Parcerias em prol da agricultura familiar e recuperação ambiental selam comemorações dos 50 anos da Embrapa em 2023
Três acordos de cooperação firmados no dia 19 de dezembro entre a Embrapa e diferentes instituições do Governo Federal vão fortalecer as ações de inclusão socioprodutiva da agricultura familiar e a recuperação de áreas degradadas. As iniciativas, que fizeram parte do evento “Ciência e Governo unidos pela sustentabilidade e inclusão produtiva no campo”, selam as comemorações pelos 50 anos da Empresa em 2023.
O primeiro deles, assinado com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), prevê investimentos da ordem de R$ 23 milhões, a partir de 11 Termos de Execução Descentralizada (TEDs), para desenvolvimento de ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) nas áreas de segurança alimentar, produção de bioinsumos, adaptação de máquinas e equipamentos para a agricultura familiar, assistência técnica e extensão rural (Ater), Ater Digital com o projeto HubTech da Agricultura Familiar, transferência de tecnologia para assentados da reforma agrária, povos e comunidades tradicionais e agricultores familiares, produção leiteira, fortalecimento da agroecologia e produção orgânica, ampliação da genética gerada pela pesquisa agropecuária, agroindústrias, bioeconomia e abastecimento alimentar.
No âmbito desse acordo de cooperação estão previstas também ações de transferência de tecnologia para a cultura do café amazônico, expansão do cultivo do algodão, disponibilização de cultivares de mandioca no âmbito da Rede Reniva (material propagativo de mandioca), fortalecimento da cadeia produtiva do mel, restauração produtiva em territórios de povos e comunidades tradicionais, produção de bioinsumos por associações e cooperativas, implantação de sisteminhas Embrapa comunidades, entre outros.
Segundo o ministro do MDA, Paulo Teixeira, é premente que as instituições do governo federal se unam para reduzir a insegurança alimentar de cerca de 100 milhões de pessoas no Brasil, sendo 20 milhões em situação severa. “Precisamos construir juntos um sistema alimentar sustentável que possa prover alimentos ao nosso povo”, ressaltou. A agricultura familiar, que hoje representa mais de 80% das propriedades rurais brasileiras, é o caminho para reduzir as desigualdades sociais, especialmente pela diversificação de alimentos, inserção econômica e transição agroecológica.
Teixeira destacou ainda que uma das primeiras agendas de 2024 será uma reunião entre o MDA, Embrapa e a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) para apoiar e fortalecer a assistência técnica de forma que as tecnologias de ponta geradas pela Embrapa cheguem com mais rapidez e eficiência aos agricultores de base familiar.
Para a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, a cooperação assinada com o MDA envolve um grande pacote de medidas para promover a agricultura familiar e gerar inclusão socioprodutiva e digital. Ela destacou que a atuação integrada com as instituições de assistência técnica e extensão rural é fundamental para fazer com que as melhores práticas e recursos cheguem ao pequeno e médio produtor rural, promovendo segurança alimentar e nutricional. “Todo agricultor merece o melhor conhecimento possível para fazer uma agricultura sustentável e rentável, que promova dignidade e qualidade de vida no campo. Ações prementes nesse sentido são o desenvolvimento de máquinas e equipamentos adequados à realidade da agricultura familiar, além da democratização da genética da Embrapa”, defendeu Massruhá.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) foi representado pelo secretário-executivo adjunto, Cléber Soares. Segundo ele, é importante investir na ciência, tecnologia e inovação do agronegócio. “Chegamos até aqui porque investimos. Agora, precisamos olhar para o futuro e pensar em grandes inovações para a agricultura brasileira, com foco em quatro grandes diretrizes: sustentabilidade, inovação, competitividade e aceleração social”, destacou.
Pesca e Aquicultura mais sustentáveis e produtivasCom o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), a Embrapa firmou um acordo de cooperação que envolve o MDA e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). São seis TEDs, totalizando R$ 11 milhões, para a implementação dos seguintes projetos: Monitoramento e avaliação de impacto ambiental da produção aquícola em águas da União e ciclo de vida do carbono (Embrapa Meio Ambiente); Fortalecimento dos sistemas agroalimentares de espécies nativas de moluscos em áreas costeiras de Pernambuco, Sergipe e Alagoas (Embrapa Tabuleiros Costeiros); Apoio ao uso de sensoriamento remoto e técnicas de geoprocessamento como ferramenta de suporte às estatísticas agropecuárias (Embrapa Territorial em parceria com o IBGE); Diagnóstico das técnicas utilizadas para a conservação de pescado em baixa temperatura utilizadas em embarcações de pesca de produção primária (Embrapa Agroindústria de Alimentos); Bioeconomia da pesca artesanal nos estados de Tocantins e Roraima: caminhos seguros para a inclusão socioeconômica e estruturação da cadeira produtiva (Embrapa Pesca e Aquicultura); e Ações estruturantes de capacitação e de introdução de tecnologias para fortalecer a piscicultura como fonte de renda e segurança alimentar (Embrapa Cocais). O ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, que também esteve presente ao evento, ressaltou que o Ministério reflete os anseios e expectativas desse setor no Brasil e a parceria com a Embrapa é fundamental para que siga o mesmo caminho de sucesso do agro no País, “conjugando força e sustentabilidade”, enfatizou. A presidente da Embrapa complementou dizendo que o papel da Embrapa é usar o melhor da ciência para fortalecer sistemas de produção que respeitem o meio ambiente, preservem recursos naturais, mantenham competitividade econômica e promovam inclusão social. “A segurança alimentar está entre as prioridades do governo federal e da Embrapa. Temos o desafio de aumentar produção e produtividade de maneira sustentável nas três dimensões: ambiental, econômica e social”, acrescentou. |
União para recuperar áreas degradadas no Brasil
Com o Banco do Brasil, a Embrapa celebrou um Termo de Cooperação envolvendo a Cooperativa Central Gaúcha LTDA (CCGL) que prevê a produção sustentável beneficiando cooperados da agricultura familiar. O termo assinado envolve a recuperação de áreas da Fazenda Agropecuária Cerrito, município de Júlio de Castilho, no âmbito do programa do governo federal de conversão de áreas degradadas em sistemas de produção, instituído por meio do Decreto nº 11.815.
O documento foi assinado pela presidente da Embrapa e o vice-presidente de Agronegócio do Banco do Brasil, Luiz Gustavo Lage.
Segundo Massruhá, essa cooperação é o início de um grande movimento nacional para expandir a produção agropecuária sem a derrubada de floresta nativa. “Essa ação está inserida no contexto da maior iniciativa de recuperação de áreas degradadas do mundo, anunciada em dezembro pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, de recuperar ou converter 40 milhões de hectares de pastagens degradadas no Brasil”, salientou.
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