O que representa a produção do melão para o agronegócio brasileiro
Em 2016, a exportação mundial de melão ultrapassou 2,27 milhões de toneladas e 1,44 bilhão de euros, um recorde histórico, conforme mostram os dados da Divisão de Estatísticas do Departamento de Assuntos Econômicos e Mundiais das Nações Unidas, divulgadas pelo portal espanhol Hortoinfo.A Espanha ocupa o primeiro lugar nas exportações, com volume de quase 445 mil toneladas, seguida da Guatemala, com 420 mil toneladas. O Brasil fica em terceiro lugar com 225 mil toneladas de melão exportadas. Honduras e Estados Unidos completam o ranking dos cinco principais exportadores com 208 mil e 176 mil toneladas, respectivamente.
Em relação às receitas, a Espanha fatura um valor estimado em 303 milhões de euros, enquanto a Guatemala, com quase a mesma produção, alcança somente 145 milhões de euros, pouco mais do que o Brasil, que obtém 134 milhões de euros pelas exportações da fruta. Nesse quesito, EUA e Honduras invertem de posição com, respectivamente, 112 milhões e 41 milhões de euros.
Se observar somente exportações que têm como origem o continente europeu, o Brasil assume o segundo lugar, já que mais de 97% dos melões exportados pela Guatemala são enviados para os Estados Unidos. Os melões brasileiros, por sua vez, são destinados – em ordem decrescente de volume – para Holanda, Reino Unidos, Espanha e Itália.
A produção nacional do melão se concentra no nordeste
Quase a totalidade da produção brasileira de melão está concentrada no Nordeste, devido às condições ambientais mais favoráveis que permitem o cultivo durante o ano todo, apesar de haver maior dificuldade nos plantios de verão. De um modo geral, essa regra vale para todas as espécies de hortaliças.Do ponto de vista da logística, a região também é favorecida pela proximidade com portos que escoam os frutos para países da União Europeia entre os meses de agosto a março — período de entressafra das lavouras espanholas, que lideram o fornecimento para o bloco econômico. Segundo o pesquisador da Embrapa Valter Rodrigues Oliveira, no mercado europeu, o melão brasileiro somente é competitivo até abril, quando então a safra da Espanha se inicia e inviabiliza as exportações brasileiras por causa das tarifas de importação.
Nos outros meses, a produção volta-se para o mercado interno, mas geralmente os produtores iniciam os plantios em maio já pensando no mercado de exportação, uma vez que o ciclo do melão gira em torno de 60 dias. Em virtude desse contexto, os frutos devem apresentar bom desempenho e resistência após a colheita, visto que vão enfrentar duas semanas em navios para cruzar o Atlântico e chegar aos portos europeus.
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