terça-feira, 6 de junho de 2023

 

A história do cultivo de alho no Brasil e no mundo

   

O alho é uma das espécies mais antigas cultivadas pela humanidade. Os primeiros registros de plantio dessa hortaliça originária da Ásia Central datam de há mais de 5 mil anos pelos hindus, árabes e egípcios. Por conta de sua capacidade de melhorar o armazenamento e a conservação de outros alimentos – e do seu poder medicinal no tratamento de várias doenças –, o alho fazia parte do cardápio da tripulação das caravelas portuguesas. E assim ele desembarcou no Brasil já na época da chegada dos europeus, e nos dias de hoje está presente em praticamente todas as cozinhas do País.

Em solo brasileiro, ficou por mais de quatro séculos restritos ao plantio de fundo de quintal, cultivado em pequena quantidade para suprir a demanda familiar. Somente em meados do século XX o cultivo começou a expandir-se comercialmente, ganhando importância econômica no País.

Porém, até o fim da década de 1990 a produtividade nacional era reduzida, entre 4 e 8 toneladas por hectare, e o alho produzido no Brasil era de baixa qualidade, com bulbos de pouca recepção comercial. Essa realidade só começou a mudar com a introdução do alho-semente livre de vírus, tecnologia que mudou a realidade da cadeia produtiva dessa hortaliça.

Para o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho ( Anapa ), Rafael Corsino, o cultivo da semente livre de vírus foi um divisor de águas na produção brasileira de alho. “Graças a essa tecnologia, e com outros trabalhos de pesquisa, saímos de um patamar de 12 a 14 toneladas por hectare para algo em torno de 20 a 25 toneladas por hectare”, ressalta.

Segundo ele, com uma produtividade maior, “conseguimos ampliar a nossa presença no mercado nacional e estamos perto de atender a 70% da demanda interna. Produzimos mais e com mais qualidade. Temos bulbos maiores, com melhor aceitação comercial e remuneração no mercado”.

Corsino lembra que, recentemente, a Anapa uniu forças com a Embrapa para levar o alho livre de vírus aos agricultores familiares do Paraná e do Espírito Santo, para que os pequenos produtores também possam usufruir dos benefícios.

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