quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Cajueiro Passa a Contar com Zoneamento Agrícola de Risco Climático

 

Cajueiro passa a contar com Zoneamento Agrícola de Risco Climático

O objetivo é evitar que adversidades climáticas coincidam com as fases mais sensíveis da produção, que declinou a uma taxa de 5% ao ano na última década

 Caju - Viva o Semi Árido (Foto: Divulgação/FIDA)

Na Região Nordeste, a impoantância da cajucultura é ainda maior pois a demanda por mão de obra para a colheita coincide com o período de entressafra das culturas anuais de subsistência (Foto: Divulgação/FIDA)

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Uma das culturas agrícolas mais tradicionais do Brasil, o cajueiro passa a contar com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). A ferramenta indica, por município, datas e períodos mais adequados para o plantio, levando em consideração o clima, tipo de solo e o ciclo de desenvolvimento. O objetivo é evitar que adversidades climáticas coincidam com as fases mais sensíveis da produção, a fim de minimizar as perdas agrícolas.

Para o ano-safra 2021/2022, o Zarc identificou os municípios aptos para o cultivo do cajueiro no Brasil e os períodos de plantio das mudas no campo em três níveis de risco (20%, 30% e 40%) e em conformidade com o tipo de solo (Tipo 1, Tipo 2 e Tipo 3).

Segundo o chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa e coordenador do Zarc Caju, Marlos Bezerra, embora a metodologia usada tenha sido a mesma de outras culturas, os parâmetros mudaram. Pela primeira vez, os pesquisadores utilizaram uma metodologia padrão para identificar as regiões aptas para o cultivo de caju, demonstrando a possibilidade de cultivo em novas áreas, como nos estados de Mato Grosso e Tocantins.

“Já há gente produzindo nessas áreas, mas, com o Zarc, essa atividade passa a contar com uma validade técnico-científica”, explica Bezerra, de acordo com o divulgado pela Embrapa.

Conforme nota técnica, para a elaboração do zoneamento, é preciso que os pomares de baixa produtividade sejam substituídos e que espaços abandonados possam ser recuperados.

“Deve haver seleção de áreas com maior aptidão para a cultura, bem como o plantio de material genético de qualidade de cajueiro-anão, utilizando manejo adequado de solo e das plantas, de maneira que os novos pomares apresentem boa produtividade e possa proporcionar o aproveitamento integral do fruto”, diz a nota.

As portarias com o zoneamento da cultura em vários estados foram publicadas no Diário Oficial da União do dia 17 de dezembro.

Pequenos agricultores

O cajueiro é uma cultura que envolve cerca de 170 mil produtores em mais de 53 mil propriedades no Brasil, sendo 70% pequenos agricultores com áreas inferiores a 20 hectares. Estima-se que a atividade gere em torno de 250 mil empregos diretos e indiretos.

Na Região Nordeste, sua importância é ainda maior pois a demanda por mão de obra para a colheita coincide com o período de entressafra das culturas anuais de subsistência, ou seja, o segundo semestre do ano.

De acordo com levantamento da Embrapa, a produção brasileira anual de caju declinou a uma taxa de 4,96% nos últimos dez anos. Entre 2012 e 2018, houve uma redução da área colhida de cerca de 20%, em função da deficiência hídrica causada por uma estiagem histórica no Nordeste.

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