Pesquisadores estudam formas de diversificar a alimentação dos rebanhos no nordeste
Em um contexto de criação predominantemente extensiva de animais e limitação de recursos hídricos, condições que dificultam a manutenção de pastos cultivados para rebanhos, a produção de animais no Semiárido brasileiro ainda é dependente da vegetação nativa para garantir recursos alimentares.Embora a Caatinga forneça diversas opções de plantas forrageiras, há pesquisas científicas para aprimorar a oferta de alimentos, seja por meio da avaliação de cultivares de outras regiões tolerantes a condições de seca, seja por meio de ações de melhoramento genético vegetal que resultem, no futuro, em cultivares próprias para as condições do Semiárido brasileiro.
Na Embrapa Caprinos e Ovinos, as equipes de pesquisa nas áreas de Melhoramento Genético Vegetal e de Forragicultura têm se integrado na busca de respostas para essas duas vertentes. Cultivares de espécies forrageiras como sorgo e milheto, que demostraram bom desempenho em outras regiões do País ou do exterior, também já estão em teste.
Outra cultura anual objeto de estudos é o girassol, de boa tolerância à seca e com indicadores de contribuição para a qualidade nutricional da silagem: o aporte de energia para uma ração é considerado semelhante ao do milho, espécie mais utilizada para a produção de alimentos volumosos no Semiárido.
“Todos esses fatores são avaliados: a qualidade nutricional, o desempenho em campo, a tolerância à seca. Assim, esperamos dar respostas aos produtores, de acordo com um objetivo final, se a forrageira será usada para produção de silagem, de feno ou fornecida a fresco”, explica o biólogo Fernando Guedes, pesquisador da área de Melhoramento Genético Vegetal. Segundo ele, os testes indicam, inclusive, possibilidades de combinação, como a de uma silagem que utilize milheto com girassol, aliando a tolerância à seca da primeira espécie e os benefícios nutricionais da segunda.
Pesquisas com forrageiras adaptadas para o Semiárido incluem também espécies como o feijão-guandu, gliricídea e leucena, compondo um quadro de diversificação de modo a permitir aos produtores rurais várias opções de plantio para a reserva alimentar na propriedade. “São vários cenários, em que avaliamos a melhor forma de manter qualidade na produção de silagem, qual gramínea seria melhor para um diferimento [manejo em que se escolhe uma área da propriedade para excluir do pastejo imediato de animais, ficando como reserva alimentar para outro período], além de outras questões”, explica Fernando Guedes.
EMBRAPA CAPRINOS
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