quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Plataformas visam comércio agrícola on-line




A liquidez de venda dos produtos agropecuários entrou no radar das companhias de comércio eletrônico. Softwares fazem o intermédio entre compradores e fornecedores de todos os portes com o objetivo de otimizar custos operacionais das negociações e alavancar receitas no setor.Disponível no mercado há três meses, a plataforma da Central Brasileira de Comercialização (CBC Negócios) já movimentou cerca de R$ 2,5 milhões no período, o que significa de três a quatro mil toneladas em produtos como farelo de soja, algodão e leite em pó. Mediante um cadastro das empresas do segmento que pretendem fazer aquisições, por exemplo, a ferramenta busca possíveis vendedores para determinado item.
Para 2016, o diretor comercial da CBC, Eduardo Fogaça, espera movimentar pelo menos 150 mil toneladas entre commodities e insumos. Hoje existem 800 cadastros ativos e 200 variedades de produtos.
A ideia nasceu em 2011, mas a maior parte dos recursos para desenvolvimento foram aplicados nos últimos dois anos , conta o conselheiro da CBC e produtor rural, Sérgio Barroso. Até o momento, a plataforma recebeu R$ 10 milhões em aportes para tecnologia, infraestrutura e treinamento de pessoal. À medida que demandas de atualização surgirem, temos condições de entrar com novos recursos , diz.
O acesso ainda é feito apenas por meio do website, com expectativa de extensão via smartphone no curto prazo. A tecnologia para esta viabilização faz parte do último guarda-chuva de investimentos.
Para o uso, não é necessário o pagamento de taxas ou mensalidades. A CBC cobra um percentual sobre negócios fechados, calculado sobre cada transação, com alíquotas que variam conforme os produtos, mas se comparados aos métodos praticados pelo mercado, representam a redução de no mínimo 50% nos custos de operação , diz Fogaça.
Do município de Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul, a representante da agropecuária Bisello, Tatiane Bisello, afirma que começou a realizar pequenos negócios por meio da ferramenta. Ela adquiriu farelo de soja e colou à venda capim Sudão. Ao DCI, Tatiane informa que pretende continuar com este tipo de negociação, mesmo que em pequenos volumes para revenda em balcão.
Agroplace
Lançada há pouco mais de um mês no Brasil, a plataforma de comércio eletrônico Agroplace atua focada no abastecimento de alimentos e bebidas entre empresas. Com 16 categorias principais e quase de 300 subcategorias, incluindo commodities, o site espera alcançar um faturamento em torno de US$ 400 milhões nos próximos dois anos.
O processo de inscrição é gratuito e, quando o negócio é fechado, a Agroplace cobra dos vendedores apenas 1% do valor total da transação. A empresa também pretende oferecer serviços como consultoria para os clientes que tem planos de ampliar suas vendas para mercados internacionais. Mais do que facilitar a interação entre compradores e vendedores, o portal ajudará os negociadores a conquistar novos mercados com ofertas competitivas. Isso significa maior margem nas negociações e a venda de produtos de maior valor agregado , explica o CEO, Luis Anderson.
Nos negócios internacionais, o alto spread bancário e a volatilidade do câmbio comprimem as margens dos negócios e prejudicam a competitividade dos exportadores e importadores. Neste contexto, a ferramenta oferece um sistema que assegura um câmbio fixo nas negociações, que poderá ficar 1,5 ou 2 pontos acima das taxas praticadas pelo mercado bancário. O serviço é oferecido por meio da parceria com a South Latam Trading Companhia, holding sediada em Londres. Essa garantia é importante para aumentar o lucro não somente nas operações à vista como nas demais. Favorece as ofertas aos clientes , comenta Anderson.
Com um mês de lançamento, a ferramenta possuía 700 usuários registrados em cerca de 14 países. (DCI)

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