillum brasiliense é uma solução viável na busca de maiores rendimentos. O Azospirillum atua na potencialização do desenvolvimento da planta, principalmente raízes, resultando em melhores condições para que ela estabeleça, então, a simbiose com o Rhizobium na fixação de nitrogênio. Além dessa associação, o maior volume radicular gerado pelo Azospirillum melhora a absorção de água e de nutrientes do solo, aumentando o crescimento da parte aérea e a produção de grãos.
O meio ambiente também é beneficiado pela não aplicação de fertilizantes químicos nas lavouras, enfatiza o pesquisador. Entre as culturas de grãos, na qual se enquadra o feijão, espera-se que o aumento da área cultivada com o uso de Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) seja responsável por grande parte do que o governo espera em melhora ambiental. Ou seja, uma redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) entre 36,1% e 38,9% até 2020.
Segundo estimativas da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), utiliza-se no Brasil, anualmente, 25 Kg/ha. Como a área média plantada no País é de cerca de três milhões de hectares, temos 75 mil toneladas anuais de nitrogênio. Considerando-se a adoção da ureia, cuja tonelada gira em torno de R$1.200,00, e que são necessárias 167 mil toneladas para atender essa aplicação estimada de nitrogênio, o custo final supera os R$ 210 milhões anuais para os produtores brasileiros.
Considerado básico na mesa do brasileiro, o feijão é um dos principais alimentos e a principal fonte de proteína vegetal para milhões de consumidores de famílias de baixa renda, contribuindo com cerca de 28% de toda proteína ingerida pela população. É o que mostra um estudo da pesquisadora Mariângela Hungria, da Embrapa Soja (PR), importante especialista em FBN no Brasil. Segundo dados do pesquisador Alcido Wander, a produção média das lavouras de feijão no Brasil é de 1.068 kg/ha.
O Rhizobium e o Azospirillum são conhecidos no meio agrícola pela capacidade de fixação de nitrogênio, o primeiro no feijoeiro, o outro em arroz, milho e trigo, sendo ambos já utilizados pelos produtores. No feijão, entretanto, o Azospirillum apresenta desempenho distinto do que acontece nas outras culturas, promovendo o crescimento vegetal, por meio da produção de hormônios, principalmente o ácido indol acético (AIA).
Atualmente as pesquisas com coinoculação estão explorando novos microrganismos e apresentando outros mecanismos, que ajudam no desenvolvimento das plantas, aumento de produtividade, no controle de doenças e solubilização de nutrientes.
Segundo o pesquisador Enderson Ferreira, da Embrapa Arroz e Feijão (GO), que coordena a pesquisa com a coinoculação, a nova técnica traz vantagens econômicas aos agricultores e ao meio ambiente pela não utilização de ureia e tem potencial para substituir totalmente a aplicação de nitrogênio (N), quando utilizada com os dois microrganismos.
O pesquisador considera que a atuação conjunta do Rhizobium tropici e do Azospirillum brasiliense é uma solução viável na busca de maiores rendimentos. O Azospirillum atua na potencialização do desenvolvimento da planta, principalmente raízes, resultando em melhores condições para que ela estabeleça, então, a simbiose com o Rhizobium na fixação de nitrogênio. Além dessa associação, o maior volume radicular gerado pelo Azospirillum melhora a absorção de água e de nutrientes do solo, aumentando o crescimento da parte aérea e a produção de grãos.
