Criadores de porcos terão que cumprir regras de bem-estar animal
As regras estabelecidas pelo Governo Federal vão beneficiar mais de 42 milhões de porcos do criatório nacional. A Proteção Animal Mundial, organização não-governamental que atua em prol do bem-estar animal, celebra a primeira normativa nacional para a criação de suínos no país. Assinada pelo Ministério da Agricultura, as regras irão beneficiar mais de 42 milhões de porcos criados no Brasil, acabando com práticas cruéis como a castração sem anestesia, o corte de orelhas e a gestação em gaiolas.
“A normativa é o resultado de um trabalho árduo, com muitas reuniões e discussões com todos os envolvidos na cadeia de produção. As novas regras não contemplam todas as mudanças que queremos, mas reconhecemos que são um marco para o bem-estar dos milhões de animais criados no Brasil”, explica José Rodolfo Ciocca, gerente de agropecuária sustentável na Proteção Animal Mundial.
A partir de agora, todos os produtores brasileiros deverão seguir as regras da instrução normativa nº 113. Algumas das mudanças positivas para os animais são:
Obrigatoriedade de enriquecimento ambiental para todos os animais, para que os porcos possam expressar seus comportamentos naturais
Proibição de procedimentos de mutilação como corte da orelha e dentes, e o corte de cauda não poderá ser usado como prática de rotina
Recomendação para castração por vacina (imunocastração) e castração cirúrgica somente com anestesia e analgesia (até 2030)
Limite do número de animais alojados em um ambiente (densidade), evitando galpões lotados
Garantia de que os animais tenham acesso a luz natural
Os projetos de reforma, ampliação ou construção de instalações deverão adotar um sistema de criação em grupos para porcas mãe em gestação e machos reprodutores
“Entendemos que os prazos dados pelo governo aos produtores são longos, mas acreditamos que, com a participação das empresas e o apoio dos consumidores, o Brasil tem a chance de fazer uma mudança sem precedentes pelos animais, de forma sustentável e em um prazo adequado”, explica Ciocca.
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