Uma semente de trigo safrinha própria para cultivo no cerrado do Brasil central
Com grãos de alta qualidade industrial e plantas tolerantes à seca e ao calor, a cultivar de trigo sequeiro BRS 404 é a opção disponibilizada pela Embrapa aos produtores interessados no cultivo do trigo safrinha na região do Cerrado do Brasil Central. A variedade foi apresentada a cerca de 130 técnicos, consultores e produtores rurais este mês. “Um dos desafios do País é ser autossuficiente na produção de trigo, e a fronteira é o Cerrado” afirmou o vice-presidente da Coopa-DF, Leandro Maldaner, durante o lançamento.
Para o responsável técnico da cooperativa, Cláudio Malinski, a cultura do trigo safrinha está se consolidando na região do cerrado, e os produtores já estão conseguindo manejá-la. Ele destacou a importância do trigo para o sistema de produção: “Os produtores que têm utilizado essa cultura em suas atividades, além de terem um retorno com ela, têm um retorno na cultura que a sucede. E como nós produzimos no sistema de sequeiro, cuja colheita ocorre no mês de julho e no princípio de agosto, a qualidade é muito boa. Isso é um diferencial do trigo do Cerrado em relação aos demais trigos do Brasil”, afirmou.
O supervisor de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, Sérgio Abud, disse que o trigo é uma cultura que vem para contribuir de forma significativa com o sistema de produção. “O trigo sequeiro aqui tem uma média de produtividade em torno de 40 a 50 sc/ha, com produtores já superando 60 sc/ha. A Embrapa tem trabalhado fortemente no desenvolvimento do sistema de produção do trigo para o Cerrado como um todo. Devemos ter hoje mais de 350 mil ha de trigo plantados na região. Isso mostra que temos muito o que crescer, mas também que já alcançamos muito do que esperamos”, avaliou.
Abud salientou que os cuidados com o sistema de produção são de grande importância para o sucesso no cultivo do cereal. Ele lembrou que a brusone, principal doença que acomete a triticultura na região, é um problema sério, mas que tem sido mitigado graças ao trabalho dos pesquisadores com biotecnologia e à genética das variedades mais recentes, que trazem menor sensibilidade à doença fúngica. “Sabemos que devemos seguir as recomendações, principalmente em relação à época de plantio, para que não tenhamos muitos problemas com as inseguranças com o cultivo do trigo”, acrescentou.
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