Pesquisador conta sobre o projeto da coinoculação
Ganhos de até 114% em Minas Gerais
De acordo com a análise econômica realizada pelo pesquisador em socioeconomia Alcido Elenor Wander e pela analista Osmira Silva, também da Embrapa Arroz e Feijão, os pequenos produtores que adotaram a coinoculação, por exemplo, tiveram um ganho de 13%. Ou seja, cada R$ 1 mil investidos na lavoura retornaram ao agricultor familiar o valor de R$ 1.130,00. Na agricultura empresarial, o rendimento é ainda maior: 90% (em Goiás) e 114% (em Minas Gerais). Traduzindo em moeda, os produtores goianos tiveram retorno de R$ 1.900,00 para cada R$ 1 mil empregados, enquanto o retorno para os mineiros foi de R$ 2.140,00, com o mesmo investimento.O meio ambiente também é beneficiado pela não aplicação de fertilizantes químicos nas lavouras, enfatiza o pesquisador. Entre as culturas de grãos, na qual se enquadra o feijão, espera-se que o aumento da área cultivada com o uso de Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) seja responsável por grande parte do que o governo espera em melhora ambiental. Ou seja, uma redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) entre 36,1% e 38,9% até 2020.
Coinoculação do feijão tiraria 700 mil t de CO2 da atmosfera
Ferreira cita estudos feitos pela Embrapa demonstrando que, se o uso de fertilizante nitrogenado fosse substituído pela coinoculação na área total cultivada com feijoeiro no País, poderia haver uma mitigação de aproximadamente 700 mil toneladas de CO2, o que contribuiria para que se cumprisse 52% da meta estabelecida pelo governo brasileiro.Segundo estimativas da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), utiliza-se no Brasil, anualmente, 25 Kg/ha. Como a área média plantada no País é de cerca de três milhões de hectares, temos 75 mil toneladas anuais de nitrogênio. Considerando-se a adoção da ureia, cuja tonelada gira em torno de R$1.200,00, e que são necessárias 167 mil toneladas para atender essa aplicação estimada de nitrogênio, o custo final supera os R$ 210 milhões anuais para os produtores brasileiros.
Considerado básico na mesa do brasileiro, o feijão é um dos principais alimentos e a principal fonte de proteína vegetal para milhões de consumidores de famílias de baixa renda, contribuindo com cerca de 28% de toda proteína ingerida pela população. É o que mostra um estudo da pesquisadora Mariângela Hungria, da Embrapa Soja (PR), importante especialista em FBN no Brasil. Segundo dados do pesquisador Alcido Wander, a produção média das lavouras de feijão no Brasil é de 1.068 kg/ha.
O que é inoculante?O inoculante é um produto que contém microrganismos com ação benéfica para o desenvolvimento das plantas. No caso do Rhizobium, a aplicação é feita na semente, antes de realizar o plantio.Ele está acessível a qualquer produtor em lojas de produtos agropecuários. Já a aplicação do Azospirillum é feita via pulverização, em momentos específicos da lavoura. Em termos técnicos, seria quando a planta se encontra no estádio fenológico V2 (folhas primárias, par de folhas primárias abertas) e V3 (primeira folha trifoliolada, com folíolos abertos). |
A importância do nitrogênio
O nitrogênio é um dos elementos presentes em maior concentração nos vegetais e um dos principais nutrientes para o desenvolvimento das plantas. Ele exerce funções essenciais, colabora com o aumento na qualidade e produtividade dos grãos, é imprescindível na realização da fotossíntese e está diretamente relacionado à formação e ao aumento do teor de proteína nos grãos. No caso do feijoeiro-comum, além de promover maior crescimento, o nitrogênio influencia alguns componentes determinantes do sucesso da produção, como maior número de vagens nas plantas e grãos mais pesados.O Rhizobium e o Azospirillum são conhecidos no meio agrícola pela capacidade de fixação de nitrogênio, o primeiro no feijoeiro, o outro em arroz, milho e trigo, sendo ambos já utilizados pelos produtores. No feijão, entretanto, o Azospirillum apresenta desempenho distinto do que acontece nas outras culturas, promovendo o crescimento vegetal, por meio da produção de hormônios, principalmente o ácido indol acético (AIA).
Atualmente as pesquisas com coinoculação estão explorando novos microrganismos e apresentando outros mecanismos, que ajudam no desenvolvimento das plantas, aumento de produtividade, no controle de doenças e solubilização de nutrientes.
Henrique de Oliveira (MTb 1.960/GO)
Embrapa Arroz e Feijão
Embrapa Arroz e Feijão
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